“Ainda tenho muito que aprender”

Julia é fonoaudióloga há 20 anos. Neste testemunho conta como procura santificar o seu trabalho “o mais importante não é tanto a experiência adquirida, mas os vínculos, as amizades e saber que estou agradando a Deus”.

Julia (à direita) com dois antigos pacientes e a sua família

Sou fonoaudióloga, me formei faz 20 anos. No dia seguinte a minha formatura, embarquei em uma grande aventura para nova cidade com dois sonhos a realizar: fazer o Opus Dei e começar a trabalhar.

O começo da vida profissional de qualquer pessoa não é fácil, quando se está procurando emprego, a santificação do trabalho é justamente procurá-lo. Graças a São Josemaria não fiquei muito tempo procurando emprego e comecei a trabalhar. Gosto muito de distribuir estampas para ajudar que outras pessoas descubram o grande horizonte que é poder através de cada pequena ação feita por amor, agradar imensamente a Deus.

Sou numerária, tenho plena disponibilidade para as tarefas de formação e para o trabalho apostólico da Obra. Através do meu trabalho profissional procuro dar muita glória a Deus e atender bem cada paciente.

Quem me conhece, sabe o quanto eu sou apaixonada pela minha profissão. A grande maioria dos meus pacientes são crianças. Trabalhei mais de dez anos em um hospital com reabilitação auditiva.

para uma alma enamorada, as crianças e os doentes são Ele

Gosto muito do ponto de Caminho que diz: “Criança. – Doente. Ao escrever estas palavras, não sentis a tentação de as pôr com maiúsculas? É que para uma alma enamorada, as crianças e os doentes são Ele” (419).

Faz uns meses, recebi uma vídeochamada no dia do meu aniversário de dois irmãos que foram meus pacientes quando crianças, dois irmãos que nasceram com perda auditiva bilateral e realizaram a cirurgia de implante coclear: passaram da total privação auditiva para o mundo dos sons. Foram muitas sessões de reabilitação auditiva para obterem a alta. Qual não foi a minha alegria quando depois de 3 anos, morando em outra cidade pude revê-los juntamente com sua família. As sessões de reabilitação ficaram para trás, mas a amizade permaneceu.

Depois de muitos anos morando na mesma cidade: outro desafio apareceu no meu horizonte: mudar para Ribeirão Preto para apoiar o trabalho apostólico da Obra nesta cidade. Mudança-adaptação-pessoas diferentes-procura de novo emprego. A vida é assim, começar e recomeçar sempre com muito otimismo. Novamente, após alguns meses, consegui um novo trabalho, agora em uma clínica multiprofissional. O ambiente é de muita alegria, confiança, pude fazer novas amizades e render os talentos que Deus me agraciou com a minha vocação profissional.

São já anos de muito trabalho: o mais importante não é tanto a experiência adquirida, mas os vínculos que se cria, as amizades com colegas de profissão e saber que estou antes de tudo agradando a Deus. Concluo dizendo que nas lições da vida, quero continuar sendo paciente de Deus, pois ainda tenho muito que aprender.