90 anos em uma tarde campineira

Estudantes de Campinas organizaram um congresso sobre iniciativas de mulheres em vários países, que nasceram graças à inspiração de São Josemaria Escrivá.

No dia 15 de fevereiro o Centro Cultural Altavila de Campinas promoveu um congresso em comemoração dos 90 anos do início do trabalho apostólico do Opus Dei entre as mulheres. O evento teve como tema as iniciativas sociais e apostólicas que surgiram graças à Obra em vários lugares do mundo.

Buscando conhecer melhor e se inspirar em atividades que surgiram graças ao impulso de São Josemaria, jovens estudantes se reuniram uma semana antes para uma tarde de preparação para o Congresso. Foram escolhidos 22 países dentre os 69 em que existem centro do Opus Dei, e cada grupo ficou responsável por 3 ou 4 países.

Procurando em publicações impressas, navegando pelas notícias e sites das iniciativas, pedindo testemunhos e compartilhando entre si as notícias que encontravam sobre os países, cada uma se aprofundou na sua região e descobriu nela novos horizontes. Elena, 18 anos, uma das participantes do Congresso, explica a finalidade dessa preparação: “Por que estamos fazendo isso? Para conhecer iniciativas de vários países e ver como fazem apostolado em outros lugares”.

Já nessa preparação as meninas começaram a perceber a importância e a se surpreender com as descobertas. “Primeiro, eu achei impressionante a fé de São Josemaria no começo de tudo. Havia menos de dez mulheres no Opus Dei... e acreditar que tudo aquilo era possível! (...) E ver também a persistência delas, como elas levaram isso adiante...” conta Maria Clara, 18 anos, uma das primeiras a expor.

O Congresso começou com um vídeo, feito especialmente para a ocasião, que resgatava o episódio em que São Josemaria explicou a algumas das primeiras numerárias da Obra o sonho e as perspectivas que via para a Seção Feminina ao longo da História da Obra, episódio que culminou com uma frase que seria lembrada por muitos anos: “Sonhai e ficareis aquém”, e um pedido para confiarem em Deus.

As apresentações que se seguiram foram como a documentação concreta da resposta fiel e fecunda que essas mulheres, e tantas depois delas, deram à confiança nelas depositada. Sonharam, e os sonhos ficaram aquém de tudo o que já foi realizado e do que ainda está por vir.

De escolas de hotelaria no Brasil a universidades na Colômbia e Venezuela, de uma iniciativa turístico-cultural na França a um centro de saúde em Israel, de visitas a campos de refugiados na Estônia ao Hospital Monkole no Congo a cursos de inglês no Japão a escolas nos EUA, de projetos de moda e culinária na Suécia à Fazenda Montefalco no México, de voluntariado em Portugal, na Inglaterra e na Austrália à escola hoteleira Tagua, no Panamá.

A lista seria interminável, e abrangência e o alcance das iniciativas impressionaram. Muito mais que números, perceberam-se os frutos intangíveis, mesmo entre as próprias participantes do Congresso, entre os quais despertar em muitas pessoas o encanto por essas boas obras e a vontade de fazer também a diferença. “Acho que há tantas ideias para fazermos também, sabe?” comenta Jaqueline, estudante de Engenharia Mecânica, que falou sobre as iniciativas que surgiram na América do Sul.

Cristina Murano, que ajudou no início do Centro Social Morro Velho, em São Paulo, deu uma contribuição pessoal ao Congresso e esclareceu a motivação por trás de todos os projetos, explicando que o fio condutor era um dos ensinamentos de São Josemaria: amar o mundo apaixonadamente, e assim ajudar a sociedade. “Não é uma ocupação que a gente procura. (...) Não, vamos mudar a realidade mesmo!”

“Foi um momento para aprender muito e ter uma visão muito mais ampla sobre as iniciativas da Obra e ver que todos estão preocupados em formar as pessoas, não só no campo da doutrina cristã, mas humanamente também”, comentou Gabrielle, pedagoga, após o Congresso “O que mais me marcou foi a disposição das pessoas para doar-se, para doarem o tempo, as habilidades, os talentos, tudo, pelo bem dos outros”, completa.

Na conclusão do Congresso, relembraram algumas das primeiras mulheres da Obra, e uma frase que em certa ocasião São Josemaria dirigiu às mulheres do Opus Dei: “Olho para o futuro com muito otimismo. Vejo filhas minhas de todos os países, de todas as raças, de todas as línguas. Basta que as primeiras façam o que possam com alegria”.