Sou Juan Eusebio Solís, vivo em Valverde de Mérida, uma pequena localidade de mil habitantes perto de Mérida, da província de Badajoz, e dedico-me à agricultura. Tenho uma pequena exploração agrícola e também sou técnico comercial numa empresa de fertilizantes.

Sou supranumerário do Opus Dei há três anos. Conheço o Opus Dei desde a minha juventude, desde os 18 anos; hoje tenho 61 e o ensino e a formação que recebemos todas as pessoas que se aproximam da Obra são fundamentais e imensamente ricos; e isso deixa marca na alma e faz com que a vida se desenvolva de uma maneira diferente, não terra a terra.

Acolhimento de crianças sarauís

O meu trabalho com as crianças sarauís começou há sete anos mais ou menos. Trouxemos o nosso primeiro filho para um programa chamado “Férias em paz”, em que estão aqui uns meses durante o verão, julho e agosto, e a partir daí conhecemos uma primeira criança, num ano; então veio esta segunda criança, Chefy: esteve aqui apenas um ano, porque depois veio o período da pandemia.

A nossa ideia, uma vez conhecidos os programas que existem de colaboração com os sarauís, era trazê-lo para estudar e aí já em setembro, realmente em outubro, chegou Chefy para fazer todo o ano escolar aqui em Espanha; ele vai à Escola Secundária em Mérida, está a fazer o primeiro ano, e a ideia é que faça todos os estudos aqui em Espanha.

A família é o centro da minha vida

A família agora é o núcleo da minha vida, o centro da minha vida, onde me movo em primeiro lugar e para a qual faço todas as coisas na vida agora; e nessa família entra toda a relação com Deus e connosco mesmos.

A minha mulher e eu éramos muito felizes, felicíssimos e continuamos a ser felizes agora com as crianças. Mas a fase em que estivemos sem crianças, primeiro tentando ter filhos, e quando não chegavam, dizendo: bom, Deus não quis que tivéssemos filhos, mas somos felizes, gostamos um do outro, formamos uma família perfeitamente estruturada…

Estávamos perfeitamente à vontade sem barulhos em casa. Agora temos ruídos, temos problemas, mas estamos perfeitamente com as crianças e vemos que é uma forma de nos santificarmos também ajudando essas crianças, e elas também nos ajudam a santificar-nos realmente.

No meu trabalho agrícola, tenho o Senhor presente

O trabalho, em grande parte, é o trabalho no campo, o trabalho agrícola, com o qual sempre se pode ter perfeitamente presente o Senhor, visto que muitas das Suas parábolas eram exemplos do campo e quando se está a semear, tem-se em mente a sementeira do Reino de Deus; quando se está a colher, tem-se presente a ceifa, e trabalhando no campo, sempre se pode ter presente Jesus em todos os momentos.