Vós e eu fazemos parte da família de Cristo, porque Ele mesmo nos escolheu antes da criação do mundo para que sejamos santos e imaculados na sua presença, pelo amor, tendo-nos predestinado para sermos filhos adotivos por Jesus Cristo, para sua glória, por puro efeito da sua bondade (...)
A meta que vos proponho - ou melhor, aquela que Deus indica a todos - não é uma miragem ou um ideal inatingível. Poderia relatar-vos muitos exemplos concretos de mulheres e homens da rua, como vós e como eu, que encontraram Jesus que passa quasi in occulto - como que em segredo (Jo VII, 10) - pelas encruzilhadas aparentemente mais vulgares, e se decidiriam a segui-lo, abraçados com amor à cruz de cada dia (Cfr. Mt XVI, 24). Nesta época de desmoronamento geral, de transigências e de desânimos, ou de libertinagem e anarquia, parece-me ainda mais atual aquela simples e profunda convicção que, nos começos do meu trabalho sacerdotal e sempre, me consumiu em desejos de comunicar à humanidade inteira: Estas crises mundiais são crises de santos.(...)
Vida interior: é uma exigência da chamada que o Mestre colocou na alma de todos. Temos que ser santos da cabeça aos pés: cristãos de verdade, autênticos, canonizáveis. E, senão, teremos fracassado como discípulos do único Mestre.
Vede, além disso, que Deus, ao fixar a atenção em nós, ao conceder-nos a sua graça para que lutemos para alcançar a santidade no meio do mundo, nos impõe também a obrigação do apostolado.(Amigos de Deus, nn. 2-5)