Quando chega o Natal, gosto de contemplar as imagens do Menino Jesus. Essas figuras, que nos mostram o Senhor tão humilhado, recordam-me que Deus nos chama, que o Onipotente quis apresentar-se desvalido, quis necessitar dos homens. Da gruta de Belém, Cristo diz a mim e a ti que precisa de nós; reclama de nós uma vida cristã sem hesitações, uma vida de doação, de trabalho, de alegria.
Não conseguiremos jamais o verdadeiro bom humor, se não imitarmos deveras Jesus, se não formos humildes como Ele. Insistirei de novo: vemos onde se oculta a grandeza de Deus? Num Presépio, nuns paninhos, numa gruta. A eficácia redentora de nossas vidas só se produzirá se houver humildade, se deixarmos de pensar em nós mesmos e sentirmos a responsabilidade de ajudar os outros.
É normal, às vezes até entre almas boas, criarem-se conflitos íntimos, que chegam a produzir sérias preocupações, mas que carecem de qualquer base objetiva. Sua origem está na falta de conhecimento próprio, que conduz à soberba: ao desejo de se tornarem o centro da atenção e estima de todos, à preocupação de não ficarem mal, de não se resignarem a fazer o bem e desaparecer, à ânsia de segurança pessoal... E assim, muitas almas que poderiam gozar de uma paz extraordinária, que poderiam saborear um imenso júbilo, transformam-se, por orgulho e presunção, em infelizes e infecundas!
Cristo foi humilde de coração. Ao longo da sua vida, não quis para si nenhuma coisa especial, nenhum privilégio. (É Cristo que Passa, 18)