Versão abreviada do texto publicado na página oficial da JMJ Colônia 2005. Para ler o relato completo, visite a página oficial: Website Oficial da JMJ.
Foi em Roma, no início dos anos 80, em uma rua lateral aparentemente insignificante, muito próxima à Praça de São Pedro. A esse lugar acudiam então, regularmente, alguns jovens para rezar e debater, muitas vezes com o bispo alemão Paul-Josef Cordes, Vice-Presidente do Conselho Pontifício para os Leigos. Nasceu então uma grande idéia, na igreja S. Lorenzo in piscibus. Em 1983-84, o Papa João Paulo II convocou o Jubileu Extraordinário da Redenção, em comemoração ao aniversário da morte de Jesus Cristo, há 1950 anos. Durante esse ano, organizaram-se também alguns eventos para a juventude. Em S. Lorenzo, pensou-se então num modo de transformar esse encontro único em um evento habitual, com os jovens – e o bispo Cordes – trabalhando discretamente para consegui-lo…
Em 1984, mais de 300 mil jovens do mundo inteiro responderam ao convite do Papa para o “Jubileu Internacional da Juventude”, no Domingo de Ramos, na Praça de São Pedro, em Roma. (...) Rezou-se a Via Crucis no Coliseu e celebrou-se a Eucaristia na Praça de São Pedro. O evento teve uma acolhida impressionante e, nas vésperas do Domingo de Ramos, o Papa disse aos jovens: “Que espetáculo tão magnífico ofereceis, vistos desde este palco. Quem disse que a juventude de hoje não se interessa pelos valores? Não é verdade que ninguém mais pode prescindir dela?” Com essas palavras, o Papa João Paulo II entregou ao mundo um símbolo: uma cruz de madeira de grande tamanho, que se chamaria mais tarde a “Cruz da Jornada Mundial da Juventude”.
O ano da Juventude
(...) Quando as Nações Unidas declararam o ano de 1985 como “Ano Internacional da Juventude”, ficou claro em Roma que deveria haver outro encontro dos jovens do mundo todo com o Papa. O tempo foi curto e trabalhou-se intensamente. Dessa vez, mais de 250 mil jovens responderam ao convite do Papa, comparecendo em Roma no Domingo de Ramos. (...)
Uma semana depois do encontro com os jovens, o Papa anunciou inesperadamente que as Jornadas Mundiais da Juventude passariam a realizar-se periodicamente. Assim disse em sua mensagem pascal de 7 de abril: “No domingo passado, encontrei centenas de milhares de jovens, e a imagem festiva de seu entusiasmo ficou profundamente gravada na minha alma. Meu desejo de repetir essa experiência maravilhosa nos anos vindouros, e de criar dessa forma um encontro internacional da juventude no Domingo de Ramos, corresponde à minha convicção de que os jovens estão diante de uma missão cada vez mais difícil e fascinante: a de mudar os mecanismos fundamentais que fomentam o egoísmo e a opressão nas relações entre os Estados e de assentar novas estruturas orientadas à verdade, à solidariedade e à paz”. (...)
A primeira Jornada Mundial da Juventude
Assim nasceu uma idéia feliz, que prosseguiu sua vitoriosa marcha pelo mundo. A Jornada Mundial da Juventude foi celebrada pela primeira vez, de maneira oficial, no Domingo de Ramos de 1986, em Roma. A partir de 1987 e depois, a cada dois anos, como regra geral, organiza-se a Jornada Mundial da Juventude em algum lugar determinado do mundo. Nos outros anos, celebra-se a Jornada Mundial da Juventude no Domingo de Ramos, em Roma e nas dioceses em todo o mundo.
Em 1987, os jovens foram convocados a Buenos Aires, onde 1 milhão de participantes escutaram as seguintes palavras do Papa: “Repito ante vós o que venho dizendo desde o primeiro dia do meu pontificado: que vós sois a esperança do Papa, a esperança da Igreja.” (...) No ano seguinte, 600 mil jovens foram em peregrinação à cidade espanhola de Santiago de Compostela, onde João Paulo II perguntou-lhes: “Por que vieram aqui os jovens dos anos 90, do século 20? Não sentis em vós o espírito do mundo?”
Depois da queda do Muro
Em 1991, 1,5 milhão de participantes acudiram à Jornada Mundial da Juventude, que teve lugar na cidade polonesa de Czestochowa. Depois da queda da “cortina de ferro”, essa foi a primeira ocasião em que os jovens do Leste Europeu puderam participar sem problemas do evento. “O Velho Continente aposta em vós, jovens da Europa Oriental e Ocidental, para construir esta ‘casa comum’ que deve contribuir para um futuro de solidariedade e de paz. (...) Para a prosperidade das gerações vindouras, é preciso que a nova Europa se baseie no fundamento dos valores espirituais que constituem o núcleo mais íntimo de sua tradição cultural”, disse o Papa.
Meio milhão de jovens encontraram o Papa João Paulo II em 1993, na cidade americana de Denver. Diante do impressionante cenário das Rocky Mountains, o Papa chamou os jovens: “Não apagueis a vossa consciência! A consciência é o verdadeiro coração e a parte sacrossanta da pessoa humana, onde se está somente com Deus... Não tenhais medo de sair às ruas e de dirigir-vos ao público... Não é hora de ter vergonha do Evangelho... Não temais abandonar uma vida confortável e acomodada e responder ao desafio de fazer Cristo conhecido na ‘metrópole’ moderna”.
O maior encontro de todos os tempos teve lugar em 1995, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude em Manila (Filipinas): 4 milhões de jovens aplaudiram o Papa que evocava a relação com o próximo: “Sois capazes de oferecer vós mesmos, vossas forças e vossos talentos para o bem dos demais? Sois capazes de amar? Sim, vós sois. A Igreja e a sociedade podem colocar grandes esperanças em cada um de vós”.
Em 1997, foram muitos jovens alemães - entre outros - os que responderam ao convite do Papa para a Jornada Mundial da Juventude em Paris, que terminou com um evento reunindo quase um milhão de pessoas. Lá, João Paulo II deu um testemunho vivo aos jovens: “Vosso caminho não termina aqui. O tempo não pára no hoje. Saiam às ruas do mundo, às ruas da humanidade e fiquem unidos à Igreja de Jesus Cristo!"
Rumo à Alemanha
O Jubileu do ano 2000 converteu-se também no jubileu das Jornadas Mundiais da Juventude. Quase 2 milhões de jovens, entre eles 12 mil alemães, aproximadamente, reuniram-se em Roma. Nessa ocasião, estabeleceram-se já as primeiras conversações informais para realizar na Alemanha a seguinte Jornada Mundial da Juventude. (...) Dois anos mais tarde, 3 mil jovens viajaram à cidade canadense de Toronto, onde 800 mil pessoas encontraram-se para concluir a Jornada Mundial da Juventude. O Papa pediu aos jovens que contribuíssem na construção do futuro de toda a humanidade. E acrescentou: “Na impressionante Catedral de Colônia veneram-se os Três Reis Magos, os órfãos do Oriente que se deixaram guiar pelas estrelas que os levaram até Cristo Jesus. Vossa peregrinação a Colônia começa hoje. Cristo vos espera lá para celebrar a 20ª Jornada Mundial da Juventude”. (...)