Faz um ano que o 6 ° furacão de maior força da história alcançou o sul e o centro dos Estados Unidos. Em 29 de agosto, o ciclone chegou à costa da Luisiana convertido num furacão, com ventos de 280 Km/h por hora. Dirigia-se diretamente para New Orleans e mesmo tendo se desviado de sua rota no último instante, produziu um grande desastre na cidade e nos arredores.
New Orleans tem 70% de seu território sob o nível do mar. A ruptura de um dique que não resistiu à força do Katrina resultou num grande desastre, estima-se que o Katrina provocou a morte de quase 1.500 pessoas.
Diante desses dados os danos materiais pouco importam, ainda que tenham sido bastante elevados: 75 bilhões de dólares.
No restante dos Estados Unidos e em muitos outros lugares do mundo houve uma grande movimentação de ajuda humanitária. Porém, ainda há muito por fazer na reconstrução da cidade.
IMPOTÊNCIA E COMPAIXÃO
Quando um grupo de universitários que frequenta o Centro do Opus Dei em Chicago, viu as imagens do furacão pela televisão, tiveram a mesma sensação de impotência e compaixão que a maior parte do mundo, acentuada pela proximidade do desastre.
Meses depois, o Governo dos Estados Unidos e os grandes grupos de ajuda humanitária tinham realizado as tarefas de reconstrução mais urgentes, mas ainda havia muito sofrimento para aliviar. Este grupo de jovens de Chicago decidiu viajar a New Orleans para cooperar na reconstrução da zona. “Sabíamos que não íamos para resolver nada, mas queríamos traduzir em fatos concretos o nosso sentimento de solidariedade com as pessoas atingidas”, explica Bill.
“Quando chegamos na cidade, fizemos um percurso para ver como estavam e visitamos os bairros mais afetados pelo furacão. Era impressionante ver tanta destruição, casas sem vida e prédios vazios; e já havia alguns meses que o Katrina tinha passado pela cidade”.
Estavam cientes de que sua ajuda nada mais era do que um grão de areia num deserto, mas pessoalmente essa idéia estava transformando-os. Ajudar os demais muda nossa vida.
“De tarde nos dividimos em três grupos - conta Bill. Minha equipe trabalhou com empenho na demolição interna de uma casa na zona mais afetada da cidade. Nossa tarefa consistia principalmente em retirar as paredes que ficaram muito danificadas pela força da água”.
PINTURA E DEMOLIÇÃO
“Durante estes dias, entre pintura e demolição, pude comprovar como o espírito de serviço de todos os do grupo ia aumentando”. Estavam cientes de que sua ajuda não era mais do que um grão de areia num deserto, mas estavam se transformando como pessoas. Ajudar os demais, muda a vida...
“Um dia aconteceu algo emocionante: o dono de uma casa em que estávamos trabalhando apareceu de repente. Não sei se alguma vez alguém imaginou como seria e como se sentiria se visse sua casa transformada em um monte de ruínas… A expressão de agradecimento daquele homem, pelo trabalho que estávamos fazendo, dizia muito mais do que suas palavras de agradecimento”.
Além de poder ajudar os demais, esses dias foram uma oportunidade de tratar mais a Deus, na Missa diária, nos tempos dedicados à oração.
“Quando terminamos, pudemos passear pela cidade e comprovar que, mesmo que ainda tenha muito o que fazer, está se recuperando pouco a pouco da catástrofe. À tarde, depois da Santa Missa, tivemos uma tertúlia contando os episódios do dia. Na manhã seguinte, esgotados, mas contentes, voltamos para as nossas cidades”.
“Foi uma experiência inesquecível para todos - conclui Bill. Emocionava ver tantas pessoas vindas de muito longe para ajudar, e a enorme gratidão dos cidadãos. Vários rapazes do grupo comentaram que o contato com a situação, tão dolorosa para tantas pessoas, e o exemplo de generosidade de outras, tinham-lhe ajudado a refletir na importância de serem generosos com Deus e na felicidade que proporciona atuar sempre assim”.
Hurricane Digital Memory Bank: Preserving the Stories of Katrina, Rita, and Wilma