“Sou judeu e admiro Guadalupe Ortiz de Landázuri”

A bem-aventurada Guadalupe ria de si mesma porque às vezes adormecia enquanto rezava. Sua vida aparentemente comum inspira pessoas como Benny, um judeu. Esta é a história dele.

«Soy judío, y admiro a Guadalupe Ortiz de Landázuri»

Alguns recursos sobre Guadalupe:


Uma bem-aventurada “supernormal”. Daquelas que adormecem na oração e não têm medo de dar uma boa gargalhada. Guadalupe Ortiz de Landázuri passou a vida entre momentos de estudo, vontade de servir, entusiasmo profissional e dedicação total ao que Deus lhe pedia. Normalidade heroica. Escondida, alegre e vibrante.

No final de abril de 2021, Benjamin descobriu a vida de Guadalupe. Aluno de Negócios e Administração da Universidade Pan-americana, do México, Benjamin (Benny) queria se candidatar ao concurso para a Bolsa Guadalupe Ortiz de Landázuri que, como o próprio nome indica, é inspirada na bem-aventurada para incentivar os jovens estudantes a considerar novos horizontes de mudança por meio de seus estudos.

Benny é judeu. “No início, hesitei em participar; eu não sabia se a questão da minha religião poderia afetar alguma coisa”, lembra. “No entanto, ao pesquisar a vida de Guadalupe, percebi que o impacto de sua pessoa vai além de uma questão religiosa: é uma pessoa normal e boa que vive de maneira heroica. Por isso decidi participar”.

Benny (esquerda) com Isidoro, seu irmão gêmeo.
Benny (esquerda) com Isidoro, seu irmão gêmeo.

Em que consistia o concurso para a bolsa? Tratava-se de enviar um vídeo com duração máxima de 60 segundos, no qual os participantes explicassem como a vida de Guadalupe os inspirou a viver o período de confinamento (em consequência da pandemia) com “normalidade heroica”. “Determinado a participar, escrevi o roteiro com as coisas que eu queria dizer e meu irmão gêmeo me ajudou na gravação: ele foi meu diretor, produtor e fotógrafo”.

Poucos dias depois de enviar o vídeo, Benny recebeu um e-mail, informando que havia sido um dos vencedores e que estava convidado para a cerimônia de premiação, em 18 de maio de 2021, aniversário da beatificação de Guadalupe. “A verdade é que eu não podia acreditar”. E ainda teve mais uma surpresa: “Na entrega dos resultados, obtive o primeiro lugar”.

Como se identificar com uma mulher que viveu e morreu no século passado? “O que mais me impressionou em Guadalupe é a forma como ela sempre via os outros em primeiro lugar. É algo que sempre me ensinaram, e ver como ela viveu isso durante a sua vida me ajudou muito. Ajudar sem que nos peçam. Escolher o menos agradável para que os outros tenham algo melhor. Sorrir para a pessoa imprudente ou inoportuna. Saber ouvir. “É por isso que acho que temos dois ouvidos e uma boca: para ouvir o dobro do que falamos”. A grandeza está nas pequenas coisas que são feitas por amor a Deus e aos outros.

“Guadalupe, pelo menos na minha opinião, é um exemplo para qualquer pessoa, independentemente de sua religião. Eu vejo isso na sua maneira de tratar os outros”. Agora, Benny está no sétimo semestre, com muitos sonhos profissionais pela frente. Faltam-lhe anos de estudo e trabalho, que percorrerá “com os pés na terra, mas sempre olhando para o Céu”. Normalidade heroica, luta diária. “Aprendi de Guadalupe que ser normal pode fazer de você um herói”.

Vídeo apresentado por Benny com o qual ganhou a Bolsa Guadalupe Ortíz de Landázuri