Sobre a incorporação e saída do Opus Dei

Como alguém se torna membro do Opus Dei? É possível deixar de pertencer à prelazia? Este artigo detalha alguns aspectos sobre o discernimento e as fases de incorporação ao Opus Dei, e sobre situações de saída, com algumas reflexões sobre o fenômeno vocacional e seu acompanhamento.

Artigo sobre como incorporar-se ou sair do Opus Dei.

“Eu lhes asseguro, meus filhos, que quando um cristão desempenha com amor a mais intranscendente das ações diárias, está desempenhando algo donde transborda a transcendência de Deus. Por isso tenho repetido, com insistente martelar, que a vocação cristã consiste em transformar em poesia heroica a prosa de cada dia. Na linha do horizonte, meus filhos, parecem unir-se o céu e a terra. Mas não: onde de verdade se juntam é no coração, quando se vive santamente a vida diária...[1]”.

A missão do Opus Dei é ajudar os cristãos a viverem esse ideal. É, nas palavras do Fundador, “uma grande catequese”[2]: uma maneira de descobrir que Deus olha amorosamente para nós em todos os momentos do dia, até nos mais insignificantes, e para iluminar o mundo com esse mesmo olhar, já que pelo batismo, pela confirmação e, inefavelmente, no mistério eucarístico, Jesus Cristo, luz do mundo, vive em nós e nós vivemos n’Ele (cfr. Jo 6,55 e 15,5).

No Opus Dei existem pessoas de todos os tipos. São Josemaria costumava dizer, em relação a essa diversidade, que “pode-se percorrer o caminho de muitas maneiras. Você pode andar à direita, à esquerda, em zigue-zague, caminhando, a cavalo. Há cem mil maneiras de seguir o caminho divino”[3]. E há também cem mil modos e tempos, um para cada pessoa, que nos levam a encontrar este caminho e a descobrir o chamado de Deus para percorrê-lo.

Cada um, cada uma, tem a sua história. Somos seres biográficos: escrevemos nossa vida. Aqueles que de alguma maneira caminham ao nosso lado são coautores, assim como nosso Pai Deus, que escreve também com uma enorme delicadeza. Nossa vida não é algo escrito com antecedência, como um contrato ou um projeto fechado. É um trabalho artesanal que às vezes sofre reviravoltas inesperadas e isso requer a passagem do tempo. Sim, Deus conta com o tempo e, enquanto isso, o Espírito Santo continua o seu trabalho no mundo[4], também em relação à nossa iniciativa, para que cada pessoa “se encontre”, para que compreendamos qual é o nosso lugar no mundo e na história, para descobrirmos como e onde Ele nos vê.

1. Incorporação ao Opus Dei

São muitas as pessoas que participam de alguma forma da espiritualidade do Opus Dei, inclusive em países nos quais a Prelazia ainda não chegou. Muitos frequentam suas atividades por um tempo, até mesmo por muitos anos, sem sentir o chamado para fazer parte da Obra[5]. Outros sentem em algum momento o chamado de Deus para segui-lo nesse caminho. No entanto, uma coisa é se entusiasmar e outra é que o seu caminho realmente seja este: que Deus lhes chame de fato para seguir este caminho, que tenham condições de trilhá-lo com esperança e liberdade, para segui-lo dia após dia, ano após ano.

Uma dimensão formal necessária

Responder sim ao chamado, decidir seguir Jesus Cristo no Opus Dei, implica um vínculo institucional que vai se formalizando com o tempo, pouco a pouco. Nesta linha, referindo-se ao acompanhamento espiritual, o Papa Francisco ressaltava: “Para chegar a um ponto de maturidade, isto é, para que as pessoas possam tomar decisões realmente livres e responsáveis, é necessário dar tempo, com imensa paciência”[6]. É por isso que, como em tantas áreas da vida social e eclesiástica, há períodos para concretizar essa pertença ao Opus Dei. Se esses períodos não existissem, a liberdade do interessado ficaria comprometida e o discernimento dele e da Prelazia seria difícil[7].

A existência desses prazos e os direitos e deveres assumidos, tanto pela Obra quanto por cada um de seus fiéis, mostram que os compromissos adquiridos com a vocação são reais. Se esses aspectos formais não existissem, o Opus Dei não passaria de um lugar de passagem, como uma associação cultural ou esportiva: todo mundo poderia ir e vir, entrar e sair... Pertencer ao Opus Dei é vocacional, isto é, supõe uma chamada de Deus que abrange toda a existência. É por isso que é necessária uma dimensão formal que, no entanto, não ocupa o primeiro plano da experiência cotidiana de seus fiéis. No dia a dia, cada um simplesmente vive a sua vida cristã.

Primeiras etapas: petição e admissão

Tal como acontece com outras vocações na Igreja, há um momento que marca o antes e o depois para aqueles que se sentem chamados ao Opus Dei: o dia em que disseram sim a Jesus Cristo, um sim para este caminho. Uma vocação divina implica “uma nova visão da vida. É como se uma luz se acendesse dentro de nós”[8]. É um compromisso pessoal pelo qual “nossa vida – a presente, a passada e a que há de vir – ganha um novo relevo, uma profundidade de que antes não suspeitávamos”[9]. Mas esse compromisso deverá criar raízes e amadurecer no tempo.

Portanto, se esse primeiro passo já é precedido por uma serena reflexão por parte do interessado e da Prelazia, o discernimento continua e aumenta como resultado do pedido de admissão na Obra, por meio de um trabalho paciente, como o de um jardineiro. Este discernimento é necessário porque “o espírito da Obra, assim como o Evangelho, não se sobrepõe ao nosso ser, antes o vivifica: é uma semente destinada a crescer na terra de cada um”[10]. E isto ocorre não somente durante as etapas iniciais da vocação, mas também durante toda a vida na Obra.

Se, depois de ponderar a ideia com calma, uma pessoa pede formalmente para pertencer ao Opus Dei, terá de obter o consentimento do diretor de um centro da Prelazia[11] e ter pelo menos dezesseis anos e meio de idade[12]. A partir de então, abre-se um primeiro período de seis meses, durante o qual essa pessoa recebe uma formação inicial e começa a viver, na medida do possível, de acordo com esse chamado de Deus que recebeu em sua alma.

O fiel ainda tem um tempo de formação e consolidação na vocação pela frente, mas agora o chamado de Deus é captado como um amor que abrange toda a existência: “Todos os eventos e acontecimentos ocupam seu verdadeiro lugar: entendemos aonde o Senhor quer nos guiar e nos sentimos envolvidos por essa tarefa que nos foi confiada”[13].

Após esse período inicial de seis meses, a Prelazia responde formalmente ao pedido de admissão. Essa resposta é chamada de admissão. Ainda não é uma incorporação ao Opus Dei. Por parte do interessado, esse período leva consigo a decisão madura de procurar viver a vida cristã e a missão apostólica de acordo com o espírito do Opus Dei, num horizonte de serviço à Igreja e à humanidade[14].

Incorporação temporária e definitiva ao Opus Dei

Para a incorporação ao Opus Dei deve passar pelo menos mais um ano após a admissão. Nos Estatutos, essa etapa é chamada de oblação, só pode ser feita com 18 anos cumpridos e com o conhecimento e aceitação das obrigações assumidas.

O vínculo criado entre a Prelazia e o fiel, com esta primeira incorporação temporária, é análogo ao que vincula qualquer fiel à sua diocese, com duas características particulares: neste caso, o vínculo responde a uma vocação divina específica e é constituído, no plano canônico, por meio de uma declaração formal mútua, perante duas testemunhas[15].

O amor não coloca condições, diz sim, sem mais. Mas a prudência obriga a pessoa a esperar antes de formalizar as coisas para sempre. Por isso, o compromisso bilateral que ocorre na oblação dura, no máximo, um ano: concretamente, até o próximo dia 19 de março, solenidade de São José. Isso abre um período de tempo em vista de uma incorporação definitiva que pode ser realizada dentro de um período mínimo de cinco anos após a primeira incorporação.

Durante este tempo, cada fiel continua a seguir o seu caminho – profissional, social, etc. – de acordo com a sua vocação, esforçando-se por crescer na “unidade da vida”[16]. A Prelazia continua a ajudá-lo a formar-se na fé e no espírito do Opus Dei, numa atmosfera de confiança. Todos os anos, a pessoa renova esse compromisso se assim o desejar e se a Prelazia não mostrar qualquer inconveniente. Logicamente, ao longo desta rota, geralmente há momentos de cansaço e, talvez, dúvida e hesitação. Mas todos sabem que têm o apoio e a força de outros no Opus Dei: apoio concreto, de irmão para irmão.

Pelo menos cinco anos depois da oblação, com o consentimento da Prelazia, os fiéis podem fazer a fidelidade, que é a incorporação definitiva ao Opus Dei[17]. São Josemaria estabeleceu em 1950 que, no caso dos supernumerários, devido à variedade de circunstâncias em que se encontram e à forma como recebem a formação, normalmente o prazo para a incorporação definitiva é maior. Essa incorporação, como as anteriores, não implica uma mudança de estado dos leigos. Nem muda o estado dos sacerdotes seculares que, incardinados em suas respectivas dioceses, unem-se à Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz.

2. Saída do Opus Dei

Todo o itinerário que acaba de ser esboçado requer liberdade, maturidade, esperança, confiança em Deus e naqueles que Ele coloca ao nosso lado. Os fiéis do Opus Dei descansam nas mãos do seu Pai Deus e contam com o apoio de outros, mas não deixam de estar expostos a todas as “intempéries” que afetam qualquer pessoa: saúde, temperamento, ambiente familiar e social, crises econômicas, instabilidade de emprego, etc.

Além das suas próprias limitações, defeitos e pecados, não faltam provas, tentações e perseguições aos discípulos de Cristo (cf. Jo 15, 20)[18]. Nem faltam, em alguns casos, erros no discernimento vocacional (idoneidade, maturidade...) ou no acompanhamento espiritual[19]. Por outro lado, a pressão da sociedade de hoje é bem forte: ser cristão significa “não termos medo de ir contra a corrente e de sofrer por anunciar ao Evangelho”[20] e, embora o anseio por paz e estabilidade seja grande, o valor da fidelidade foi obscurecido.

São muitos os elementos que afetam o caminho da vida das pessoas que um dia se entregaram a Deus. Alguns deles permitem explicar em parte porque uma pessoa que manifestou a sua intenção de ser fiel à sua vocação no Opus Dei pode desejar, em algum momento da sua vida, abandonar a Obra. Em qualquer caso, o mistério da pessoa humana pede um respeito infinito, uma prudência que evita qualquer julgamento. Só Deus “sonda os corações e penetra os pensamentos mais íntimos” (1 Crôn 28,9).

Várias situações

Antes da oblação, os fiéis que desejarem deixar a Obra só precisam comunicar sua decisão verbalmente. Por outro lado, durante este período, o prelado ou o vigário regional podem dispor ou aconselhar sua partida se considerarem que não possuem as disposições ou aptidões necessárias[21].

O fiel do Opus Dei, que se comprometeu temporalmente, permanece na Prelazia se renovar esse compromisso no dia 19 de março (não existe uma fórmula para isso: é um ato interior, diante de Deus, em que se comunica que a renovação foi feita). Se ele não o renova voluntariamente naquele dia, fica fora da Prelazia ipso facto (por esse mesmo fato), sem que seja necessário fazer qualquer outra coisa.

Se já fez a oblação e quer sair da Obra antes do dia 19 de março seguinte, ou se está definitivamente comprometido pela fidelidade, para deixar o Opus Dei precisa pedir a cessação do vínculo contraído com a Prelazia e, portanto, também a finalização dos direitos e deveres correspondentes[22].

A relevância existencial das decisões que dizem respeito à vocação faz com que, especialmente diante da decisão de sair da Obra, procure-se ajudar cada pessoa a ponderar com serenidade diante de Deus o que é bom para ela, para evitar que tome uma decisão precipitada. Sempre se procura o bem de cada alma no momento de tomar essa resolução. Às vezes a paixão, um estado de ânimo passageiro ou alguma coação externa pode diminuir a liberdade. No entanto, se, apesar de tudo, uma pessoa prefere sair, o procedimento é claro.

A cessação do vínculo entre a pessoa e a Prelazia

Para a cessação do vínculo entre a pessoa e a Prelazia, a parte interessada deve declarar que deseja abandonar voluntariamente a Prelazia[23]. Normalmente, esta vontade é expressa por escrito, por meio de uma carta dirigida ao prelado do Opus Dei[24]. A carta é transmitida com celeridade ao prelado, a quem corresponde conceder a dispensa dos deveres contratados. Não há necessidade de que essa carta estabeleça as razões: basta que conste uma vontade livre, clara e explícita de não continuar[25].

A confirmação da cessação do vínculo entre a pessoa e a Prelazia é transmitida ao interessado, procurando esclarecer qualquer aspecto da sua nova situação. Se a pessoa o desejar, também se oferece ajuda espiritual apropriada às suas circunstâncias. Normalmente, tudo isso se desenvolve rapidamente após o pedido para cessar o vínculo. É muito frequente que as pessoas que deixaram o Opus Dei desejem continuar como cooperadoras ou cooperadores.

Depois de algum tempo, pode acontecer que uma pessoa deseje retornar e seja admitida como supernumerária ou supernumerário, com a autorização do Prelado.

3. Passado e futuro: perdão e esperança

Quando uma pessoa deixa o caminho vocacional que empreendeu, não é fácil assimilar totalmente o que aconteceu. Em alguns casos, a situação pode ser dolorosa, para ambas as partes. Pode ser que tenha havido uma série de mal-entendidos que foram crescendo até chegar numa situação de difícil solução; ou uma negligência prolongada da vida espiritual que acabou esvaziando a entrega de significado; ou então uma série de fatores se confluiu e a pessoa não teve forças para seguir adiante.

Mas a vida continua: para Deus, há sempre a vida pela frente. Deus também “escreve certo pelas linhas tortas” da nossa história. “Deus nos deixa a nossa liberdade e, no entanto, sabe encontrar, em nosso fracasso, novos caminhos para o seu amor. Deus não falha”[26]. Com a sua ajuda, é bom cultivar duas atitudes que curam e confortam: o perdão e a esperança.

O perdão, como olhar para o passado, para perdoar o dano que se pode ter sofrido e para reconhecer o que se pode ter feito. A esperança, como olhar para o futuro, porque se sabe que Deus caminha ao nosso lado[27] e que uma ferida, um desgosto, uma rebeldia – ou às vezes uma mistura de tudo isso – pode ser para Deus, a ocasião para propor um novo caminho: “Empreender um novo caminho de amor depois de uma primeira oferta fracassada é certamente possível(...). Precisamente esta 'flexibilidade' de Deus, esperando a decisão livre do homem e que, de cada 'não', faz florescer um novo caminho do amor, faz parte da história de Deus com os homens”[28].

Fica claro que uma pessoa que deixa o Opus Dei é alguém que queria se entregar a Deus. Tal gesto marca profundamente a identidade pessoal: Deus não esquece, nem o próprio coração esquece. Os anos de dedicação deixados para trás são anos de oração, de testemunho cristão, de tempo, esforços e contribuições para as coisas de Deus e para o alívio das pessoas mais necessitadas, em muitos casos promovendo obras de educação, cultura, assistência material e sanitária[29]. “Não se perde nenhum dos seus trabalhos realizados com amor, não se perde nenhuma das suas sinceras preocupações pelos outros, não se perde nenhum ato de amor a Deus, não se perde nenhum cansaço generoso, não se perde nenhuma dolorosa paciência. Tudo isso dá voltas pelo mundo como uma força de vida”[30].

Por outro lado, e embora durante algum tempo quase só possam ser lembrados episódios dolorosos, uma pessoa que pertenceu à Prelazia recebeu muito, na forma de afeto e atenção, de formação humana e espiritual, de um gosto pelo trabalho bem feito, de abertura aos outros. Toda essa bagagem a acompanha e a ajudará a avançar na vida, com um sentido cristão.

A Prelazia procura despertar em seus fiéis o desvelo por não perder contato com nenhuma das pessoas que decidiram deixar a Obra, exceto por vontade expressa de alguns. As pessoas da Prelazia que devem oferecer formação a outros são chamados a encarnar de maneira especial em sua vida este ensinamento paternal do Papa Francisco:

“Quem acompanha sabe reconhecer que a situação de cada pessoa diante de Deus e a sua vida em graça é um mistério que ninguém pode conhecer plenamente a partir do exterior. O Evangelho propõe-nos que se corrija e ajude a crescer uma pessoa a partir do reconhecimento da maldade objetiva das suas ações (cf. Mt 18, 15), mas sem proferir juízos sobre a sua responsabilidade e culpabilidade (cf. Mt 7, 1; Lc 6, 37). Seja como for, um válido acompanhante não transige com os fatalismos nem com a pusilanimidade. Sempre convida a querer curar-se, a pegar no catre (cf. Mt 9, 6), a abraçar a cruz, a deixar tudo e partir sem cessar para anunciar o Evangelho. A experiência pessoal de nos deixarmos acompanhar e curar, conseguindo exprimir com plena sinceridade a nossa vida a quem nos acompanha, ensina-nos a ser pacientes e compreensivos com os outros e habilita-nos a encontrar as formas para despertar neles a confiança, a abertura e a vontade de crescer”[31].

Guillaume Derville – Carlos Ayxelà


[1] São Josemaria, Entrevistas com Mons. Josemaria Escrivá, 116 (ver citação completa).

[2] São Josemaria, Anotações de uma reunião familiar, 6/02/1967, citado em Fernando Ocáriz, Carta pastoral, 14 de fevereiro de 2017, n. 7.

[3] São Josemaria, Carta 2/02/1945, n. 19, citado em Fernando Ocáriz, Carta pastoral, 9 de janeiro de 2018, n. 11.

[4] Cfr. Missal Romano, Oração Eucarística IV.

[5] “Opus Dei” significa, em latim, “Obra de Deus”. Por isso, a Prelazia é conhecida também familiarmente como “a Obra”.

[6] Francisco, Ex. Ap. Evangelii gaudium, n. 171.

[7] Os passos da incorporação, bem como os da saída do Opus Dei, estão incluídos nos Estatutos da Prelazia do Opus Dei, (Statuta vel Codex iuris peculiaris Operis Dei). A seguir, nos referimos a este documento como Statuta.

[8] São Josemaria, Carta 9-I-1932, n. 19. Citado em Vázquez de Prada, O Fundador do Opus Dei. I, Senhor, que eu veja! São Paulo, Quadrante, 2003.

[9] São Josemaria, É Cristo que passa, n. 45 [ver citação completa].

[10] Fernando Ocáriz, Carta pastoral, 9 de janeiro de 2018, n. 11.

[11] Esta petição consiste em uma simples carta manuscrita, na qual se manifesta a vontade de pertencer ao Opus Dei. Cf. Statuta, nn. 14 §1, 19, 63.

[12] Se a pessoa for mais jovem, ela pode ser considerada aspirante. Sobre esta figura, cfr. Os aspirantes no Opus Dei.

[13] São Josemaria, É Cristo que passa, n. 45 [ver citação completa].

[14] Cfr. Statuta, nn. 20 §1; 22.

[15] Cfr. Statuta, nn. 20 e 27, onde o conteúdo dessa declaração é detalhado. A declaração do fiel expressa o compromisso estável e sincero de responder com fidelidade à vocação divina à Obra, sabendo-se pessoalmente frágil e limitado, mas apoiado na graça de Deus. Para a admissão e integração dos membros da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, aplica-se o disposto para adscritos e supernumerários da Prelazia, substituindo, onde seja necessário, Prelazia do Opus Dei por Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, e fieis por sócios. (Cfr. Código do Direito Canônico, c. 278; cfr. Const. ap Ut sit, preâmbulo e art. I). Além disso, o fato de pertencer à Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, sem ser incardinado na Prelazia do Opus Dei, reforça a dependência total dos sócios adscritos e supernumerários dos Bispos diocesanos e seu serviço à diocese: não tem outro superior que não seja o seu Bispo da mesma forma que os outros sacerdotes diocesanos.

[16] Com esta expressão, São Josemaria resumiu um aspecto central da espiritualidade do Opus Dei. Para saber mais sobre a unidade da vida: "Em espírito e em verdade: criar a unidade da vida (I)", "Onde Deus nos quer: criar a unidade da vida (II)".

[17] É realizada a mesma declaração formal usada para a oblação entre a pessoa e a Prelazia, mas desta vez é para a vida toda. Apenas alguns supernumerários fazem essa incorporação definitiva. Ordinariamente, eles renovam a oblação todos os dias 19 de março.

[18] Cfr. Catecismo Catecismo da Igreja Católica, n. 530.

[19] São Josemaria costumava dizer que na "base da ciência de governar" no Opus Dei deveriam estar presentes, entre outros, estes elementos: "amor à liberdade dos outros – ouvi-los! – e à sua própria [liberdade], a convicção de que o governo tem que ser colegial, convicção de que os diretores podem se enganar e que, nesse caso, eles são obrigados a reparar "(Instrução, 31-V-1936, nº 27). Para saber mais sobre a diferença entre governo e direção espiritual no Opus Dei, cfr. "Direção espiritual no Opus Dei".

[20] Francisco, Carta ao Prelado do Opus Dei, 26 de junho de 2014.

[21] Cfr. Statuta, n. 28.

[22] Cfr. Statuta, nºs. 28-35.

[23] Cfr. Statuta, n. 27 e 33. Enquanto durar a incorporação temporal ou após a incorporação definitiva, para que alguém possa abandonar voluntariamente a Prelazia, é necessária a dispensa que só pode ser concedida pelo Prelado (Cfr. Statuta, nº 29).

[24] No caso dos sócios da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, também se escreve a ele, mas como Presidente dessa Associação de clérigos.

[25] Cfr. Statuta, n. 29.

[26] Bento XVI, Homilia, 8 de dezembro de 2007.

[27] Cfr. Francisco, Audiência geral, 7 de dezembro de 2016.

[28] J. Ratzinger – Bento XVI, Jesus de Nazaré vol. 2, cap. 5.2 “A instituição da Eucaristia”.

[29] Em certa ocasião, quando o Bem-Aventurado Álvaro del Portillo esteve em Paris em uma reunião de família com alguns diretores do Opus Dei, ele mencionou uma pessoa que, em outro país, havia deixado o Opus Dei anos atrás. O prelado do Opus Dei elogiou o que essa pessoa fez pelo desenvolvimento de uma prestigiosa iniciativa apostólica (recordação de Guillaume Derville, agosto de 1988).

[30] Francisco, Ex. Ap. Evangelii gaudium, n. 279.

[31] Francisco, Ex. Ap. Evangelii gaudium, n. 172.