Seremos bons pais?

Os pais questionam-se muitas vezes sobre se estão dando aos filhos a educação de que necessitam, se estão procedendo do melhor modo. Este vídeo mostra como alcançar esse objetivo: para conseguir este objetivo, vamos trabalhar em equipe.

O colégio Tajamar, começou a dar os primeiros passos em 1958 com o apoio direto de São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei.

Reproduzimos uma entrevista ao diretor de Tajamar, Ignacio San Román, publicada no site do colégio, em que fala da relação de Tajamar com São Josemaria e com o Opus Dei.

— Poderia explicar-nos o que em Tajamar manifesta ser uma obra corporativa do Opus Dei?

A influência do espírito do Opus Dei numa instituição educativa é semelhante à influência desse mesmo espírito numa pessoa singular. Entre várias pessoas do Opus Dei haverá coisas em comum, mas não pode dizer-se que haja um estilo próprio das pessoas do Opus Dei, antes pelo contrário que são muito diferentes.

S. Josemaria Escrivá costumava falar do “denominador comum” e do “numerador muito diverso”, que é uma comparação proveniente do mundo da matemática, e sabemos muito bem que isso do denominador comum é um fator que permite que se possa somar, e isso é uma característica deveras interessante: sermos pessoas que sabem somar esforços, e que no meio de uma grande diversidade sabem ter esse espírito de colaboração, procurar sinergias para conseguir objetivos mais facilmente que com critérios individualistas.

- Falemos, pois, desses objetivos que são próprios de uma instituição promovida por pessoas do Opus Dei. Por exemplo, que contributo deu o seu fundador ao mundo da educação?

A educação compromete a vida inteira, e por isso tudo deve estar impregnado por essa unidade de vida, que se manifesta na vida de cada momento.

O fundador do Opus Dei deu contributos valiosos ao mundo da educação. E deu-os sem se ter proposto escrever qualquer tratado sobre esse tema, sem criar uma escola pedagógica, sem delinear um estilo pedagógico próprio do Opus Dei.

Não foram contributos de ordem técnica ou metodológica, mas contributos que se referem ao espírito que deve informar a educação, no modo de tratar as pessoas e de entendê-las. Por isso possuem um valor permanente face aos avanços científicos ou técnicos, e que se revelam em valores que não são próprios de uma época, nem de um lugar, e por isso também manifestam uma enorme diversidade conforme as pessoas e as instituições educativas em que se põe em prática.

- E em que se manifesta então esse contributo do espírito do Opus Dei neste colégio ou noutros colégios semelhantes a este?

Se alguém medianamente perspicaz visitar com vagar este colégio, ou outros colégios, semelhantes a este, notará em breve traços de um ambiente e de uma fisionomia característicos, que são como que uma marca que se capta em muitos detalhes que, cada um de per si, talvez seja pouco relevante.

É um modo de entender a vida, uma atenção para com as pessoas, uma escala de valores orientadora, uma marca de ordem espiritual… Porque um colégio animado pelo espírito do Opus Dei terá os seus pontos fortes e os seus pontos mais frágeis, acertos e desacertos, mas sempre terá uma luz acesa, a luz de uma missão divina que imprime ao seu trabalho um sentido de missão.

- E dentro desses traços característicos destes colégios, qual é o que considera principal?

O traço que, a meu ver, melhor define a influência do espírito do Opus Dei é e será a unidade de vida.

É uma expressão usada por S. Josemaria, e que se refere, empregando uma forma simples, à adequação entre o que se pensa, o que se diz, o que se faz, o que se deve ser e fazer. É como a coerência e como a autenticidade integrais no modo de se conduzir na vida. A educação compromete a vida inteira, e por isso tudo deve estar impregnado por essa unidade de vida, que se manifesta na vida de cada momento. É o fecho do arco, o que une e dá vida a tudo.

É preciso ter em conta que o espírito que anima cada pessoa, o exemplo da sua conduta pessoal, o esmero com que se fazem as tarefas…, tudo isso influi de forma espantosa na educação. Por isso não deve haver uma divisão radical entre os que ensinam e os que aprendem. Educar não deve entender-se como uma questão unilateral, mas como uma tarefa de todos, pois todos contribuem para a educação, e todos beneficiam dela. E muitas vezes, sabemo-lo bem, as grandes lições que nós recebemos, quer os pais, quer os professores, chegam-nos dos filhos e dos alunos.

Dizia atrás que um colégio animado pelo espírito do Opus Dei terá os seus acertos e desacertos. Haverá sempre uma distância entre o que deveríamos ser e o que na realidade conseguimos ser, mas o que devemos ser tem de estar claro e não podemos desanimar no intento de consegui-lo.

E isto acontece tanto no que diz respeito às instituições como quando estamos a falar das pessoas. Ser do Opus Dei ajuda-nos a esforçar-nos por sermos melhores, mas não é um seguro contra todos os riscos no que diz respeito aos erros. Uma pessoa, por ser do Opus Dei, ou por querer viver o espírito do Opus Dei, não passa a ser mais inteligente, nem deixa de poder errar, nem deixa de cometer erros pessoais. Mas tem de fato acesa na alma uma luz, a luz de uma vocação divina, que dá à sua vida um sentido de missão, uma graça especial de Deus, um desejo de santidade.

E algo de parecido poderia dizer-se de uma instituição educativa, de uma obra corporativa do Opus Dei: terá acertos e desacertos, pontos fortes e pontos frágeis, mas sempre com esse sentido de missão, com essa luz divina que vem com a consciência de se sentir chamado para uma missão.

- Que outros traços característicos poderia mencionar?

S. Josemaria insistiu sempre no apreço pelas virtudes humanas – veracidade, sinceridade, naturalidade, confiança, lealdade, otimismo, generosidade, magnanimidade -, pela amizade para com os alunos, para com os pais, entre os professores, etc. O espírito cristão deve revelar-se numa relação humana pessoal, individual, em evitar que alguém se possa sentir escondido numa massa anônima, que ninguém experimente a amargura da solidão, que haja um clima de grande consideração para com as pessoas.

O amor ao trabalho é outro aspeto muito importante. S. Josemaria sempre disse que temos de ver “no trabalho, nas tarefas criadoras e nobres dos homens, não apenas um dos mais altos valores humanos, meio imprescindível para o progresso da sociedade e para o ordenamento cada vez mais justo das relações entre os homens, mas também um sinal do amor de Deus para com as suas criaturas e do amor dos homens entre si e para com Deus: um meio de perfeição, um caminho de santidade.”

Qualquer projeto profissional de qualquer pessoa deve ter como pano de fundo uma ideia de serviço, de fazer render os talentos próprios em serviço dos outros e da sociedade

Outro aspecto decisivo é a mentalidade de serviço: desejo de servir a sociedade, de ajudar o próximo, de fraternidade cristã. Sabemos que viver com espírito de serviço conduz à felicidade autêntica, à verdadeira alegria. E se os ensinarmos os alunos desde pequenos a descobrir as possíveis necessidades dos outros, para procurar remediá-las, para adiantar-se a servir, para dar-se aos outros, para vencer o egoísmo, então faremos um serviço muito importante a essas pessoas e a toda a sociedade. E não estou só a pensar em detalhes de serviço direto, mas também no trabalho normal bem feito, e ligo isto com o que atrás dizia sobre o trabalho. Qualquer projeto profissional de qualquer pessoa deve ter como pano de fundo uma ideia de serviço, de fazer render os talentos próprios em serviço dos outros e da sociedade. O trabalho deve ter sempre uma componente de serviço aos outros, generosa e sacrificada, procurando fazer-lhes a vida agradável, nunca deve ser um objetivo egoísta.

Tudo isto pressupõe educar para uma preocupação social profunda. Nenhum drama humano deve ser estranho para nós. E teremos de promover muitas atividades relacionadas com a solidariedade, com as obras de misericórdia, e tudo isto sem nos esquecermos de começar pela nossa própria casa. A preocupação social é muito importante se quisermos que de verdade o espírito cristão penetre nas pessoas. S. Josemaria escreveu que “um homem ou uma sociedade que não reaja perante as tribulações ou as injustiças, e que não se esforce por aliviá-las, não são um homem ou uma sociedade à medida do Coração de Cristo”. E além de escrevê-lo e de pregá-lo incansavelmente, ao longo da sua vida, promoveu numerosas e importantes obras sociais – muitas delas relacionadas precisamente com a educação e o ensino – em muitos países do mundo. Sobre este tema, como em todos, tem de se falar e atuar, pregar e pôr as mãos na massa.

O sentido positivo poderia referir-se como outro elemento fundamental. O fundador do Opus Dei dizia que devíamos pôr “o sinal +”, um sentido positivo em tudo o que fazemos. E para dar sentido positivo no âmbito da educação deve-se começar por ver as pessoas com olhar benévolo. Valorizá-las. Acreditar nelas. Isto tem efeitos surpreendentemente positivos. Todos passamos algumas vezes por pequenas crises, por momentos em que não tínhamos nem um pouco de confiança em nós próprios, e talvez então encontramos alguém que acreditou em nós, e isso fez-nos crescer e superar aquela situação.

O espírito de liberdade deve ser outra característica numa atividade educativa inspirada pelo espírito do Opus Dei. Trata-se de que as pessoas se formem num clima de liberdade. É preciso começar por dizer que isto não é de todo fácil, porque educar em liberdade não é simplesmente dar liberdade, pois isso o faz qualquer pessoa, mas ensinar em liberdade a usar bem a liberdade.

De qualquer modo, os trabalhos apostólicos do Opus Dei surgem em cada lugar e em cada época com características próprias, e revelam uma grande diversidade. Pode ver-se isto visitando o site de alguns trabalhos apostólicos do Opus Dei.

Para mais informação, visite o site de Tajamar