Casado desde 1981, é proprietário de um viveiro/estufa em Roma, na zona de Boccea. Conheceu o Opus Dei através de “Montemario” e “Petranova”, dois colégios com um projeto educativo em que os pais são parte ativa de pleno direito. Em 1993 – conta Vittorio – uma amiga falou à minha mulher destes dois colégios. Intrigados com um método didático tão inovador pensamos inscrever um dos nossos filhos. Foi uma espécie de prova porque nessa altura não sabíamos nada do Opus Dei. A experiência foi tão positiva que decidimos inscrever também os outros pequenos.
- Foi isto que os animou a aprofundar a vossa relação com a Obra?
Os “frutos” deram-nos a possibilidade de conhecer “como a árvore era boa”. Apreciando o trabalho que se realiza nestes colégios, tanto com os filhos como com os pais, começamos a compreender o valor da Obra.
- Como marido e como pai, que mensagem pensa ter recebido de Josemaria Escrivá?
O fundador da Obra dizia que a família é como um altar. A minha ocupação consiste sobretudo em estar presente e em dedicar o mais possível à minha mulher e aos meus filhos. Para chegar a isto não preciso de fazer nada de muito extraordinário. Basta pôr amor nas coisas do dia a dia. Também nas ações mais simples. Lembrar-me, por exemplo, de ter um pensamento carinhoso para a minha mulher, ou esforçar-me por ouvir os filhos.
- Hoje, a ideia de família numerosa parece não estar na moda. Que significa para si ter tantos filhos?
Pessoalmente estou feliz por saber que os nossos filhos são também filhos de Deus. A formação do Opus Dei tem-me ajudado a compreender que a minha mulher e eu colaboramos com o Senhor, ajudando os nossos filhos a crescerem e a prepararem-se para a vida. Tudo isto não é um peso, mas uma imensa alegria. Obviamente que se trata de um compromisso. Às vezes não é fácil ter paciência e não perder a cabeça, mas o desafio do cristão, no fundo, é precisamente este: esforçar-se cada dia por ser melhores pais. Corrigirmo-nos e ajudarmo-nos reciprocamente. Começar e recomeçar, como ensinava Josemaria Escrivá.
- Este ensinamento é válido também para a vida matrimonial?
Também na relação entre marido e mulher é necessário começar e recomeçar. É necessário atribuir um significado sempre novo à expressão, “quero-te”, que se repete em cada dia. Não é em vão que Josemaria Escrivá convida a transformar em poesia a prosa da vida quotidiana. Isto é o que todos os enamorados deviam esforçar-se por fazer.
- Que importância teve a formação do Opus Dei na vossa vida conjugal?
Eu e a minha mulher estamos sempre identificados, mas a Obra uniu-nos ainda mais. Agora compreendemo-nos mais facilmente. Basta um olhar para rapidamente nos entendermos. Isto sucede porque temos a alegria de fazermos juntos algumas coisas importantes. Por exemplo, começamos o dia assistindo à Missa. Rezamos, um ao pé do outro. Trata-se de um momento de união muito forte, que nos dá energia para enfrentar os compromissos quotidianos. Depois, quando nos tornamos a encontrar ao fim da tarde, depois de um dia de trabalho, tentamos deixar de lado o cansaço e manifestar novamente o nosso amor. Josemaria Escrivá encarecia muito a importância desse momento de tornar a encontrar-se em casa. Aconselhava a mulher a mostrar-se atraente, sorridente, acolhedora. E o marido a manifestar carinho, com um gesto de ternura sempre novo.
A televisão propõe às vezes modelos de família descaradamente falsos. Os anúncios da televisão mostram pais muito atraentes que tomam o pequeno-almoço sem pressas, rodeados de crianças muito despertas que parece não terem de ir para a escola. Que pensa ao ver estas imagens?
Vem-me à cabeça o que dizia o fundador da Obra a propósito da santidade. Ele não gostava das antigas biografias em que os santos eram descritos como seres infalíveis e perfeitos. Josemaria Escrivá ensinou-nos que na vida de cada um de nós, podem existir momentos em que há quedas. Mas o importante é levantar-se logo e encontrar a força para recomeçar. O mesmo se pode aplicar à vida em família. Os pais-modelo dos anúncios publicitários não são reais, tal como os santos descritos em certas biografias. Não existem super-homens. Existem, contudo, muitas pessoas de boa vontade que se esforçam por santificar, com amor, os pequenos e grandes acontecimentos da vida cotidiana.