Somente com a oração

Ao empreenderes cada jornada para trabalhar junto de Cristo e atender tantas almas que O procuram, convence-te de que não há senão um caminho: recorrer ao Senhor. - Somente na oração, e com a oração, aprendemos a servir os outros! (Forja, 72)

A oração é a vida do coração novo e deve nos animar a cada momento. Nós, porém, esquecemo-nos daquele que é nossa Vida e nosso Tudo. Por isso os Padres espirituais, na tradição do Deuteronômio e dos profetas, insistem na oração como “recor­dação de Deus”, como um despertar frequente da “memória do coração”: “É preciso se lembrar de Deus com mais frequência do que se respira”. Mas não se pode orar “sempre”, se não se reza em certos momentos, por decisão própria: são os tempos fortes da oração cristã, em intensidade e duração (Catecismo da Igreja Católica, 2697)

Procura encontrar diariamente uns minutos dessa bendita solidão que tanta falta te faz para teres em andamento a vida interior.

Caminho, 304

Tu - como todos os filhos de Deus - necessitas também da oração pessoal: dessa intimidade, desse relacionamento direto com Nosso Senhor- diálogo a dois, cara a cara -, sem te esconderes no anonimato.

Forja, 534

Conscientes dos nossos deveres, como podemos passar um dia inteiro sem nos lembrarmos de que temos alma? Da meditação diária deve nascer a retificação constante, para não sairmos do caminho.

Sulco, 444

Se se abandona a oração, primeiro vive-se das reservas espirituais..., e depois, da trapaça.

Sulco, 445

É necessário, pois, que a nossa fé seja viva, que nos leve realmente a crer em Deus e a manter um diálogo constante com Ele. A vida cristã deve ser vida de oração contínua, que procura estar na presença do Senhor da manhã até à noite e da noite até à manhã. O cristão não é nunca um homem solitário, porque vive num contínuo colóquio com Deus, que está junto de nós e nos céus.

Sine intermissione orate, prescreve o Apóstolo, orai sem interrupção. E Clemente Alexandrino escreve, recordando esse preceito apostólico: Manda-se que louvemos e honremos o Verbo, a quem conhecemos como salvador e rei; e por Ele ao Pai, não em dias escolhidos, como fazem os outros, mas constantemente, ao longo de toda a vida e de todas as formas possíveis.

No meio das ocupações de cada dia, no momento de vencer a tendência para o egoísmo, ao sentir a alegria da amizade com os outros homens, em todos esses instantes o cristão deve reencontrar Deus. Por Cristo e no Espírito Santo, o cristão tem acesso à intimidade de Deus Pai, e percorre o seu caminho em busca desse reino que não é deste mundo, mas que neste mundo se incoa e se prepara.

É preciso procurar Cristo na Palavra e no Pão, na Eucaristia e na Oração. E tratá-lo como se trata um amigo, um ser real e vivo como é Cristo, porque ressuscitou. Cristo, lemos na Epístola aos Hebreus, como permanece sempre, possui eternamente o sacerdócio. Daí que pode perpetuamente salvar aqueles que por seu intermédio se apresentam a Deus, posto que está sempre vivo para interceder por nós.

É Cristo que passa, 116