Roma aplaude o filme de Joffé sobre São Josemaria Escrivá

Antes da estréia mundial nos cinemas, Roland Joffé apresentou “Encontrarás dragões” a personalidades do Vaticano. O filme estreará em maio nos Estados Unidos e, em seguida, em numerosos países.

“Encontrarás dragões” foi apresentado no último dia 21 de março, em Roma, pelo seu diretor, Roland Joffé, diante de representantes da Igreja e da cultura no Colégio Pontifício da América do Norte.

D. ECHEVARRÍA: “HOMENAGEM AOS SACERDOTES”

Javier Echevarría, prelado do Opus Dei, sucessor de São Josemaria, assinalou: “Agradeço a Deus por este filme. Gosto de vê-lo como uma homenagem a tantos milhares de sacerdotes de muitos anos atrás, mas também aos atuais, que gastam sua vida com alegria no serviço das almas, no serviço da sociedade”.

“O filme se desenvolve no meio deste grande desastre que é uma guerra, ainda maior quando é um conflito civil. No entanto, fica bem patente esta ideia que viveu e pregou constantemente São Josemaria: que o cristão deve saber querer, saber amar também as pessoas que não nos compreendem, que não nos amam, e imitar deste modo a Jesus Cristo.”

D. Javier Echevarría e Roland Joffé

“O filme – acrescentou D. Echevarría – trouxe-me muitíssimas recordações sobre São Josemaria. Por exemplo, quando nos dizia com frequência que pensássemos em Jesus na cruz, que soube abrir os braços para acolher às pessoas da direita, da esquerda, do centro e fazer-se uma mesma coisa com elas.

O filme, que estreou recentemente em vários cinemas da Espanha, evoca os anos de juventude do fundador do Opus Dei (Charlie Cox) e sua atitude diante da guerra. Robert (Dougray Scott) é um jornalista que, ao pesquisar a figura do fundador da “Obra” para escrever uma ampla reportagem, descobre que seu pai, Manolo (Wes Bentley), com quem não possui nenhum contato há oito anos, foi amigo de Escrivá durante sua infância. A partir desse momento, a trama leva o jornalista, e com ele o público, a descobrir surpresas inimagináveis, que mudarão para sempre sua vida.

SUSANNA TAMARO: “FARÁ BEM ÀS NOVAS GERAÇÕES”

A escritora Susanna Tamaro

A escritora italiana Susanna Tamaro, autora do romance "Và dove ti porta il cuore", traduzido em mais de 35 idiomas, considera que o filme está "muito bem dirigido e é muito eficaz, do ponto de vista dramatúrgico".

"A decisão de narrar a história seguindo vicissitudes opostas de dois amigos de infância permite destacar a importância da liberdade que Deus nos deu para aumentar o mal no mundo ou tentar que ele diminua", acrescenta Tamaro, que estudou cinema e fez documentários científicos.

"O filme faz jus à figura do jovem Josemaria, mostrando com eficácia sua natureza, desde a infância, totalmente voltada para o amor, o bem e o perdão. Tenho certeza de que este filme pode fazer muito bem às novas gerações, órfãs de figuras dignas de serem admiradas e imitadas", explicou.

MORRICONE: “ALTÍSSIMA QUALIDADE”

Joaquim Navarro-Valls e Ennio Morricone

Ennio Morricone, que fez a inesquecível trilha sonora do famoso filme do diretor britânico, "A Missão", afirma: "Com este filme, Roland Joffé confirma o seu talento, sua grandeza de diretor profundo, de altíssima qualidade. Neste filme, ele confirma o que sempre foi: um grande diretor".

O cardeal Giovanni Cheli, presidente emérito do Conselho Pontifício para os Migrantes e Itinerantes, aos seus quase 90 anos, reconheceu que no filme "se vê bastante o espírito de São Josemaria Escrivá: um caráter forte. Éramos muito, muito bons amigos, me queria muito, e espero que continue me amando, agora que eu preciso dele", concluiu o cardeal italiano.

O produtor e o diretor de “Encontrarás dragões” saúdam ao Cardeal Stafford

Por sua parte, o cardeal Julián Herranz Casado, que conviveu com São Josemaria durante vinte e dois anos em Roma, até 1975, confessou: "Eu gostei muito e acho que o filme reflete muito bem o caráter de São Josemaria. Aqui aparece jovem, mas na verdade ele foi jovem até a sua morte".

"A mensagem do filme é muito atual, porque fala do que é necessário para que haja verdadeira paz, que é saber conviver, perdoar, porque isso é necessário", acrescentou o cardeal. "Toda convivência, desde o casamento até as grandes convivências humanas, baseia-se em saber perdoar, saber compreender que há defeitos que precisam ser perdoados; e saber colocar uma boa dose de calor humano e de sentido sobrenatural, que é o que permite ir longe", esclareceu o cardeal Herranz.

O Cardeal Giovanni Battista Re e Roland Joffé

Na apresentação, Joffé, conhecido como agnóstico e de esquerda, disse que "There be Dragons" é um filme sobre crentes e não-crentes. E confessou que a frase de Josemaria que mais o impressionou é a seguinte: "Todos nós somos santos em potência", ou seja, capazes de vencer nossos dragões: o ódio e o desejo de vingança...

Os cardeais Herranz, Re, Chelli e Baldelli

Fonte: Zenit e outras agências

    Jesús Colina // Agencia Zenit