Que significa para você ser católico na vida corrente?

Esta questão foi apresentada a sete personalidades do mundo católico holandês e as respostas publicadas no livro Onderstroom; wij zijn de tijden.

Micha Hollestelle, licenciado em Ciências Sociais e com o mestrado em Apoio ao Desenvolvimento, trabalha atualmente em Joanesburgo como consultor de paz e desenvolvimento, diz na sua resposta como foi encontrando na doutrina social da Igreja Católica inspiração para o seu trabalho.

Depois de citar a encíclica Pacem in Terris, de João XXIII, e João Paulo II, e de fazer referência à missão do leigo segundo o Vaticano II, afirma: “É surpreendente que o Opus Dei, uma Prelazia considerada como conservadora, se antecipasse desde o princípio à teologia do laicato”.

“O elo perdido entre ser católico e comportar-se como católico é um pensamento central da conhecida Prelazia do Opus Dei. O Opus Dei (Obra de Deus) foi fundado em 1928, mais de 35 anos antes do Concílio Vaticano II com o único fim de que homens e mulheres de todas as raças e classes sociais, no meio das realidades e circunstâncias normais, amem e sirvam a Deus e os outros em e através do seu trabalho”.

A missão do Opus Dei é difundir a mensagem de que no trabalho e nas circunstâncias normais da vida se pode encontrar Deus, servir o próximo e melhorar a sociedade.

“A missão do Opus Dei – continua – é difundir a mensagem de que no trabalho e nas circunstâncias normais da vida se pode encontrar Deus, servir o próximo e melhorar a sociedade. Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei, era claro ao afirmar que um católico não pode viver uma vida dupla. A vida interior deve manifestar-se na vida familiar, profissional e na sociedade”.

“Este modo de pensar, além de conferir ao católico uma missão no mundo, dispõe-no, quando a realiza, a aproximar-se cada vez mais de Deus, a ser mais santo. No pensamento de Escrivá a santidade, ou melhor dito, a luta para a alcançar, ocupa um lugar chave. Mas isto é mais simples de dizer do que de fazer. Não é nem mais nem menos do que viver, trabalhar e atuar como Cristo trabalhou e atuou, ser um apóstolo de verdade. Para Escrivá o apostolado do leigo não é só um dever, é também algo que vale a pena, é um louvor a Deus. Mais ainda, é assim que vê a evangelização. Trabalhando com as pessoas com o espírito de Cristo, ao pôr em prática a Sua palavra na realidade de cada dia, ajudamos os outros a aproximarem-se de Deus. Só quando vivemos bem segundo o Evangelho, os outros verão as obras do Senhor: ver o bem, leva a fazer o bem”.

Trabalhando com as pessoas com o espírito de Cristo, ao pôr em prática a Sua palavra na realidade de cada dia, ajudamos os outros a aproximarem-se de Deus.

“O que me atrai especialmente, aquilo em que realmente acredito, é na relação do trabalho com a santidade. Uma boa explicação do que implica santificar-se no trabalho cotidiano lê-se numa entrevista recente a uma pessoa do Opus Dei: “Antes de ser do Opus Dei trabalhava numa lavanderia do meu pai. Nessa época quando recebia uma camisa com pequenas manchas não lhes dava importância e deixava-as como estavam… mas agora não faço o trabalho só para o meu cliente, estou fazendo-o por Deus, e agora que vejo as coisas com olhos de eternidade, vejo que tudo tem importância”.

“Isto é pôr em prática o nosso dever de ser testemunhas da verdade cumprindo as nossas obrigações para com os outros. Ao mesmo tempo este modo de atuar é reconhecer as famosas palavras que o Filho do Homem pronunciará no dia do Juízo Final: “Na verdade vos digo que, quanto fizestes a um destes meus irmãos mais pequenos, a Mim mo fizestes”.

Do livro: Onderstroom; wij zijn de tijden, editado por Katholiek Netwerk e KRO