Perguntas e respostas sobre o Congresso geral ordinário (2025)

Apresentamos algumas perguntas e respostas preparadas pelo Escritório de Comunicação do Opus Dei a respeito do 10.º Congresso geral ordinário, que se realizará de 23 de abril a 5 de maio de 2025.

Perguntas e respostas sobre o Congresso geral ordinário (2025)

Sobre o Congresso geral ordinário

O que é o Congresso Geral Ordinário e quando foram realizados os anteriores?

Que temas abordará o Congresso Geral Ordinário de 2025?

Como é realizado o Congresso?

Quem são as pessoas convocadas para o Congresso?

Sobre as Assembleias regionais

Um dos temas do Congresso diz respeito às Assembleias regionais: o que são essas Assembleias?

Quando as Assembleias regionais começaram?

Como participar das Assembleias regionais?

As Assembleias regionais de 2024 tiveram um foco temático?

Como se desenvolveram as Assembleias regionais de 2024?

Sobre os Estatutos do Opus Dei

Por que a Santa Sé solicitou uma adaptação dos Estatutos?

Quem tem competência para modificar os Estatutos do Opus Dei?

Qual é o papel do Congresso com relação aos Estatutos?

Qual foi o processo seguido para a adaptação dos Estatutos e quais são as próximas etapas?

Haverá alguma informação sobre os Estatutos no final do congresso?

Qual é a importância do aspecto jurídico para a vitalidade da instituição?

Alguns observadores interpretaram as novas regras sobre prelazias pessoais como uma redução de influência. É verdade?

Como as possíveis modificações dos Estatutos podem afetar os membros da Obra em sua vida cotidiana?

Outras perguntas e respostas

  • Sobre o motu proprio Ad charisma tuendum
  • Sobre o motu proprio relativo às prelazias pessoais 

Sobre o Congresso geral ordinário

O que é o Congresso Geral Ordinário e quando foram realizados os anteriores?

De acordo com os Estatutos do Opus Dei, os congressos ordinários são reuniões realizadas a cada oito anos para fazer um balanço do trabalho realizado e indicar algumas diretrizes para a ação evangelizadora dos membros do Opus Dei, sacerdotes e leigos (homens e mulheres, casados e solteiros). Também são renovados os cargos do Conselho Geral e da Assessoria Central.

O último Congresso Geral ordinário do Opus Dei (9º) foi realizado após o Congresso Geral eletivo de janeiro de 2017, no qual, após a morte de D. Javier Echevarría, foi eleito Mons. Fernando Ocáriz, posteriormente nomeado Prelado do Opus Dei pelo Papa Francisco. Em 14 de fevereiro de 2017, Monsenhor Ocáriz publicou uma carta com as principais conclusões do Congresso. O Congresso Geral anterior (8º) havia sido realizado em abril de 2010.

Que temas abordará o Congresso Geral Ordinário de 2025?

O Prelado do Opus Dei explicou (mensagem de 25 de janeiro) que os dois temas principais serão: estudar em profundidade a proposta de mudanças nos Estatutos solicitada pela Santa Sé, e estudar as conclusões das Assembleias regionais que se realizaram no último ano em todas as circunscrições territoriais da Obra.

Como é realizado o Congresso?

O Congresso se desenvolverá em duas sessões, uma para homens e outra para mulheres, com um programa semelhante. Na primeira parte do congresso, o Prelado informará os participantes sobre o trabalho apostólico e formativo desde o último Congresso Geral ordinário e sobre a implementação das diretrizes estabelecidas na carta de fevereiro de 2017 (ver n. 3.2). Em particular, será apresentado o estado dos trabalhos de revisão dos Estatutos do Opus Dei, que posteriormente serão submetidos à aprovação da Santa Sé.

A segunda parte do congresso será dedicada ao estudo das conclusões e propostas que surgiram das Assembleias regionais realizadas em todas as circunscrições da Prelazia durante o ano de 2024 (ver n. 3.3 b). Em seguida, será redigido um documento de conclusões, que será submetido ao voto dos congressistas e das congressistas.

Além disso, em cada uma das sessões, todos os cargos do Conselho Geral e da Assessoria Central do Opus Dei são revisados (nomeação ou renovação), respectivamente, por meio de uma proposta do Prelado ao Congresso. Uma vez concluído o Congresso, o Prelado, junto com seus órgãos centrais, procede à revisão de todos os cargos de governo em nível regional.

Quem são as pessoas convocadas para o Congresso?

Todos os congressistas foram convocados. Os congressistas são homens e mulheres nomeados de acordo com o indicado pelos Estatutos (n. 130, § 2 e 133, § 3). Para ser congressista, é preciso ter pelo menos 32 anos de idade e 9 de incorporação definitiva à prelazia. São nomeados pelo prelado entre os membros dos países onde a Obra exerce seu apostolado, com o voto deliberativo dos organismos de governo centrais (Conselho para os homens e Assessoria para as mulheres) e tendo em conta o parecer da circunscrição de origem. Todos os congressistas são membros numerários e uma grande maioria realizou ou realiza atualmente trabalhos de governo na Prelazia em diversas circunscrições. Isso facilita o conhecimento dos desafios apostólicos dos lugares em que vivem e trabalham. Outros exercem suas profissões em diferentes áreas da sociedade, sem ocupar cargos de liderança ou de governo.

Outros fiéis da prelazia também podem ser convocados pelo prelado como especialistas, com voz, mas sem voto (n. 130, § 4).

O número de congressistas participantes é 279, sendo 127 mulheres (45,5%) e 152 homens (54,5%). Eles são provenientes dos cinco continentes: África (6,8%), América (37,3%), Ásia (5,7%), Europa (48,7%) e Oceania (1,4%). Esta proporção corresponde ao número total de fiéis do Opus Dei que vivem nos respectivos continentes. Participarão 95 sacerdotes, que representam 34% dos congressistas. Em relação à idade, a congressista mais jovem tem 37 anos e o mais velho 91 anos.

Sobre as Assembleias regionais

Um dos temas do Congresso diz respeito às Assembleias regionais: o que são essas Assembleias?

As Assembleias regionais, também chamadas semanas de trabalho, são um instrumento previsto nos Estatutos do Opus Dei (n. 162-170) para que em cada circunscrição se estudem os temas mais relevantes para a formação e a missão apostólica dos seus membros, e se faça um balanço do tempo decorrido desde a assembleia anterior (n. 162). As Assembleias são realizadas de dez em dez anos e convocadas pelo Vigário Regional por mandato do Prelado (n. 164). São um instrumento consultivo, que permite reunir as reflexões e opiniões de todos os membros da Obra para promover o trabalho apostólico em cada país e em cada momento histórico.

A fase inicial, em que se incentiva uma ampla participação, consiste na preparação de experiências, sugestões, propostas etc., por parte dos fiéis da Prelazia, cooperadores e amigos, sobre o tema proposto (n. 167).

Depois da fase inicial, que deve durar pelo menos dois meses, começa uma fase de compilação e síntese de todas as propostas feitas, bem como das propostas das pessoas que participam da fase final, a fim de elaborar o documento de trabalho para a reunião conclusiva (n. 168).

Depois começa a fase conclusiva, com a reunião presencial dos convocados (n. 166) sob a presidência do Prelado ou de seu delegado (n. 165).

As conclusões da assembleia são enviadas ao Prelado (n. 169); que, como nesta ocasião, pode decidir que elas sejam estudadas pelo Congresso antes de sua aprovação, para que possam ser traduzidas em orientações concretas por meio dos órgãos ordinários do governo.

Quando as Assembleias regionais começaram?

A descrição dos inícios está recolhida no artigo “As semanas de trabalho nos anos fundacionais” publicado na revista Studia et Documenta do Instituto Histórico São Josemaria. São Josemaria convocou a primeira em 1943, em Madri, com a participação de 16 pessoas; no caso das mulheres, a primeira foi realizada em 1948. A partir de 1955, foram realizados em cada região.

Como participar das Assembleias regionais?

Desde o início, São Josemaria entendeu a importância da participação de todos, e isso está expresso no ponto 167 dos Estatutos. Em cada região, se define o modo de participação e a metodologia, que se articularão em torno de diferentes modalidades: conversas, atividades de formação, reuniões de grupo etc., para que todos tenham a oportunidade de participar

As Assembleias regionais de 2024 tiveram um foco temático?

As Assembleias regionais realizadas em 2024 tiveram como título “A caminho do centenário da Obra”. O objetivo foi incentivar as pessoas do Opus Dei, cooperadores e amigos a refletirem sobre os projetos evangelizadores dos próximos anos, sobre como contribuir para responder aos desafios do tempo presente a partir do espírito do Opus Dei e como celebrar o centenário em cada lugar (a partir de 2028). De fato, as contribuições dos participantes foram feitas tomando como referência o documento “A caminho do centenário da Obra. Aprofundar no carisma e renovar o nosso desejo de servir a Deus, à Igreja e à sociedade”

Como se desenvolveram as Assembleias regionais de 2024?

No total, cerca de 55.000 pessoas de 70 países enviaram sugestões. Além disso, cerca de 3.000 grupos de trabalho foram organizados em torno de vários temas relacionados à vivência da mensagem do Opus Dei e aos desafios e formas de promover o trabalho apostólico. As três questões mais presentes nessas conversas foram a família, o trabalho e a formação para a missão. Também se refletiu sobre muitas questões de relevância atual: desde as necessidades sociais prementes em cada país e os principais desafios de evangelização que a Igreja enfrenta, até os aspectos da mensagem do Opus Dei que poderiam ser explorados com maior profundidade.

Entre outras conclusões, os participantes consideraram que as principais contribuições da formação oferecida pela Obra são: facilitar o encontro com Cristo na vida cotidiana, o acompanhamento espiritual e a formação teológica e doutrinal sobre a mensagem cristã, precisamente para poder vivificar o mundo a partir de dentro. Todos esses materiais servirão de base para os estudos e propostas do Congresso Geral Ordinário do ano 2025. Mais informações aqui.

Sobre os Estatutos do Opus Dei

Por que a Santa Sé solicitou uma adaptação dos Estatutos?

A revisão dos estatutos do Opus Dei faz parte de uma reforma mais ampla da cúria vaticana. Em 2022, o Papa Francisco promulgou a constituição apostólica Praedicate Evangelium, que reformou a Cúria Romana e ressaltou seu serviço missionário. Dentro dessa reforma, o papel de alguns dicastérios foi reorganizado; entre outras mudanças, o Dicastério para o Clero assumiu a competência pelas prelazias pessoais. Poucos meses depois, o Papa Francisco promulgou o motu proprio Ad charisma tuendum e, em 2023, outro motu proprio “Sobre a modificação dos cânones 295-296 relativos às prelazias pessoais”. Esses dois motu proprio tornaram necessária a adequação dos Estatutos às suas disposições. Em Ad charisma tuendum, determina-se que “os Estatutos próprios da Prelazia do Opus Dei devem ser devidamente adaptados; a própria Prelazia deve fazer uma proposta, e serão aprovados pelos órgãos competentes da Sé Apostólica”.

Quem tem competência para modificar os Estatutos do Opus Dei?

É da competência da Santa Sé tanto a modificação dos Estatutos como a introdução de novos preceitos, que podem ser feitos a pedido do Congresso Geral do Opus Dei (cf. Estatutos, n. 181). Quando a iniciativa parte da Prelazia, para garantir a certeza jurídica da necessidade de tais mudanças, os Estatutos atuais preveem que sejam propostas e ratificadas no curso de três Congressos Gerais (n. 181, § 3). No cenário atual, como foi a Santa Sé que solicitou a proposta de mudanças, o procedimento e os prazos estabelecidos no n. 181, § 3, não se aplicam.

Qual é o papel do Congresso com relação aos Estatutos?

A Santa Sé, por meio do Dicastério para o Clero, considerou oportuno que, como estava previsto um Congresso ordinário durante o desenvolvimento do trabalho de adaptação, este tivesse a possibilidade de avaliar o texto, antes de submetê-lo à aprovação da Santa Sé. O papel do Congresso, portanto, é essencialmente consultivo.

Qual foi o processo seguido para a adaptação dos Estatutos e quais são as próximas etapas?

O processo teve duas etapas. Na primeira, em 2023, foi realizada uma consulta geral a todos os membros do Opus Dei sobre possíveis ajustes nos Estatutos, à luz do Ad charisma tuendum. Com essas sugestões, foi elaborada uma minuta que foi levada ao Congresso Extraordinário convocado para esse fim por Mons. Fernando Ocáriz, em abril de 2023.

Após a publicação de um segundo motu proprio em agosto de 2023 (“Sobre a modificação dos cânones 295-296 relativos às prelazias pessoais”), começou uma segunda etapa. O trabalho consistiu na formação de dois grupos de especialistas, um do Dicastério para o Clero e outro da Prelazia do Opus Dei. O modus operandi se baseou em duas premissas: primeiro, a obediência filial às indicações dadas pelas autoridades e, segundo, a tutela do carisma do Opus Dei, como pediu o Papa Francisco na introdução do motu proprio Ad Charisma tuendum. Após uma série de reuniões de estudo e trabalho de ambas as partes, a Prelazia apresentou uma proposta de Estatutos com as modificações pertinentes. Dessa forma, e após as observações do Dicastério, será redigida uma minuta final que, após o Congresso ordinário mencionado acima, será submetida novamente à Santa Sé. É previsível que o Santo Padre aprove os Estatutos.

Haverá alguma informação sobre os Estatutos no final do congresso?

Assim que os Estatutos forem aprovados pela Santa Sé, será disponibilizado no site o texto dos Estatutos alterados e amplas informações. No entanto, é compreensível que a Prelazia não possa fornecer detalhes até que os Estatutos tenham sido aprovados pelo Papa, que é o legislador competente. Portanto, não está prevista nenhuma comunicação pública da proposta final de modificação dos Estatutos pelo Opus Dei, mas eles serão deixados diretamente nas mãos da Santa Sé.

Qual é a importância do aspecto jurídico para a vitalidade da instituição?

A configuração jurídica é relevante em qualquer instituição da Igreja. O Opus Dei pode ser visto a partir de uma dimensão jurídica e ao mesmo tempo a partir de uma dimensão carismática. Um dos objetivos do direito é salvaguardar o carisma e estabelecer as melhores condições para que ele dê frutos em benefício de toda a Igreja, contribuindo para a evangelização com base nas características de seu carisma.

Alguns observadores interpretaram as novas regras sobre prelazias pessoais como uma redução de influência. É verdade?

A mesma pergunta foi feita ao Papa Francisco em uma entrevista para um livro. Ele respondeu: “Não concordo. É uma interpretação tipicamente mundana, alheia à dimensão religiosa. Por um lado, o Opus Dei - que ainda é uma prelazia - não é o único que passou por uma reorganização durante meu pontificado. Estou pensando, por exemplo, em Comunhão e Libertação, na Comunidade de Santo Egídio e no Movimento dos Focolares. O Opus Dei se reportava à Congregação para os Bispos, mas agora se reportará à Congregação para o Clero, como previsto para as prelazias pessoais. Isso significa que o relatório sobre seu trabalho não será mais quinquenal, mas anual. Quanto ao fato de que a pessoa que está à frente não será mais promovida ao episcopado, a decisão - como diz claramente o decreto - tem a intenção de reforçar uma forma de governo baseada não tanto na autoridade hierárquica, mas sobretudo no carisma que, no caso do Opus Dei, implica a busca da santificação por meio do trabalho e dos compromissos familiares e sociais” (El pastor, Sergio Rubin e Francesca Ambrogetti, Ediciones B, março de 2023).

Como as possíveis modificações dos Estatutos podem afetar os membros da Obra em sua vida cotidiana?

Poderemos conhecer esses aspectos quando a Santa Sé publicar os Estatutos atualizados, mas na vida cotidiana de seus membros trata-se precisamente de salvaguardar os aspectos essenciais do carisma.

O motu proprio que solicita essas modificações é um chamado a tomar consciência do potencial do carisma do Opus Dei na missão da Igreja. Como diz o Santo Padre, “segundo o dom do Espírito recebido por São Josemaria Escrivá, de fato, a Prelazia do Opus Dei, com a orientação do seu Prelado, realiza a tarefa de difundir o chamado à santidade no mundo, através da santificação do trabalho e dos compromissos familiares e sociais”. Como é o próprio Papa que recorda essa responsabilidade, os fiéis do Opus Dei se sentirão impulsionados a aprofundar cada vez mais esse carisma e a discernir, à luz do Espírito Santo, como encarná-lo nas novas situações de nosso mundo.

Outras perguntas e respostas

  • Sobre o motu proprio Ad charisma tuendum (ver aqui)
  • Sobre o motu proprio relativo às prelazias pessoais (ver aqui)