O impacto do livro “Caminho” na vida de Encarnita

Em fevereiro de 1992, Encarnita Ortega contava a um grupo de estudantes universitárias o impacto que a leitura do livro escrito por São Josemaria teve em sua vida.

Em 1992, poucos meses antes da beatificação do fundador do Opus Dei, Encarnita Ortega teve um encontro informal com um grupo de universitárias na Residência Goroabe, em Pamplona. Recordou especialmente o início da Obra entre as mulheres. Uma das estudantes perguntou sobre seu primeiro encontro com São Josemaria, e ela respondeu que, na verdade, antes havia encontrado Caminho, o conhecido livro do fundador do Opus Dei.

Encarnita lembrou esse encontro (1941), a sua primeira reação ao lê-lo, que recordava claramente: “Eu tinha lido Caminho e fiquei muito impressionada. Parecia-me um livro completamente diferente de outros livros de espiritualidade que eu havia lido. Primeiro, a edição do livro, que era muito bonita. E depois aqueles pensamentos incisivos do Padre. Fiquei muito impressionada com o número 1, era uma novidade para mim. Que a tua vida não seja uma vida estéril. Sê útil. Deixa rasto. Ilumina com o resplendor da tua fé e do teu amor”.

Estas palavras ficaram gravadas na sua alma, com o incendeia todos os caminhos da terra com o fogo de Cristo que levas no coração. “Imaginei um avião deixando uma trilha no céu... Eu era jovem e pensava um pouco romanticamente. Mas, acima de tudo, ninguém gosta de ser inútil e senti que o nosso Padre me incentivava a continuar. Um horizonte completamente novo se abriu para mim também com aquele pensamento que diz: De que tu e eu nos portemos como Deus quer – não o esqueças – dependem muitas coisas grandes (n. 755). Esta responsabilidade nunca havia passado pela minha cabeça. Foi uma descoberta verdadeiramente emocionante, a vida vale muito mais a pena se grandes coisas dependem de nós.... Porque todos sonhamos em fazer algo grandioso na vida...”.

Os sonhos da Encarnita naquela época coincidem com os sonhos de muitos jovens de hoje e de sempre. Encarnita sabe disso e incentiva projetos para o futuro. As estudantes que a ouviam naquele 15 de fevereiro em Pamplona tinham aproximadamente a mesma idade que ela quando ela leu Caminho com paixão juvenil “quase de uma só vez”, como costumava dizer. Mas o que era realmente entusiasmante era ver e ouvir, cinquenta anos mais tarde, aquela mulher que tornou real o “não se esqueça” do ponto 755 de Caminho com tanta fidelidade.

Este encontro com Caminho, foi um precursor da descoberta da sua vocação. Com o frescor do inesquecível, Encarnita registrou por escrito a história do chamado que recebeu de Deus através do fundador do Opus Dei, em março de 1941: “eu tinha lido a primeira edição de Caminho poucos dias antes; e quando soube que o autor daquele livro ia dirigir o retiro, decidi participar, para ver como falava uma pessoa que escrevia assim”. Ficou impressionada com a maneira como São Josemaria falava sobre o Amor.

Esse acontecimento inesperado iluminou toda a sua vida. Deus a tinha preparado através do sofrimento, e também nas alegrias simples, no carinho recebido e nas virtudes aprendidas na vida familiar. Encarnita sentiu-se, desde o primeiro momento, comprometida com Deus. Recebeu um chamado pessoal, sabendo que, em seu diálogo com Deus, havia um “eu” e um “você”. A sua relação com Ele era íntima e filial. A fidelidade se tornou o Norte de sua vida.


Preparado com base no livro de Maite del Riego. Encarnita Ortega: hablando de tú a Dios, ed. Palabra, pp. 20 e 24.