“Meu pai foi meu melhor educador”

Em março, foi apresentada uma biografia de Tomás Alvira na cidade onde nasceu, Villanueva de Gállego (Zaragoza). Além disso, inaugurou-se uma exposição fotográfica, que reúne imagens da família e contemporâneos de Tomás Alvira e sua esposa, Francisca Domínguez.

Alfredo Méndiz, Maria Isabel Alvira, a representante da Prefeitura e José Carlos Martín de la Hoz

Na cidade aragonesa de Villanueva de Gállego, um bom grupo de conterrâneos de Tomás Alvira, famoso professor de Ciências Naturais do Instituto Nacional Ramiro de Maeztu de Madri, reuniu-se com muitas pessoas, familiares e amigos da cidade próxima a Zaragoza e outros lugares para assistir à apresentação da biografia documentada.

Antes da celebração do ato, os moradores da cidade e os que vieram de fora visitaram uma exposição fotográfica que reúne imagens – na cidade e em outros lugares – da família e contemporâneos de Tomás Alvira e sua esposa, Francisca Dominguez Susín, e de seus oito filhos. Junto a outras fotografias mais atuais pode-se apreciar o grande desenvolvimento ocorrido em Villanueva desde o nascimento de Tomás até o presente.

O discurso de Maria Isabel Alvira, doutora em filosofia e filha do homenageado, foi muito aplaudido por seu caráter emocional e pessoal. Maria Isabel cursou a faculdade e fez o doutorado na Sorbonne e vive em Paris desde então. Com a frase: “Meu pai foi meu melhor educador” resumiu a dedicação de Tomás a cada um de seus filhos e paralelamente, no relacionamento com alunos e pais de família, ao longo de sua extensa carreira docente.

Alfredo Méndiz, autor de “Tomás Alvira, Vida de um Educador (1906-1992)”, que trabalha há muitos anos em Roma, traçou as características da extraordinária personalidade de Tomás Alvira, sem deixar de aludir a um tema tão atual como a conciliação entre trabalho e família e a capacidade de relacionar-se com pessoas e famílias de todos os tipos.

Por fim, José Carlos Martín de la Hoz, sacerdote, teólogo e historiador, como postulador diocesano da Causa de Canonização de Tomás Alvira e Francisca Dominguez Susín, sua esposa, comentou brevemente a seriedade e o rigor jurídico com que foram realizadas esta Causa de beatificação e canonização e seu estado atual, agora em sua fase romana. Encerrou a sua breve intervenção aconselhando aos fiéis presentes ao evento que pedissem a Deus, por intercessão de Tomás e Paquita, todas as suas necessidades espirituais e materiais.

Tanto o ato como a exposição fotográfica foram organizados e presididos pelo Departamento de Cultura da Câmara Municipal, que aproveitou a ocasião para dar as boas-vindas às pessoas que vieram à cidade para a ocasião e ressaltou o prestígio profissional e a categoria pessoal de Tomás como filho de Villanueva e modelo para as novas gerações.


Alguns dias antes, a Universidade Villanueva e Fomento de Centros de Ensino organizaram e acolheram a apresentação da biografia de Tomás Alvira, alguém que foi fundamental na história de ambas as instituições.

De 1965 a 1976 fez parte de Fomento de Centros de Ensino, em 1976 fundou a Escola de Professores para a Promoção dos Centros Docentes, da qual foi diretor até 1986 e que se manteve na Universidade Villanueva.

O Arcebispo de Madri, Cardeal Carlos Osoro, afirmou em seu discurso: “A vida do Sr. Tomás é uma vida comum: um professor de ensino médio, marido, pai, católico... mas seu modo de viver e estar na vida não foi comum, porque o cristão não era um adjetivo: era o substantivo, e moldava sua vida e sua existência”.

Já Alfredo Méndiz destacou as duas atitudes necessárias e complementares de Tomás Alvira na educação: por um lado, guiar e orientar o aluno; e, por outro, compreendê-lo psicologicamente: “Neste segundo direcionamento é quando se realiza a “joalheria” educativa, que procura ajudar cada pessoa a crescer (na vontade, no caráter, na ciência etc.) de acordo com as suas próprias qualidades e predisposições naturais e não de acordo com um modelo de desenvolvimento padrão, igual para todos”.

Por sua vez, Maria Isabel Alvira, a oitava dos nove filhos de Tomás Alvira, falou sobre o que chamou de “a pedagogia do afeto”: “ele achava que, em última análise, essa era a chave de tudo: amar e ensinar a amar”, e aproximou os participantes do evento à figura de seu pai relatando histórias e vivências.