Faltava um documento

Estava cuidando de uns assuntos administrativos para que uma família amiga pudesse passar férias na minha casa.

Estava cuidando de uns assuntos administrativos para que uma família amiga pudesse passar férias na minha casa. Atualmente o governo do meu país é muito restritivo em conceder autorizações de permanência de estrangeiros, sobretudo se procedem de determinados países com grande imigração ilegal nos últimos anos.

Reuni com grande trabalho uma grande quantidade de papeis, e a família que vinha teve de fazer outro tanto no seu país; depois, foi a altura de tratar de tudo no Ministério dos Negócios Estrangeiros e na Embaixada. Quando por fim me apresentei no serviço administrativo que dava a autorização, o funcionário verificou meticulosamente toda a documentação e disse-me que faltava um documento. Tinha revisto a lista muitas vezes e não compreendia como tinha podido omitir aquela exigência. O assunto não era vulgar porque para juntar esse novo requisito teríamos de reiniciar praticamente desde o princípio as negociações no país de origem com um investimento de tempo e de dinheiro que resultavam impraticáveis.

Quando já em casa revi de novo os requerimentos exigidos, vi que faltava essa exigência porque realmente não era aplicável neste nosso caso, mas tentar convencer o funcionário de que se tinha enganado ia ser um assunto quase impossível. Não obstante era a única coisa que podia fazer. Decidi voltar no dia seguinte com a intenção de conseguir que não me pedissem mais do que aquilo que já tinham exigido.

Não tinha tempo de rezar durante nove dias a S. Josemaria mas precisava do seu apoio. Durante todo o trajeto, no metrô, fui repetindo a oração da estampa, rezando também o Pai-Nosso, a Ave-Maria e a Glória que a completam. Sem parar, terminei de rezar uma improvisada novena quando estava mesmo entrando no edifício público em questão.

Atendeu-me outro funcionário muito amável. Quando me perguntou pelo documento fiz-lhe ver que não era necessário nesse caso e, sem mais, deu–me razão. Deu entrada a todo o expediente em curso, não comentou com o seu colega o caso, e consegui a solução no prazo previsto.

Compreendo que esta história pode parecer muito trivial ao lado de curas, conversões e salvamentos em situações de perigo, mas a mim a solução deste problema pareceu-me muito difícil, e estou tão agradecido a S. Josemaria, a quem atribuo o bom desenlace, como se se tratasse de um assunto de grande transcendência.

J. L. G. M., Espanha

22/01/2012