Encontrar Deus sendo mãe, esposa, médica

Por ocasião do dia 14 de fevereiro, Joanna Pestalozzi conta o seu encontro com o Opus Dei.

Sou a mais velha de seis irmãos, crescemos na ilha de Gotlândia (Suécia), onde a única paróquia católica tem apenas 200 fiéis. Os meus pais sempre procuraram garantir uma formação católica a todos nós e empenharam-se para conhecermos outros amigos católicos: uma tarefa nada fácil se tivermos em conta que, na Suécia, só 1% da população é católica.

Como e quando descobriu a mensagem de São Josemaria?

Quando ainda era pequena, o meu pai conheceu um sacerdote da Prelazia do Opus Dei que nos encorajou a procurar um ambiente que correspondesse às exigências educativas dos meus pais. Desde aquela época começamos a viajar regularmente de Gotlândia até Estocolmo (cinco horas de barco e uma hora de trem) para poder participar nas atividades de formação cristã e conhecer outras moças católicas que também frequentavam o centro do Opus Dei em Estocolmo. A minha irmã e eu começamos a frequentar um clube juvenil para receber formação. Durante aqueles dias fomos conhecendo a mensagem de São Josemaria através de tantos exemplos de vida vivida.

Mais tarde, também comecei a ler os livros de São Josemaria, especialmente Caminho. Dois anos depois de viver na residência universitária de Estocolmo, dirigida por pessoas do Opus Dei, compreendi mais a fundo esta mensagem tão maravilhosa.

Qual foi a ideia que mais lhe chamou a atenção?

Sobretudo o fato de que posso ser santa, ou melhor dizendo, que estou chamada a ser santa nas situações normais de cada dia: passando a ferro, cozinhando, brincando, trocando fraldas, sorrindo, tratando os doentes, etc., e tudo isso sem fazer nada de extraordinário. A minha vida do dia-a-dia já é “suficientemente extraordinária” para me permitir que chegue a ser santa, com a condição de fazer bem cada coisa, com a ajuda de Deus.

Como tantas moças, cresci numa família católica; às vezes perguntava-me se Deus não me chamava a ser religiosa. Pensava que era “fácil” afastar-se do mundo e estar “a sós com Deus”. Mas não era esse o meu caminho, Deus chamava-me no mundo, para O encontrar sendo mãe, esposa e médica.

Como vive o espírito do Opus Dei uma mulher jovem, casada, mãe de três filhos e médica? Como é que este espírito mudou a sua vida?

É uma libertação! Quando descobri a minha vocação para o Opus Dei percebi que tinha encontrado o caminho que Deus pensara para mim, que ia na direção certa. Esta segurança dá-me serenidade em todas as circunstâncias da minha vida. Sei que a vocação traz consigo todas as graças necessárias para viver bem cada dia. O espírito do Opus Dei ajudou-me especialmente a descobrir e a sentir-me orgulhosa de ser filha de Deus e nesta realidade apoio toda a minha vida interior. Sentir-me filha de Deus impregna todo o meu dia: desde a primeira hora ofereço-lhe tudo o que vou fazer, agradeço o dia que passou.

Ao longo do dia procuro dar em cada situação o melhor de mim mesma, para que seja agradável a Deus. Não terei outras ocasiões senão as que encontro durante o dia, por isso esforço-me para serem agradáveis diante de Deus. Também sei que isso é o que Deus espera de mim e não tenho de procurar outras coisas: acompanhar os meninos à escola, preparar as refeições, estudar, limpar, exercer a minha profissão de médica.

Concretamente procuro tornar realidade o que, nos diferentes âmbitos, é próprio da minha vocação: procuro que a minha casa seja um lar alegre e luminoso aberto a todos, onde as pessoas são amadas por aquilo que são. O amor entre mim e o meu marido deve ser – para os nossos filhos – um reflexo do amor de Deus. E nos filhos que Deus nos confiou, vejo que também eles foram chamados por Deus a serem santos. No hospital onde trabalho tento transmitir alegria e esperança aos doentes, e não é estranho que também o faça entre os colegas.

Não penso em Deus constantemente, mas procuro tempos concretos para dedicar a Ele. Sorrio quando o meu filho de dois anos me diz: Ângelus? Sim, Ângelus, respondo-lhe e rezamo-lo juntos. Não compreende tudo, mas entende perfeitamente que todos os dias, ao meio-dia, nos dirigimos a Nossa Senhora com uma oração especial. Espero que mais tarde se recorde.

Nem sempre é fácil conciliar uma vida de trabalho intenso e uma vida de piedade profunda. Com três filhos pequenos (e um marido!). Cada hora tem os seus contratempos, que levam a alterar os planos feitos no dia anterior. É necessário ser flexível e ter espirito esportivo: não desanimar, fazer um propósito e começar de novo.

Quer dizer algo a propósito do dia 14 de fevereiro? Que significado tem esta data para você?

A primeira coisa que me vem à cabeça é agradecimento. Quero agradecer a Deus que São Josemaria, embora não fosse assim desde o início, tenha sido dócil e compreendido que o Senhor também chamava as mulheres em todo o mundo a fazer parte do Opus Dei. Se São Josemaria não tivesse estado aberto a vontade de Deus, não seria assim. Também quero estar disposta a fazer sempre a vontade de Deus.