Em Cabo Verde pela quarta vez

Olhamos para trás, para o que foi feito nestes anos, olhamos para as próximas edições do Projecto, olho sobretudo para cada voluntária e agradeço a S. Josemaria os horizontes de serviço que nos abriu com os seus ensinamentos e que tão bem expressou no primeiro ponto do Caminho: “Que a tua vida não seja uma vida estéril. - Sê útil. - Deixa rasto. - Ilumina com o resplendor da tua fé e do teu amor”.

O sol levanta-se cedo em Cabo Verde e com ele as 55 estudantes universitárias e jovens profissionais que deram vida, pelo quarto ano consecutivo, ao Projecto Cabo Verde, na ilha da Boavista. Trata-se de um Projecto de Cooperação para o Desenvolvimento, iniciativa da Residência Universitária dos Álamos (Lisboa) e do Rampa Clube (Porto), duas obras corporativas do Opus Dei, em colaboração com a Câmara Municipal da Boavista, Delegação de Saúde e Delegação Escolar da ilha.

Olhamos para trás, para o que foi feito nestes anos, olhamos para as próximas edições do Projecto, olho sobretudo para cada voluntária e agradeço a S. Josemaria os horizontes de serviço que nos abriu com os seus ensinamentos e que tão bem expressou no primeiro ponto do Caminho: “Que a tua vida não seja uma vida estéril. - Sê útil. - Deixa rasto. - Ilumina com o resplendor da tua fé e do teu amor”.

Preparando o Projecto…

O trabalho no terreno durou apenas os primeiros quinze dias de Agosto, mas a formação das voluntárias e a preparação das actividades começou muitos meses antes. Ao Projecto interessa quem está lá e quem vai de cá, por isso muitas horas foram investidas na formação das candidatas, aspecto essencial para o sucesso do Projecto (Relatório de 2008).

A angariação de fundos e de material médico e escolar, entregue às instituições locais, foi, como acontece todos os anos, uma aventura, levada a bom termo graças ao trabalho de todas as voluntárias e à generosidade de muitas empresas e pessoas a título individual.

“Centro de operações”

Dia após dia, o pátio do Jardim Infantil Pancini, coberto durante a noite de colchões insufláveis, converteu-se em “centro de operações” para reuniões de trabalho, preparação de actividades, porto de abrigo no meio da azáfama do dia e local de animadas ou serenas conversas, onde se partilharam experiências e vivências que marcarão a vida de cada uma. A falta das condições mais básicas – nomeadamente a existência de apenas dois chuveiros onde muitos dias não correu água! – tornou-se um desafio e até motivo de brincadeiras e bom humor.

No dispensário médico sem mãos a medir

No dispensário médico, montado em duas salas de uma Escola, foram atendidas por 3 médicas, 1 enfermeira e várias estudantes de medicina e enfermagem mais de 700 pessoas.

Grande parte dos utentes vive nas chamadas Barracas, um bairro periférico da vila construído sem as mínimas condições de habitabilidade e ocupado sobretudo por imigrantes que chegam à ilha com esperança de conseguir trabalho. À Mariana, veterana nesta aventura, comoveu-a a alegria com que os doentes a cumprimentavam, agradecendo a oportunidade de uma nova consulta.

Cursos e mais cursos

Organizaram-se aulas de inglês e culinária, e a adesão da população, sobretudo do bairro das Barracas, foi surpreendente: houve necessidade de desdobrar as turmas, sendo os alunos quase todos adultos com grande interesse por melhorar a sua formação.

O curso de auto-negócios, inicialmente previsto para um grupo de 20 alunos, também viu as expectativas superadas e contou com mais de 80. Uma verdadeira enchente que exigiu das voluntárias uma grande flexibilidade e capacidade de adaptação, além de grande espírito de entrega.

Um grupo de professores assistiu com enorme interesse a um curso de formação em língua portuguesa, e outro a algumas sessões sobre gestão de escolas.

Na Biblioteca também trabalhou diariamente um grupo de voluntárias. Graças ao empenho da Filipa e da Fátima ficaram a funcionar os computadores parados, e deu-se início à catalogação dos livros existentes.

Para os mais novos e menos novos

As actividades para os mais novos abrangeram praticamente todas as crianças da vila: diariamente mais de 200 passaram a manhã na escola em actividades de teatro, dança, artes manuais, “volta ao mundo”, “hora do conto” e jogos. À tarde a prioridade foi a educação ambiental, levada a cabo através de recolha de lixo, jogos pedagógicos e pintura de murais com mensagens relativas à protecção do ambiente.

Ainda houve tempo para passar uma tarde com os idosos do Centro de dia.

O Projecto encerrou com uma festa para toda a vila.

Houve também cooperação com as autoridades locais e formação de líderes locais que possam dar continuidade ao trabalho realizado nestes dias. É um trabalho lento mas que trará frutos duradouros.