"É necessário procurar novas maneiras de comunicar o Evangelho"

O Bispo Anthony Muheria, titular da diocese de Kitui (Quênia), comenta sobre a Igreja e sobre o Opus Dei.

Anthony Mulheria é administrador apostólico de Embu, e foi sagrado bispo em janeiro de 2004. Pertence ao Opus Dei.

A diocese de Kitui conta com um milhão de habitantes, dos quais cerca de 22% são católicos. Em outubro, teve um encontro com jornalistas no Escritório de Informações do Opus Dei, em Madri, do qual selecionamos algumas declarações:

Sínodo : “Foi um intercâmbio muito enriquecedor, conversei com pastores de todo o mundo, foi uma oportunidade excelente para conhecer objetivos, sucessos e desafios da Igreja, o que ajuda também a dar a importância adequada aos seus problemas. Acredito que é decisivo chegar com a Palavra de Deus a mais pessoas. Somos amplificadores da Palavra, fios que transmitem sem que se note, só se repara neles quando há problemas de transmissão. É necessário procurar novos métodos de comunicar, inclusive com historias em quadrinhos, desenhos ou histórias para crianças. A arte também é veículo de evangelização”.

Clero : “Tenho 60 sacerdotes que trabalham bastante para atender às pessoas, tão espalhadas no meio rural. Tentamos organizar atividades para coroinhas e jovens, dos quais esperamos que saiam futuros seminaristas. Organizamos atividades que fomentem o estudo, o esporte e os jogos. Em 2007 reunimos 400 coroinhas e me lembro de uma dessas festas em que demos conta folgadamente de quatro cabras. Aproveitamos muito”.

Jovens, violência : “A Igreja procura a reconciliação e o perdão e que a fé seja algo vivido. Preocupa-me o risco da manipulação que sofrem os jovens e que pode levá-los à violência. Temos organizado festivais para a reconciliação e a paz, que incluem a possibilidade de viver o sacramento da confissão, chamando a atenção para que primeiro temos de nos reconciliar com Deus e com os outros”.

Opus Dei : “Trabalha em Quênia desde os anos 50. Conheci a Obra em uma de suas iniciativas educacionais. A Obra amplia a espiritualidade e a abertura dos quenianos, que são muito hospitaleiros e que respondem muito bem a tudo que é bom e honesto. Esta é minha experiência como engenheiro numa firma de consultoria e, depois, como sacerdote, atendendo pastoralmente a mulheres sem recursos, entre outras tarefas”.

Evangelização : “Admiro e valorizo muito o trabalho dos missionários. Fui batizado por um missionário da Consolata. Cuidemos da família para que apareçam bons cidadãos e também sacerdotes. A formação do laicato é essencial, é o que vai mudar a África. Irão africanos evangelizar a Europa, e, com auxílio de todos, contribuiremos para uma nova primavera na Igreja”.

Europa : “Deram-nos a fé e agora eu lhes peço orações e que nos dêem bom exemplo, como irmãos mais velhos que são. E peço-lhes ajuda material com muita caridade, como esse pão recém saído do forno, cheiroso, crocante, com a caridade de Cristo”.

Bento XVI : “Acho que ele está muito bem, ágil e muito atento às sessões do Sínodo. O Papa, seja quem for, é sempre o vigário de Cristo. Faz pouco tempo, uma anciã de uma aldeia estava muito contente com a minha visita, porque era a primeira vez e talvez a última, que via um bispo, representante do Senhor. Tive de aceitar de presente uma das quatro cabras que tinha. Se esta veneração eles a tem com um bispo, que amor terão ao Papa!”.

Viagem pastoral à África e Sínodo : “Estamos muito contentes porque, em março, Bento XVI viajará para Camarões e Angola e entregará o documento preparatório do Sínodo para esse continente, que tratará do papel da Igreja para a reconciliação e a paz”.