Dom Odilo aponta São Josemaría Escrivá como testemunha da esperança cristã

Os fiéis da Prelazia do Opus Dei presentes em São Paulo participaram de uma missa na Catedral da Sé, no sábado, 21, em honra a seu fundador, São Josemaría Escrivá, cuja memória litúrgica é celebrada no dia 26 de junho.

A missa foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo. Entre os concelebrantes estavam Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar de São Paulo, e o Padre Fábio Henrique Carvalheiro, Vigário Regional da Prelazia no Brasil.

Josemaría Escrivá nasceu em Barbastro, na Espanha, em 9 de janeiro de 1902. Ingressou no seminário de Zaragoza em 1920, sendo ordenado sacerdote em 1925. Em 2 de outubro de 1928, durante um retiro espiritual, viu com clareza a missão que o Senhor lhe confiava: pessoas de todas as nações e raças, culturas e mentalidades que procuram e encontram Deus no meio da vida corrente, na família, no trabalho, no círculo de amigos e conhecidos. Assim, nasceu o Opus Dei (Obra de Deus).

MODELO DE CONFIANÇA

Na homilia, Dom Odilo sublinhou que a celebração se dava no contexto do Ano Santo, cujo tema é “Peregrinos de Esperança”. Ele destacou a figura do Santo espanhol como testemunha viva da esperança cristã. Recordando os 100 anos da ordenação sacerdotal de Escrivá e os 50 anos de sua morte, também celebrados em 2025, o Arcebispo ressaltou que São Josemaría é modelo de quem vive com confiança firme em Deus.

Ao abordar a esperança como virtude teologal, o Cardeal recorreu ao ensinamento espiritual de São Josemaría. Destacou que esse Santo via a esperança como virtude que dá sentido à vida presente e à eterna: “Vivo feliz com a certeza do céu, que devemos alcançar se permanecermos fiéis até o fim”, citou, referindo-se à obra Amigos de Deus. “A esperança cresce quando enfrentamos as dificuldades com fé viva e confiante”, acrescentou Dom Odilo, lembrando que São Josemaría via a esperança como uma chama que mantém “o coração sem desânimos, sem decaimentos”.

O Cardeal concluiu sua reflexão chamando os fiéis a serem, como São Josemaría, portadores de sinais concretos de esperança no mundo. Inspirado no Santo, o Arcebispo enumerou atitudes simples e profundas que manifestam a esperança cristã: o Matrimônio vivido com fé, a abertura à vida, a educação, o cuidado com os pobres, os doentes e com a criação.

PRELAZIA

Quando São Josemaría morreu, em 1975, o Opus Dei já estava nos cinco continentes, contando com mais de 60 mil membros de 80 nacionalidades.

Em 28 de novembro de 1982, São João Paulo II tornou o Opus Dei uma prelazia pessoal, uma instituição da Igreja cuja jurisdição não está vinculada a um território geográfico, mas aos fiéis leigos e clérigos a ela ligados.

O trabalho do Opus Dei no Brasil teve início em 1957, na cidade de Marília (SP). Em 1958, o apostolado chegou à capital paulista e, a partir de 1975, expandiu-se por diversas cidades brasileiras, com centros e iniciativas de caráter cultural, espiritual e social.

Atualmente, a Obra possui mais 93 mil fiéis em todo o mundo, dos quais cerca de 2 mil são sacerdotes. No Brasil, são aproximadamente 3 mil fiéis, incluindo sacerdotes e dezenas de milhares de pessoas que recebem formação ou orientação espiritual nos centros espalhados pelo País.

No fim da missa, Padre Fábio Carvalheiro expressou gratidão a Dom Odilo e destacou a sintonia dos fiéis da Obra com as diretrizes pastorais da Arquidiocese de São Paulo, especialmente com as três grandes linhas do sínodo arquidiocesano: anúncio, santificação e testemunho. Ele ressaltou que os membros do Opus Dei “têm muito esse desejo de anunciar a Jesus, de transformar todo o trabalho, a vida familiar, a vida no seu ambiente em ocasião de encontro com Deus”.