​Começar e recomeçar

Nestes textos de Dom Álvaro, o bem-aventurado nos fala sobre como precisamos do auxílio de Deus na nossa vida interior, e de como não podemos perder o espírito esportivo na luta ascética, para assim alcançarmos a fortaleza sobrenatural.

Dom Álvaro durante a viagem à Terra Santa, dias antes de falecer.

Recorramos ao Senhor para sermos fortes. Na batalha espiritual que devemos travar, às vezes venceremos e às vezes seremos vencidos. Porém todos temos que lutar, cheios de esperança. Ninguém pode desertar desta guerra interior, pessoal; na vida da alma, quem não luta é um vencido; por outro lado, quem recomeça uma vez e outra, ganha sempre. Em Roma, perto da Ponte Milvia, onde Constantino venceu aquela batalha que marcou o fim das perseguições contra os cristãos e o início de uma nova era para a Igreja, há uma inscrição num arco, onde se lê: Victores victuri, os que vencem serão vencedores. Meu filho, minha filha: tu, apesar de tuas derrotas, se cada vez retomares a luta, com a ajuda de Deus serás chamado vencedor, vencedora. Para o Senhor basta essa nossa boa vontade, para nos dar a coroa gratuitamente.

Homilia, Santuário de Nossa Senhora de Torreciudad (Espanha), 24-VII-1988.

A esperança do cristão

Possumus! (Mc 10, 39). Podemos! Podemos ser santos, apesar das nossas misérias e pecados, porque Deus é bom e todo-poderoso, e porque temos como Mãe a própria Mãe de Deus, a quem Jesus não pode dizer que não.

Vamos nos encher de esperança, de confiança: apesar das nossas ninharias, podemos ser santos! Se lutarmos um dia e outro, se purificarmos as nossas almas no sacramento da Penitência, se recebermos com frequência o Pão vivo que desceu do Céu (cfr. Jo 6, 41), o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, realmente presente na Sagrada Eucaristia.

E quando chegar o momento de prestar as contas da nossa alma a Deus, não tenhamos medo da morte. A morte será para nós uma mudança de casa. Virá quando Deus quiser, mas será uma libertação, o princípio da Vida com maiúscula.

Homilia na solenidade da Assunção da Virgem Maria. Santuário de Nossa Senhora de Torreciudad (Espanha), 15-VIII-1989. Publicada en “Romana” V (1989), p. 243.