Centro de Pesquisa Médica Aplicada (CIMA)

A Universidade de Navarra, com o auxílio da Fundação para a Pesquisa Médica Aplicada, erigiu o CIMA. Inaugurado em 2004, este centro é fruto de meio século de experiência.

Pesquisa translacional: pesquisar para curar

O CIMA une a pesquisa básica à aplicação clínica e colabora com a indústria farmacêutica e biotecnológica no desenvolvimento de produtos para diagnóstico e tratamento. Desta forma, procura realizar um trabalho científico de qualidade e ajuda a combater doenças que causam sofrimento e ainda não têm cura.

Equipes multidisciplinares de médicos, biólogos, bioquímicos, farmacêuticos, engenheiros, técnicos especialistas e outros profissionais trabalham em 4 áreas de pesquisa: Terapia Genética e Hepatologia, Ciências Cardiovasculares, Neurociências e Oncologia.

O câncer e as doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e hepáticas causam 90% das mortes nos países desenvolvidos. O CIMA prioriza a pesquisa nestas quatro áreas pelas expectativas de impacto na saúde e sua repercussão social.

Iniciativa social

INSTITUIÇÕES E EMPRESAS FINANCIAM A PESQUISA

No momento, o CIMA se autofinancia por meio de um contrato de pesquisa e transferência de tecnologia com 15 instituições e empresas nacionais. Os pesquisadores também conseguem bolsas e outros auxílios para determinados projetos. A médio e longo prazo espera-se financiar o CIMA com os recursos provenientes da comercialização das patentes de novas descobertas.

Digna Biotech: patentes em andamento

UMA EMPRESA BIOTECNOLÓGICA DESENVOLVE AS INFORMAÇÕES OBTIDAS COM AS PESQUISAS

Para levar o processo de pesquisa a uma possível aplicação no tratamento ou diagnóstico foi constituído o Digna Biotech. Esta empresa biotecnológica obtém para si os resultados obtidos na fase inicial da pesquisa, conduzida no CIMA, e protege a sua propriedade intelectual. Depois, encarrega-se dos estudos pré-clínicos, dos ensaios clínicos e do processo de documentação. A Digna Biotech, com seu permanente contato com o mercado farmacêutico, permite priorizar ou enfocar o avanço das pesquisas, buscar sócios para a produção e comercialização e firmar acordos de colaboração para o progresso das patentes.

PROJETOS EM COLABORAÇÃO COM CENTROS CIENTÍFICOS INTERNACIONAIS

Em colaboração com centros internacionais, no CIMA trabalham cerca de 400 profissionais de mais de 20 países da Europa, África, América e Ásia. Todas as semanas realizam-se seminários e cursos com convidados nacionais e estrangeiros e, anualmente, publicam-se mais de uma centena de artigos em revistas especializadas.

O CIMA participa de todos os programas de pesquisa competitiva regionais, nacionais e internacionais. Reconhecido pelo Ministerio de Educación y Ciencia da Espanha como Centro de Innovación y Tecnología (2005), o CIMA integra-se em um dos grupos do primeiro programa de Consórcios Estratégicos Nacionais de Pesquisa Técnica (CÉNIT). Além disso, forma parte das Redes Temáticas de Investigação Cooperativa do Instituto de Saúde Carlos III.

No Programa Marco da União Européia, o CIMA participa de redes de excelência (pesquisa em campos temáticos prioritários), projetos Strep (competitividade européia), e obteve bolsas Marie Curie (intercâmbio de pesquisadores). Recebe financiamento de sociedades internacionais como a Michael J. Fox Foundation para o Tratamento do Parkinson, o Human Frontier Science Program, a American Association for Cancer Research, os National Institutes of Health nos Estados Unidos e a Fundação Pfizer.

Auditoria de qualidade

O CIMA estabeleceu o seu próprio sistema de auditoria de qualidade científica: especialistas de renome internacional analisam o enfoque, os meios e os resultados do trabalho de pesquisa e sugerem melhorias.

Terapia Gênica e Hepatologia: identificar traços genéticos que facilitem o diagnóstico

350 milhões de pessoas no mundo estão infectadas pelo vírus da hepatite B e 150 milhões pelo vírus da hepatite C. Muitas doenças hepáticas precisam de tratamento efetivo ou seu tratamento é complexo.

Os cientistas estudam os mecanismos implicados nas doenças hepáticas (hepatites, cirroses e câncer de fígado) produzida por vírus, álcool e alterações metabólicas. Além disso, seus objetivos incluem a identificação de traços genéticos que facilitem o diagnóstico precoce da doença e seu prognóstico. Também pesquisam novas vacinas e estratégias terapêuticas, algumas delas baseadas na Terapia Gênica, para prevenir e combater as moléstias do fígado. Junto com especialistas da Clínica Universitária, os cientistas realizam testes clínicos de Terapia Gênica em tumores digestivos.

Nas suas relações internacionais, figuram, entre outros, o Institut Pasteur em Paris, a Mayo Clinic em Rochester, a Sektion Gentherapie da Universidade de Ulm, a Universidade de Burdeos e a Academic Medical Centre em Amsterdã.

Ciências Cardiovasculares: cuidar do coração dos hipertensos

As doenças cardiovasculares constituem a primeira causa de morte não apenas nas sociedades mais avançadas, mas também nos países em desenvolvimento; na Espanha: 1 em cada 3 mortes.

A pesquisa concentra-se na identificação de substâncias presentes no sangue que ajudem a diagnosticar precocemente as pessoas predispostas a sofrer um infarto do miocárdio e/ou um acidente vascular cerebral. Assim, podem ser tratadas para evitar essas complicações.

Também estudam células que intervém na deterioração do funcionamento do coração nos pacientes hipertensos e no agravamento das placas formadas nos pacientes ateroscleróticos: o fim é orientar seu tratamento e, sobretudo, desenvolver novos fármacos de maior eficácia para evitar e/ou diminuir as complicações derivadas destes processos. Estes estudos aplicam-se especialmente a pessoas com síndrome metabólica de características epidêmicas, que expõe os enfermos a um alto risco de acidente cardiovascular.

Uma nova linha de pesquisa centra-se na estimulação de células-tronco residentes no coração para regenerar o músculo cardíaco em pacientes com cardiopatia.

Esta área forma parte da Rede Européia de Excelência (VI Programa Marco da UE) para a Pesquisa Translacional da Hipertensão Arterial. Desenvolve projetos conjuntos com centros como o Brigham and Women’s Hospital da Harvard Medical School, o Centro Angelo Bianchi Bonomi da Universidade de Milão, o Cardiovascular Research Centre da Universidade de Glasgow e o Cardiovasular Research Institute do New York Medical College.

Neurociências: terapias contra o Alzheimer e o Parkinson

Cerca de 35 milhões de enfermos de Alzheimer e Parkinson no mundo, quase um milhão na Espanha.

Os cientistas pesquisam os males de Alzheimer e Parkinson .

Eles investigam as bases genéticas e celulares determinantes da morte neuronal no cérebro de pacientes de Alzheimer e a origem da perda de memória. Por outro lado, o diagnóstico precoce em pessoas com deterioração cognitiva leve pode ajudar a uma terapia mais eficaz.

Os laboratórios dedicados ao estudo da doença de Parkinson avaliam descobertas recentes para o seu tratamento que incluem terapias com células-tronco adultas e fatores tróficos, que favorecem o desenvolvimento e a diferenciação neuronal. Também, durante a pesquisa clínica é empregada a estimulação cerebral profunda, que é útil quando o Parkinson não responde às terapias atuais.

Entre os centros de Pesquisa estrangeiros com os que mantém relação, cabe destacar o University College London, a Universidade de Edimburgo e o Massachusetts Geral Hospital - associado ao Harvard Medical School - em Boston.

Oncologia: detecção precoce e tratamento do câncer

7,5 milhões de pessoas morrem anualmente de câncer no mundo, quase 100.000 na Espanha

Os dois campos principais são o câncer de pulmão e as doenças tumorais do sangue (leucemias e linfomas).

O objetivo, no caso do câncer de pulmão, é conhecer como se desenvolve o tumor desde o seu início até o momento em que se torna capaz de invadir outros órgãos. Também estudam-se novos testes moleculares para seu diagnóstico precoce.

Por outro lado, nos laboratórios de hematooncologia desenvolvem-se novos tratamentos dirigidos a corrigir alterações genéticas em leucemias e linfomas . Além disso, trabalha-se na produção de vacinas contra linfomas para testes clínicos com pacientes na Clínica Universitária. Também pesquisa-se o isolamento de células-tronco adultas e sua utilização em diversas enfermidades.

Outros projetos estão direcionados a melhorar o diagnóstico e avaliar a resposta ao tratamento do câncer de próstata, mama e colo . Buscam-se novas terapias contra danos moleculares específicos destes tumores. Uma área de pesquisa que integra o projeto de pesquisa da União Européia “Early Lung Cancer” e do projeto internacional i-ELCAP de detecção precoce de câncer de pulmão.

Neste trabalho científico, colabora-se com instituições internacionais como o Cancer Research Centre da Universidade de Liverpool, o Centre Hospitalier Universitaire Albert Michallon em Grenoble, o University of Minnesota Cancer Center en Minneapolis e o National Cancer Institute dos Estudos Unidos.