Carta em formato digital:“Carta de São Josemaria sobre o espírito de serviço à Igreja”
A Carta número 8 de São Josemaria Escrivá é um dos textos que fazem parte da série de cartas dirigidas aos fiéis do Opus Dei. Diferentemente de sua correspondência pessoal, estas cartas têm um caráter formativo e pastoral: tratam de aspectos essenciais do espírito, da missão e do carisma que o fundador tinha visto para a Obra. Foram escritas pensando não só em seus contemporâneos, mas também nos fiéis de todas as gerações que viriam séculos depois.
Esta Carta, em particular, gira em torno de um tema-chave: o espírito de serviço à Igreja, vivido a partir da peculiar vocação laical e secular vivida pelos membros do Opus Dei. São Josemaria ressalta a importância de agir com liberdade, sem clericalismos, e de servir com generosidade, unidade e humildade, sem dissimular a própria fé nem buscar protagonismo.
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O contexto histórico em que esta Carta foi escrita — no final dos anos 60, quando muitos fiéis do Opus Dei iniciavam a sua vida profissional após concluírem os estudos universitários — explica também o tom e os temas abordados. Era um momento crucial para lembrar que toda atividade humana, por mais simples ou complexa que seja, pode ser um lugar de encontro com Deus e de serviço aos outros.
O leitor encontrará nestas páginas ideias que continuam atuais e necessárias: um apelo à coerência de vida, à unidade entre fé e trabalho, à colaboração ativa com toda a Igreja e a uma caridade que respeite profundamente a liberdade de cada pessoa. Como afirma São Josemaria no início da Carta, “a única ambição, o único desejo do Opus Dei e de cada um de seus filhos é servir à Igreja, como ela quer ser servida, dentro da vocação específica que o Senhor nos deu”.

Outras características do espírito de serviço, segundo este documento, são a atitude desinteressada com que é exercido (nn. 9-12b; 41-43); o desejo de buscar a unidade com as outras realidades da Igreja (nn. 36-37, 57-60); a compenetração entre vida profissional e vocação sobrenatural, que leva a não separar ninguém do seu lugar e a exercer o próprio serviço à Igreja a partir da própria ocupação secular (nn. 33-35); a ausência de autopromoção ou propaganda e, ao mesmo tempo, a rejeição do segredo ou da dissimulação da própria condição de cristãos (nn. 44-52) etc.
Por último, em vários momentos, São Josemaria refere-se às contradições que o Opus Dei sofreu por parte de pessoas que não compreendem o espírito de liberdade que o caracteriza, ou que caem no clericalismo (nn. 13-17), e aproveita estas páginas para distinguir entre anticlericalismo bom e anticlericalismo mau (nn. 19-28).

