A mesa redonda foi convocada pela Fundação Promoção Social da Cultura e pela Universidade Pontifícia da Santa Cruz, uma iniciativa do Opus Dei que promove estudos de Teologia, Filosofia, Direito Canônico e Comunicação Social, em Roma.
Stefano Zamagni , professor de Economia Política na Universidade de Bolonha, disse que “a encíclica ‘Caritas in veritate’ recompõe tudo o que foi separado nos últimos séculos”, voltando a recuperar, por exemplo, “o conceito global de criação e distribuição da riqueza”. No mundo atual, acrescentou Zamagni, substituiu-se o “bem comum” pelo “bem global”, que é a soma dos bens individuais.
Youssef El-Khalil , libanês, presidente da Associazione d’Aide au Développement Rural (ADR) e diretor financeiro do Banco Central do Líbano, explicou que a “justiça” é um conceito-chave no Islão. Dela, deriva o princípio fundamental da justiça social, que assegura uma redistribuição da riqueza para cobrir as necessidades sociais fundamentais.
Esclareceu, também, que “a caridade no Islão está muito unida ao conceito de misericórdia”, bem como ao respeito aos demais. El-Khalil convidou os presentes a substituir o conceito de “solidariedade” pelo de “fraternidade”, tal como a encíclica propõe.
Em sua intervenção, o diplomata hebreu, primeiro embaixador junto à Santa Sé, Samuel Hadas , assinalou que a ‘Caritas in veritate’ é “um convite às religiões a criar um diálogo ativo e sincero para contribuir para melhorar as relações entre os povos”.