A austeridade alegre de Guadalupe

Há muitos testemunhos da fortaleza de Guadalupe em várias circunstâncias, sempre com alegria e bom humor. Recolhemos alguns deles.

Fuente: Guadalupe Ortiz de Landázuri, de Mercedes Eguíbar Galarza.


Seu irmão Eduardo lembra que, como ele estudou Medicina, acompanhou Guadalupe para operar as amígdalas, para ver se diminuíam as frequentes infecções de garganta que tinha. Estava com ela no hospital e presenciou a cirurgia. Sua mãe ficou em casa preparada com tudo o que seria necessário para atender Guadalupe quando voltasse da clínica. Mas não contavam com a fortaleza da filha que não quis sequer pensar em descansar. Quando chegou a hora do almoço perguntaram o que lhe agradaria comer, perguntou por sua vez o que havia para os outros. Sua mãe respondeu que lentilhas e ela, encolhendo os ombros e com a lógica dificuldade que tinha para falar, disse: Pois eu vou comer o mesmo!

Também procurava fazer pequenos sacrifícios pelos outros sem que percebessem, mas nem sempre conseguia. Na administração da Residência Moncloa de Madri, alguém notou que Guadalupe, num dia que faltara sopa, encheu o seu prato vasilha só com água quente fumegante e a tomou como se fosse um bom caldo.

No início do trabalho apostólico com as mulheres no México, Guadalupe e as primeiras que foram encontraram-se com muitos desconfortos. Guadalupe procurava acolhê-los com naturalidade, sem dar muita importância. Mesmo assim, nem sempre conseguia e as que conviviam com ela notavam sua austeridade alegre.

Guadalupe, num dia que faltara sopa, encheu o seu prato vasilha só com água quente fumegante e a tomou como se fosse um bom caldo

Para as jovens que frequentavam o centro da Rua Copenhague, o primeiro centro do Opus Dei que do México para mulheres, Guadalupe era um exemplo de fortaleza que não passava despercebido. Não perdia o sorriso diante dos incômodos, ao mesmo tempo em que tratava de evitá-los às outras. Cuidava bem das roupas e, apesar de que sempre teve um porte distinto, as residentes percebiam que dispunha de pouca roupa. Só tinha um bom vestido, que usava quando devia receber alguma visita e cuidava muito bem dele. Esta forma de atuar supunha um forte contraste com as residentes, que nunca sabiam o que iam vestir para cada ocasião pela diversidade de vestuário que guardavam.

Também se tornou formativo para as jovens residentes mexicanas ver como procurava não desperdiçar nada que pudesse ser útil. Um dia viram a própria Guadalupe recolher as varetas de madeira que os carpinteiros deixaram, guardá-las em sacos e aproveitá-las depois para esquentar água e economizar assim um pouco de eletricidade.