Chamo-me Vítor, nasci em Lourenço Marques, tenho 3 filhos e 1 neto, vivo atualmente na Moita do Ribatejo. Nasci no seio de uma família católica, sendo filho único, tendo ainda em Moçambique frequentado a catequese e feito parte da instrução primária.
Tinha uma vida perfeitamente tranquila até 1974, altura onde tudo se reverteu: voltei para Portugal, um período muito difícil para a minha família e para mim. Não tinha casa própria e os poucos amigos que ia arranjando, iam ficando para trás. Neste período abandonei toda a atividade cristã.
Mais tarde, em 1982 vim com os meus pais viver para o Sul, mais concretamente para Moita do Ribatejo onde vim a conhecer a Miducha, casei, nasceram os meus filhos e onde ainda resido.
Três momentos importantes na minha vida
Entre muitos, destaco três momentos que marcaram significativamente a minha vida.
Um deles foi o ingresso no serviço militar numa tropa especial, obrigando-me a grande disciplina, algo que não era muito a minha forma de estar.
Outro, foi conhecer a Miducha e o nascimento dos meus filhos, que mudaram significativamente a minha vida. O outro vou contar mais à frente…
Casámos em 1992 e pouco depois nasceu a Marta, que hoje é médica dentista, já casada e tendo sido recentemente mãe do António Maria. Esta é a grande alegria do momento. O Diogo veio a seguir, nasceu em 1997 e vive no Seminário dos Olivais. Mais tarde nasceu a Teresa, com 15 anos e anda no 10º ano, acabando agora por ser agora a grande companhia lá de casa.
Como pais, temo-nos esforçado sempre para educar os nossos filhos da melhor maneira possível, tentando ser o exemplo, apoiando as suas decisões, mesmo que por vezes seja difícil e, tentando aceitar sempre as suas escolhas.
Enquanto casal frequentamos durante vários anos o movimento “Equipas de Casais de Nossa Senhora”, um período muito rico e de crescimento espiritual. Ao longo destes 30 anos, mantivemos sempre uma proximidade muito grande à paróquia e em particular a alguns movimentos caritativos.
“Conhecemos São Josemaria e isso mudou a nossa família”
Um sacerdote amigo sabendo que eu e a Miducha íamos fazer uma viagem a Roma em 2005, deu-nos uma morada e aconselhou-nos a visitar o túmulo de São Josemaria. Eu pessoalmente não dei grande importância a esse facto, uma vez que em Roma existiam tantos locais bonitos e simbólicos para o Cristianismo, sendo este, com certeza, mais um.
Isto já foi há alguns anos e ainda não existia GPS nos telemóveis, tendo sido com alguma dificuldade que conseguimos, apenas com mapas, chegar à igreja de Santa Maria da Paz.
Aquela visita que parecia apenas mais uma no meio de tanta coisa vibrante naquela cidade, marcou-nos de tal maneira, que passados poucos anos, voltamos a Santa Maria da Paz, mas agora acompanhados dos três filhos.
Pois, aquele não era um lugar qualquer, não era igual a tantos outros que já tínhamos ido. Este encontro com São Josemaria marcou significativamente as nossas vidas que nunca mais voltou a ser como antes.
Ao longo destes anos, a presença deste amigo, deixem-me que o trate com esta intimidade, marcou mesmo muito as nossas vidas. Quando os miúdos eram pequenos e ainda os levava à escola, todos no carro rezávamos a oração de São Josemaria, e ainda hoje todos a conhecem sem ser te recorrer à pagela para a lerem.
São Josemaria tem sido o grande amigo e transformador da nossa família nestes últimos 17 anos. Agora, em junho de 2022, o nosso neto António será batizado na véspera da festa de S. Josemaria, o que nos enche de alegria e de responsabilidade por saber que o António e toda a família, têm uma grande missão pelo facto de serem batizados e filhos de Deus.
“Uma missão no Lar de Idosos do Centro Paroquial da Moita”
Apesar de vivermos uma vida muito preenchida, tanto eu como a Miducha, onde para além dos nossos empregos, eu sou responsável por grande área operacional numa empresa do ramo empresarial, a Miducha coordena o Lar de Idosos do Centro Paroquial da Moita, ainda gerimos uma empresa familiar com um número considerável de colaboradores. Neste caso, para além de patrões, sentimo-nos responsáveis por todas aquelas famílias. Como vêm, Graças a Deus o dia a dia é sempre muito multifacetado e muito preenchido.
Tentamos, tal como São Josemaria dizia, transformar a nossa vida corrente, com tudo o que lhe está associado, o stress diário, as situações boas e más, as mais fáceis ou as mais difíceis, na forma para nos encontrarmos com Deus.
“Um filho no Seminário: um choque, uma surpresa e uma alegria”
Ainda me lembro muito bem. Toda a família sentada à volta da mesa na véspera do dia de Pascoa. «Pais, tenho uma coisa para vos dizer: em setembro vou para o Seminário». Estão a imaginar o que aconteceu, todos agarrados uns aos outros, muito choro, muita emoção, num misto de surpresa, de alegria, mas ao mesmo tempo um sentimento de aparente de perda, uma vez que iria sair de casa e a família dele seria outra.
Não, não foi perda absolutamente nenhuma, pelo contrário. Ao longo destes anos de Seminário, onde não entrou apenas o Diogo, entramos todos, a saudade triste da "distância" e do aparente afastamento, foi-se transformando numa saudade doce. Temos vindo a construir na família um robusto sentimento de que ter um filho no seminário é uma grande graça que o senhor nos está a proporcionar a todos. Todos temos crescido com esta presença do Diogo no Seminário. Esperemos que Deus nos dê a graça de o ver um dia padre.
No nosso percurso de aproximação da nossa família a Deus, S. Josemaria teve um papel fundamental, através de pequenos sinais no dia-a-dia onde parece que ecoam aquelas palavras que ele deixou em Caminho: “Não te esqueças: muitas coisas grandes dependem de que tu e eu vivamos como Deus quer".
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