Andyara é apaixonada por literatura e ciências humanas. Ela cresceu em Campinas com seus seis irmãos antes de se mudar para São Paulo. Na nova cidade, sua mãe fez amizades em um ateliê de costura “ela ficou muito amiga de outra mãe, que a convidou para uma reunião num centro do Opus Dei”. Depois de assistira a uma meditação, falou ”Esse lugar aqui é para mim”.

Ela ficou sabendo que tinha atividades para meninas, e Andyara começou a frequentá-las com sua irmã mais nova. No entanto, na adolescência, ela se distanciou, curtindo baladas e diversões.

Apesar de seus anos de independência, ela sempre sentiu que o Opus Dei tinha um significado especial para ela. Aos 19 anos, decidiu ingressar formalmente na Obra. “Então, quando você olha para trás, vê que vale a pena. É uma maravilha isso! É uma grande aventura!” Seu caminho dentro da instituição a levou a viver experiências enriquecedoras, incluindo dois anos em Roma, onde conviveu com pessoas de diferentes culturas.

“A Obra para mim é o lugar onde eu existo, onde eu floresço”

Um dos momentos mais significativos de sua vida foi quando lhe perguntaram se ela gostaria de ajudar no início do Opus Dei no Líbano. Embora tenha sido uma proposta inesperada, ela decidiu aceitar. “Se pensaram em mim é porque eu acho que vai dar certo e se não der certo eu volto para o Brasil”. Fui em 1997 e fiquei 24 anos. Só 24 anos. Mas foi uma aventura maravilhosa. Passou 24 anos no país, enfrentando situações de guerra, atentados e mudanças culturais, mas também formando laços estreitos com as pessoas.

Em 2005, sua vida deu uma guinada inesperada com um diagnóstico de câncer de mama. Preocupada com o sistema hospitalar local, ela foi para a Espanha para receber tratamento. Suas companheiras a apoiaram em todos os momentos, mesmo quando ela perdeu o cabelo após a quimioterapia: “Você vai ficar linda! Olha a gente já fez os testes das suas perucas, você vai ficar maravilhosa...”. Ao voltar ao Líbano, ela enfrentou outra crise: a guerra de 2006, que a obrigou a evacuar em um navio de guerra. Durante a evacuação, ela manteve o ânimo e o bom humor, lembrando-se de sua entrevista à BBC: “acabei de acabar um tratamento de quimioterapia e agora tenho que fugir aqui nesse navio de guerra, mas está tudo ótimo”.

Para Andyara, o Opus Dei é o lugar onde ela cresceu e se realizou pessoalmente: “A Obra para mim é o lugar onde eu existo, onde eu floresço”. Ao longo de sua vida, ela aprendeu que tanto no casamento quanto no celibato existem dificuldades, mas cada obstáculo foi uma oportunidade de autoconhecimento e evolução pessoal.