Resumo da viagem pastoral do Prelado ao Brasil

Mons. Fernando Ocáriz já regressou a Roma, depois de duas semanas no Brasil que lhe deram a possibilidade de conhecer e falar com centenas de pessoas do Opus Dei e amigos em S. Paulo e no Rio de Janeiro. Transmitimos algumas ideias das reuniões que teve, por ordem decrescente das datas em que se realizaram.

3 de Fevereiro

O último encontro do Prelado no Brasil foi com um numeroso grupo de jovens que participam nas atividades formativas proporcionadas pelo Opus Dei. Uma das presentes mencionou a visita de S. Josemaria ao Brasil em 1974 e a bênção que na altura deu aos brasileiros: “ Que vos multipliqueis como as areias das vossas praias, como as árvores das vossas montanhas, como as flores dos vossos campos, como os grãos aromáticos do vosso café”.

Contemplando o auditório repleto, a jovem afirmou: “De facto, já crescemos um pouco… E agora que está a regressar a Roma, Padre, que mensagem quer deixar aos brasileiros?”

É PRECISO LEVAR A PALAVRA A TODO ESTE PAÍS, ENCHENDO-O DE AMOR A JESUS E, COMO CONSEQUÊNCIA, DE PAZ E DE ALEGRIA

Com alegria, Mons. Ocáriz respondeu assim: “ Não posso deixar outra mensagem melhor que a de S. Josemaria: cada cristão tem vocação de apóstolo. É preciso levar a Palavra a todo este país, enchendo-o de amor a Jesus e, como consequência, de paz e de alegria. Mas esse desejo deve nascer da união pessoal com Jesus Cristo. Era o que S. Josemaria também pensava e dizia”.

Gabriela, estudante de Odontologia, contou ao Prelado que no dia anterior tinha participado num trabalho de voluntariado no centro da cidade, e perguntou como contribuir, dentro das possibilidades de cada uno, para melhorar a realidade social. Mons. Ocáriz citou unas palabras da homilia de S. Josemaria com o título de O coração de Cristo, paz dos cristãos: “Um homem ou uma sociedade que não reaja perante as tribulações ou as injustiças, e que não se esforce por as aliviar, não são um homem ou uma sociedade à medida do amor do Coração de Cristo”.

CADA UM DE NÓS PODE FAZER MAIS [PELOS OUTROS] DO QUE PENSA QUE É CAPAZ

Acrescentou ainda que, quando uma pessoa procura conhecer e amarJesus, Ele transmite-lhe o seu amor às almas e a sua preocupação pelo mundo. “Entre estas preocupações estão o sofrimento, a pobreza, a solidão, etc. São problemas que devemos sentir como próprios. O modo de contribuir para melhorar estas situações depende das circunstâncias de cada pessoa”. Concluiu, incitando a todos a fazer o possível pelo bem-estar social, “pois cada um de nós pode fazer mais do que pensa que é capaz”.

Mons. Ocáriz agradeceu todas as manifestações de afeto recebidas durante os dias que passou no Brasil e pediu para rezarem por ele, e especialmente, pelo Papa Francisco.

2 de fevereiro

Noutro dos dias da sua viagem pastoral ao Brasil, Mons. Ocáriz pregou una meditação e celebrou a Santa Missa para um grupo de fiéis da Prelatura de diversas cidades do país. A pregação teve lugar na sede do Centro de Estudos Universitários Jacamar. A partir dos textos da festa litúrgica da Apresentação do Senhor, o prelado animou as presentes a contemplarem na sua oração Jesus, objeto de toda a nossa vida espiritual.

Recordando as palavras do apóstolo Filipe a Jesus (“Mostra-nos o Pai e isso nos basta”), o prelado mencionou que Jesus, com um olhar de carinho e provavelmente com um sorriso, lhe respondeu: “Porventura não me conheces? Quem me viu, viu o Pai”. E concluiu: “Deus torna-se visível em Cristo. Vemos Deus em Jesus Cristo”.

“Sejamos almas contemplativas. Pensemos em Jesus Cristo, vejamo-lo, conheçamo-lo cada vez mais”, sugeriu. Com palavras de S. Josemaria extraídas do livro Cristo Que Passa disse que “toda a obra de Cristo tem um valor transcendente: dá-nos a conhecer o modo de ser de Deus”; e o prelado concluía: “Jesus faz-nos conhecer quem é Deus, e como é Deus. E quem é Deus? Deus é Amor”.

A meio da tarde, o prelado reuniu-se no auditório do Centro de Extensão Universitária (CEU) com pessoas que atendem a administração doméstica dos centros do Opus Dei. “O vosso trabalho apoia todos os apostolados da Obra". As participantes fizeram várias perguntas sobre devoção à Eucaristia, alegria, caridade, liberdade, S. Josemaria, etc. Uma delas comentou o exemplo da Ascensión, uma das primeiras numerárias auxiliares que foram para o Brasil e faleceu recentemente. Embora a doença lhe causasse muitas dores, considerava-se nas mãos de Deus. Mons. Ocáriz comentou que “falando humanamente, o sofrimento, as dificuldades, tendem a tirar-nos a alegria, mas se nos esforçarmos, com a ajuda de Deus, podemos estar felizes, também no sofrimento”. A forma de encontrar o sentido do sofrimento é oferecê-lo ao Senhor, em união com a cruz.

JESUS FAZ-NOS CONHECER QUEM É DEUS, E COMO É DEUS. E QUEM É DEUS? DEUS É AMOR

Ao fim do dia, houve uma animada tertúlia com outras mulheres do Opus Dei de mais de dez cidades do país. O Prelado começou esta reunião familiar recordando a festa da Apresentação do Senhor, especialmente otexto em que S. Lucas refere que o Menino Jesus “crescia e se fortalecia”. “Jesus deve crescer em nós, devemos identificar-nos cada vez mais com Ele. Não procurando uma mera perfeição humana, mas com o desejo de amar a Deus”.

Akemi, de Campinas, perguntou como podia ajudar as amigas a aproximar-se de Deus. Recordando os conselhos dados por S. Josemaria, o prelado comentou que “quando há amizade verdadeira, transmitimos o bem que transportamos connosco. A amizade, quando é carinho, move os corações”.

Outra pessoa perguntou como evitar a crítica aos outros. “Devemos pedir ao Senhor a graça da caridade. O dom mais divino da nossa vida de filhos de Deus é perdoar a quem nos fez mal”. Quando damos conta de que alguma coisa nos separa um pouco de alguém – aconselhou –, peçamos ao Senhor que nos ensine a amar.

1 de fevereiro

Na sua pregação matinal, Mons. Fernando Ocáriz meditou sobre o Evangelho do dia, em que Jesus convida os discípulos a acompanhá-lo a um lugar isolado e a descansar um pouco (Mc 6, 31). Recordou que “devemos descansar de tudo o que puder tirar-nos a paz”. Para o conseguir, é importante “procurar sempre o repouso no Senhor: o verdadeiro descanso é sempre fruto da vida interior”.

“Ao desembarcar, viu uma grande multidão e compadeceu-se de toda aquela gente, porque eram como ovelhas sem pastor”: partindo desta citação evangélica, o prelado animou os presentes a compartilhar do mesmo zelo de Cristo. “Em momentos humanamente muito difíceis, S. Josemaria tinha o que chamava 'a segurança do impossível'. Nós precisamos também de estar seguros de que alcançaremos o impossível: a santidade e a alegria de reconduzir o mundo a Deus”.

No sábado de manhã, Mons. Ocáriz conversou com um grupo numeroso de supranumerárias e cooperadoras do Opus Dei de São Paulo e de outras regiões próximas. As perguntas trataram de temas variados: caridade,apostolado, filiação divina, matrimónio, etc.

Cristiane pediu um conselho sobre como respeitar a liberdade dos filhos sem deixar de exigir como pais. O Prelado sublinhou a importância de escutar muito os filhos e encorajou a “respeitar a sua liberdade, que é uma manifestação muito importante da caridade. A liberdade é um grande dom de Deus que recebemos”.

O OPUS DEI É VOSSO, TãO VOSSO COMO MEU

Quando Letícia, de Porto Alegre, começou a fazer uma pergunta, o Prelado comentou que os da sua cidade têm obrigação especial de ser alegres. Ela respondeu que, como se chama Letícia, tem ainda mais obrigação. Continuando o jogo de palavras, manifestou o seu desejo de levar muitas pessoas a Deus, que é a fonte da verdadeira alegria.

Por sua vez, Cristina falou sobre como está em bom andamento o Centro de Capacitação Profissional Veleiros, uma iniciativa de formação em que está implicada: “Vemos que as raparigas melhoram em muitas pequenas coisas: uma discussão que termina em paz, uma nota de matemática que começa a melhorar paulatinamente, uma que pouco a pouco aprende a dominar o caráter, etc.” Mons. Ocáriz estimulou as presentes a envolver-se nos projetos apostólicos: “Essas iniciativas são vossas, porque o Opus Dei é vosso, tão vosso como meu”.

Por último, Flávia, de Campinas, pediu um conselho para a vida familiar. O Prelado recordou que S. Josemaria aconselhava os casais a amarem-se cada dia mais. “Deveis amar-vos, aceitando os defeitos do outro; ele, osdela e ela, os dele”, aconselhou.

31 de janeiro

No encontro que teve com sacerdotes de diversas dioceses brasileiras, recordou o conselho de S. Josemaria de colocar a Eucaristia no centro da vida de cada cristão. Os sacerdotes têm um motivo especial para viver este conselho, pois receberam a missão de fazer com que as suas paróquias sejam realmente o Corpo de Cristo: “A Igreja é um Povo que vive do Corpo de Cristo, um Povo que se torna Corpo de Cristo na Eucaristia”.

Sublinhou ainda a importância de que os sacerdotes estejam sempre unidos aos seus bispos e que amem os seus irmãos no sacerdócio. Esta comunhão é vivida “primeiro, com a oração; depois, estando disponíveis para o que nos pedirem; por último, com uma atitude filial, de sintonia humana: o bispo não é chefe, mas sim pai”.

Convidou também os sacerdotes a aprofundar no conhecimento da teologia: “Essa formação não é simplesmente informação, visto que ajuda à identificação com Cristo”. Recordou ainda a responsabilidade que têm os sacerdotes de promover novas vocações sacerdotais: “A pastoral vocacional consiste principalmente em rezar e fazer rezar pelas vocações. Não podemos ter medo de propor a questão vocacional aos que manifestam as devidas disposições, dizendo-lhes: 'E tu? Pensaste em ser sacerdote?'”

Quando o encontro estava prestes a terminar, um dos presentes agradeceu a Mons. Ocáriz, em nome de todos, a ajuda que a Obra presta aos sacerdotes, especialmente “ao animar-nos a viver a união, o afeto e a oração pelo Papa”.

De tarde, o cardeal D. Odilo Scherer recebeu na sua residência Mons. Fernando Ocáriz, que conhece desde há vários anos. Tiveram uma conversa amável, trocaram medalhas comemorativas da diocese de S. Paulo e da prelatura do Opus Dei, e rezaram juntos pelo próximo sínodo arquidiocesano.

30 de Janeiro

O prelado celebrou a Santa Missa na sede da Assessoria Regional do Brasil, [o órgão de governo para o trabalho apostólico com mulheres no país] dirigiu uma breve homilia, comentando o Evangelho do dia. Animou as participantes a serem pessoas de fé na vida diária, para não desanimar perante as pequenas contrariedades, pois o mais importante não são as dificuldades, ou limitações, mas o amor de Deus por nós. Terminou animando a "pedir ao Senhor que mantenha sempre a nossa fé em que Ele está connosco, nos ama, e tem tudo previsto, embora também conte com a nossa liberdade; e, é desse modo, podemos corresponder ao seu amor".

"NÃO PODEMOS DEIXAR-NOS DOMINAR PELAS TECNOLOGIAS. TEMOS QUE SER NÓS A DOMINÁ-LAS."

De tarde, Mons. Ocáriz encontrou-se com jovens estudantes do ensino

secundário e com universitários no Centro de Convenções Rebouças. Muitas perguntas giraram em torno do uso das novas tecnologias de comunicação. O Prelado recordou que elas possuem um poder imenso e, como qualquer ferramenta muito poderosa, podem ser usadas para o mal ou para o bem. “Não podemos deixar-nos dominar pelas tecnologias. Temos que ser nós a dominá-las”, explicou o prelado num elogio à virtude do autodomínio. Sugeriu que tenhamos horários e rotinas definidas no uso do telemóvel e do computador, de modo a estarem sempre orientadas para o crescimento humano e nos darem espaço e liberdade para servir os outros.

Rodrigo, um jovem de 16 anos, compartilhou com o prelado do Opus Dei a sua alegria por ter recebido o Batismo, a Eucaristia e o Crisma no ano passado: “ A minha vida mudou muito depois que eu comecei a frequentar a Obra. Como posso retribuir tantos dons que recebi?” Mons. Fernando Ocáriz recordou que nunca seremos capazes de retribuir a Deus todos os dons que nos deu. “E mesmo os dons que podemos oferecer-lhe nada mais são do que dons que havíamos recebido d´Ele”, lembrou Mons. Ocáriz. Ao mesmo tempo, sublinhou uma consequência natural da nossa gratidão a Deus: “Ser apóstolo. Conhecer Jesus Cristo e levá-lo a todos os lugares, a todos as pessoas.”

"QUANDO DEUS PENSAVA EM CADA UM DE NÓS, ELE INVENTOU O OPUS DEI: UM PRESENTE PARA CADA UM ."

Num encontro com fiéis da Prelatura às 21h, recordou uma ideia de S. Josemaria: “Quando Deus Nosso Senhor projeta alguma obra em favor dos homens, pensa primeiro nas pessoas que vai utilizar como instrumentos”. O prelado fez notar que a mesma ideia também pode ser formulada no sentido inverso: “Quando Deus pensava em cada um de nós, inventou o Opus Dei: um presente para cada um.”

29 de Janeiro

Mons. Fernando Ocáriz viajou para S. Paulo ao fim da tarde. Antes de se despedir do Rio de Janeiro, teve ocasião de estar com algumas famílias e fiéis da Prelatura.

Depois de uma semana de calor e sol, o dia amanheceu chuvoso. Referindo-se à sua partida, recordou a importância de permanecerem unidos pela Comunhão dos Santos: “O mesmo Jesus, o mesmo Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, que está em cada um dos vossos corações, é o que está em mim. Vivemos unidos em Deus”.

Acrescentou também que, apesar da distância, a nós, cristãos nos mantém unidos a devoção a Jesus na Eucaristia: “Quando estiverem no oratório, pensem que está ali no sacrário o mesmo Jesus a quem reza o prelado. É uma unidade verdadeira, não é imaginação. Por isso, não nos despedimos, porque vivemos sempre em uníssono”.

28 de janeiro

Mons. Ocáriz pregou uma meditação a alguns fiéis do Opus Dei: “Estamos nas mãos de Deus, disse. Com esta convicção, não há dificuldade que o Senhor não possa vencer”. Referiu também que Jesus é a manifestação da verdade mais importante de todas: o amor infinito de Deus por nós. Ao longo do dia, o prelado teve várias tertúlias e reuniões com pessoas do Opus Dei de S. Paulo, a que se juntaram pessoas de outras regiões, bem como da Argentina e do Uruguai. “O que há de mais valioso na vida cristã de uma pessoa da Obra - a Eucaristia e a Sagrada Escritura - vem da Igreja, é Igreja”, sublinhou.

Um dos assistentes à tertúlia da manhã perguntou como combinar a liberdade com a prudência na educação dos filhos. “A amizade com eles é fundamental”, especificou o prelado. “Os pais devem saber conciliar o exercício da autoridade com o interesse sincero pelos seus filhos”. Aconselhou ainda a evitar o desalento perante os próprios defeitos. “Não podemos capitular perante os nossos falhanços, porque é o Senhor que nos guia e nos dá forças para os superar”. Perante as graças que Deus concede a quem lhas pede, o cristão deve corresponder com agradecimento. “É bom sentir a responsabilidade pelos talentos que cada um de nós recebeu e fazê-los frutificar”. O prelado insistiu na necessidade de estar alegres, para assim transmitir melhor a mensagem de Cristo aos que nos rodeiam.

Na reunião da tarde várias fiéis da prelatura e cooperadoras que participam nas atividades de formação cristã do Opus Dei em Petrópolis contaram algumas notícias da sua cidade e pediram orações. O prelado respondeu que as pessoas dessa cidade têm “especial obrigação de rezar pelo Papa, porque Petrópolis é a ‘ Cidade de Pedro’ e o Papa é o sucessor de S. Pedro”.

Uma das presentes perguntou como podiam preparar-se bem para os 90 anos do Opus Dei, que ocorrerão no próximo mês de outubro. Mons. Fernando Ocáriz sugeriu que intensificassem as ações de graças a Deus durante este ano, acompanhados pela oração de milhares de pessoas.

Ao fim do dia, houve uma tertúlia com jovens que participam dos meios de formação cristã em várias cidades do Brasil. Uma estudante de Brasília perguntou a Mons. Ocáriz como se sente ao ser o “Padre” de uma família tão numerosa. Disse-lhe que lhe dá muita calma “sentir-se acompanhado pela oração de milhares de pessoas”.

27 de janeiro

No sábado, ao princípio da manhã, Mons. Fernando Ocáriz comentou o Evangelho do dia na sua pregação a um grupo feminino. “O acalmar a tempestade no Mar da Galileia é um facto histórico e, ao mesmo tempo, um símbolo da vida de cada um e da Igreja. Muitas vezes temos que enfrentar as dificuldades que nos deparam na vida, no nosso empenho evangelizador, no nosso estar no mundo”.

“ Por vezes, continuou, parece que o Senhor está a dormir e nem sempre é fácil captar a sua presença, mas Ele está connosco”. O prelado do Opus Dei acrescentou que, à presença de Deus, estão unidas as virtudes da fé, da esperança e da caridade, que é necessário pedir a Deus.

Ao terminar esse tempo de oração, conversou com um grupo mais numerosos de fiéis do Opus Dei procedentes de diversas cidades do Brasil e do Paraguai. Na tertúlia, foram tratados vários temas relacionados com a vida cristã, entre os quais a responsabilidade pessoal, o trabalho e a aceitação do sofrimento.

Uma das presentes perguntou qual o papel dos sentimentos na própria vida. O prelado recordou que os sentimentos são bons e que um cristão não pode ser uma pessoa sem coração. O Senhor colocou os sentimentos na natureza humana para seu próprio bem. Quando uma pessoa é muito sentimental, acrescentou, deve procurar pôr esses sentimentos ao serviço do Senhor, perguntando-lhe como proceder em cada caso.

De tarde, o prelado esteve com outras profissionais e estudantes que frequentam as atividades de formação proporcionadas pelo Opus Dei no Rio de Janeiro. Na sua intervenção, recordou as palavras de Bento XVI, que afirmava que “não há nada mais belo que ser atingido pelo Evangelho", por Cristo, e dá-lo a conhecer a outros. “Dar-se pessoalmente com Cristo – referiu Mons. Ocáriz – será o que nos vai impelir a ser generosos no apostolado, no desejo de aproximar os nossos amigos de Deus”.

Uma das perguntas versou sobre o respeito pela liberdade dos outros, tema abordado numa recente carta pastoral do prelado. “Nas questões opináveis - recordou, citando S. Josemaria - , é bom que haja pluralismo e que nós, cristãos, pensemos de maneira diferente”.

Depois, centenas de jovens que participam nos meios de formação do Opus Dei no Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza e Porto Alegre receberam o prelado no centro de congressos da Ordem dos Cirurgiões Brasileiros. Vários assistentes perguntaram como ser mais generosos com Deus. O sucessor de S. Josemaria explicou que habitualmente Nosso Senhor não mostra com toda a clareza o que quer de nós. “O cristão conta sempre com uma série de elementos para ver qual é o caminho que deve seguir, mas o Senhor deixa uma certa margem de incerteza, porque quer que confiemos n´Ele e tomemos as nossas decisões livremente”.

À noite, numa reunião familiar depois do jantar, cantaram-se canções brasileiras, entre as quais a ‘Romaria’ de que o anterior prelado do Opus Dei, D. Javier Echevarría, gostava muito.

26 de janeiro

Minercina viajou de Montes Claros com o marido e alguns dos filhos. No Rio, reuniu outras filhas e sobrinhas que vieram de Brasília e de S. Paulo. A mais nova é a Maria Cristina, com síndrome de Down, que entregou ao prelado uma caixa de pedra sabão, como lembrança da sua cidade, e um poster com as fotografias das pessoas da família que não tinham podido estar presentes no encontro.

Nazaré viajou de São Paulo para coincidir com a irmã, Andrea, e o seu marido, Daniel. Andrea tem cinco filhos, dois dos quais adotados. Deram ao prelado a notícia de que estão à espera do sexto filho. Estiveram também com o prelado famílias de Londrina e de Curitiba.

Numa reunião informal a seguir ao jantar, Mons. Ocáriz teve oportunidade de conhecer alguns episódios da vida de D. Rafael Llano Cifuentes, bispo emérito de Nova Friburgo, recentemente falecido. Rafael Llano chegou ao Rio de Janeiro em 1975 para começar o trabalho apostólico do Opus Dei.

Questionado sobre o trabalho de evangelização com os que temos mais perto de nós, o prelado sublinhou que é importante mostrar aos nossos amigos a alegria da vida cristã. Isso costuma ser frequentemente mais eficaz do que recorrer a explicações e argumentos racionais.

22 de janeiro

Foi recebido no aeroporto de Galeão por Mons. Vicente Ancona Lopez, vigário regional do Opus Dei no Brasil e por vários fiéis da Prelatura. Dirigiu-se para o centro Icatu, sede da delegação do Opus Dei no Rio de Janeiro, onde lhe foi possível cumprimentar várias pessoas.

A propósito do motivo da sua viagem, indicou que há um ano e meio foi convidado pelos bispos do país para dar uns cursos. Embora considerasse que as suas múltiplas tarefas em Roma o impediam de viajar, D. Javier Echevarría, na altura prelado do Opus Dei, animou-o a aceitar. “Devem, portanto, a minha visita a D. Javier”, acrescentou.

“APROVEITAR O TEMPO É ENCHÊ-LO DE AMOR A DEUS E, COMO CONSEQUÊNCIA, DE SERVIÇO AOS OUTROS”

Depois, a propósito de uma canção, comentou: “o tempo para amar é breve. É necessário aproveitar o tempo. E aproveitar o tempo é enchê-lo de amor a Deus e, como consequência, de serviço aos outros”.

De tarde, depois de cumprimentar algumas famílias, Mons. Ocáriz dirigiu-se ao Centro de Estudos Sumaré, onde se realizaria o curso para bispos, até 26 de Janeiro.

O curso de bispos, uma tradição de décadas

O prelado do Opus Dei, Mons. Fernando Ocáriz, foi convidado para o 27º curso para bispos pelo cardeal D. Orani Tempesta para dar algumas das conferências. O tema deste ano é: “Ateísmo. Formas atuais e desafios para a evangelização”. Juntamente com o prelado, houve sessões a cargo de outros oradores: o P. Rafael José Stanziona de Moraes, o Prof. Francesco Botturi e Frei Francisco Patton, OFM. A arquidiocese do Rio de Janeiro organiza desde 1990 o curso para os bispos do Brasil. A conferência inaugural foi nesse ano pronunciada pelo então cardeal Joseph Ratzinger. O encontro anual tem como objetivo principal reunir os bispos para participar numa semana de estudos, oração e descanso. O Bispo Auxiliar emérito do Rio, D. Karl Josef Romer, é o coordenador deste curso.