Disseram-me que, em consequência dessa lesão cerebral, o menino não tinha qualquer tónus muscular. A sua respiração era difícil e ofegante.
Na radiografia ao tórax que lhe tinham feito, apareciam os pulmões totalmente retraídos, como se não conseguissem insuflar-se. Era tão penoso ouvi-lo ofegar que pedi para o levarem do meu quarto, porque não conseguia suportar ouvir o meu filho a morrer sem poder fazer nada. Não puderam, porque não havia quartos livres na clínica.
Ao ficar sozinha com o meu filho recém-nascido, pedi com enorme fé a intercessão de Montse Grases, cuja causa de canonização já se tinha iniciado, e com quem eu tinha convivido nos últimos anos da sua vida, entre 1957 e 1959. Pedi-lhe que salvasse a vida do meu filho.
Aquela respiração arquejante do meu filho foi-se tornando mais branda, até deixar completamente de gemer. Quando o médico de serviço passou naquele quarto, deu-se conta de que o menino dava efetivamente sinais de ter tónus muscular.
Dez ou doze horas depois disto, fizeram-lhe outra radiografia ao tórax e nela se viu que os pulmões estavam completamente normais. A partir daquele momento, o bebé começou a desenvolver-se normalmente.
No dia anterior, e dada a gravidade do menino, tínhamos pedido uma consulta a um médico de prestígio com quem nos dávamos. Quando ele chegou, encontrou-o perfeitamente recuperado. Num primeiro momento, não entendeu por que o havíamos chamado com tamanha urgência, mas depois viu a primeira radiografia e confessou nunca ter visto um pulmão tão retraído. Ficou surpreendido com a recuperação.
Quando o levámos com toda a solenidade à igreja, já uma enfermeira o tinha batizado de urgência ao nascer, e pusemos-lhe o nome do pai, seguido de Salvador, porque pensamos que se salvou milagrosamente.
Atualmente, é estudante de telecomunicações e tem muito boas notas. Não ficou com qualquer sequela da lesão cerebral que teve ao nascer.
Sempre atribuí a sua cura à intercessão de Montse Grases, a quem pedi ajuda com muita fé naquele momento tão difícil.
C.F.B.