Apresentado um novo esboço biográfico de Guadalupe Ortiz de Landázuri

A obra Livre para amar* mergulha nas cartas, diários e agendas pessoais de Guadalupe Ortiz de Landázuri para lançar luz sobre a personalidade da futura beata, que será elevada aos altares no próximo dia 18 de maio.

* O lançamento da edição portuguesa desta obra, com o título "Livre para amar", terá lugar em Lisboa, no dia 19 de fevereiro, às 18h30m.

La libertad de amar é o título [no original] do novo esboço biográfico sobre Guadalupe Ortiz de Landázuri, editado por Palabra, apresentado em Madrid pela jornalista Cristina Abad. Guadalupe será a primeira pessoa leiga do Opus Dei elevada aos altares e, na opinião da autora do livro, pode ser considerada um exemplo dos "santos ao pé da porta", a quem o Papa Francisco se refere na sua exortação apostólica Gaudete et Exsultate.

No livro, a autora mergulha na personalidade da futura beata, procurando justamente essa simplicidade dos santos de que fala o Papa Francisco. "Abordei a personagem do ponto de vista da curiosidade jornalística. Tinha lido alguma coisa sobre ela, mas parecia-me uma pessoa extraordinária e um pouco inatingível para mim. Decidi verificar se realmente era assim. Li as suas cartas, diários e agendas. E encontrei uma pessoa muito normal, próxima e divertida, que foi enfrentando desafios que eram pioneiros na época", explicou a autora.

A razão pela qual pôde enfrentar esses desafios e lançar iniciativas que não existiam em Espanha nem no México foi revelada por Cristina Abad durante a apresentação do livro, realizado na sede da livraria Neblí, em Madrid. "O amor dá asas, e ela era uma pessoa muito livre e amava tudo o que fazia, fazendo sua a famosa frase 'ama e faz o que quiseres' de Santo Agostinho", disse a autora.

Cristina Abad passou em revista os principais marcos na vida da futura beata acompanhada pelo diretor do Departamento para as Causas dos Santos, José Carlos Martín de la Hoz, num evento organizado pela jornalista Sofía Altimari, em que se reuniram mais de cinquenta pessoas de todas as idades, incluindo um dos sobrinhos da futura beata, o padre Luis Cruz Ortiz de Landázuri, e algumas pessoas que conheceram e conviveram com Guadalupe.

Abad referiu-se a acontecimentos-chave na trajetória de vida da futura beata, como a infância em Tetuán, a morte do pai ou o seu encontro com S. Josemaria.

Na ocasião, Cristina Abad referiu-se a acontecimentos-chave na trajetória de vida da futura beata, como a infância em Tetuán, a morte do pai ou o seu encontro com S. Josemaria. Conhecer o Fundador do Opus Dei fez com que Guadalupe descobrisse que Deus a chamava para fazer parte de algo que então - decorria o ano de 1944 - ainda era um fenómeno novo e incipiente dentro da Igreja, mas que anos depois se expandiu graças a ela por diferentes cidades de Espanha e do México.

Durante a sessão, o diretor do Departamento para as Causas dos Santos referiu-se com detalhe ao milagre que levou Guadalupe aos altares, a cura em 2002 de Antonio Sedano, residente em Barcelona, a quem fora diagnosticado um carcinoma no olho direito. "Ele pegou na pagela de Guadalupe porque lhe pareceu uma mulher muito elegante. No dia anterior à operação, dirigiu-se a Guadalupe e pediu-lhe com grande fé que o curasse fosse como fosse, que ela podia fazê-lo. No dia seguinte, quando se levantou, o tumor tinha desaparecido. Antonio esteve um bocado com taquicardia até se acalmar e ligar para o hospital a dizer que não ia fazer a operação", disse Martín de la Hoz.

Martín de la Hoz recordou a paixão de Guadalupe pela química, o seu sentido de humor ou a sua disposição de serviço aos outros.

Martín de la Hoz recordou o que significa chegar ao fim de um processo de beatificação e encorajou os presentes a recorrerem a Guadalupe nos próximos meses, uma vez que é necessário um novo milagre para a canonização. Além disso, recordou algumas das notas da personalidade da futura beata, como a sua paixão pela química, o seu sentido de humor ou a sua disposição de serviço aos outros.

"A sua vida foi tentar fazer em cada momento o que Deus lhe pedia. E depois envolver as pessoas. Guadalupe arrasta com a sua vida de doação, com a sua dedicação e com o seu estar à disposição dos outros ", sublinhou Martín de la Hoz.