O "Mandamento novo" de Jesus na Academia e Residência DYA

Em 23 de agosto de 1932, S. Josemaria decidiu que em todos os Centros do Opus Dei um quadro registaria as palavras de Jesus: "Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros", para recordar "onde está o que é permanente quando tudo se desmorona: no mandamento do Amor". O historiador José Luis González Gullón conta alguns detalhes dessa decisão.

Iniciada em 1931, a Segunda República Espanhola apresentou alguns elementos positivos para o desenvolvimento do país, especialmente no que se referia a uma maior abertura democrática. Houve também, desde o início, graves problemas sociais e políticos. A Constituição republicana, de perfil socialista, foi aprovada sem consenso e, entre outras medidas, a Igreja ficou subordinada ao Estado e foi proibida a educação por ordens religiosas.

No verão do ano seguinte, um acontecimento chocou a sociedade espanhola. No dia 10 de agosto, um grupo de forças militares e políticas, na sua maioria favoráveis ao regresso a uma monarquia autoritária, mobilizou-se com a ideia de fazerem um golpe de Estado. A revolta não prosseguiu porque, além de estar mal organizada, o governo prendeu os cabecilhas em poucas horas e recuperou a ordem pública.

Naquela altura, e ao longo de quatro anos, Josemaria Escrivá tinha difundido o espírito do Opus Dei em Madrid. Tinha reunido vários grupos de pessoas que o ouviam falar de santidade no meio do mundo: estudantes universitários, homens de variadas profissões e empregos manuais, mulheres jovens profissionais, algumas, outras com doenças crónicas e sacerdotes diocesanos.

Nesse verão de 1932, dois acontecimentos travaram a atividade apostólica do fundador. Por um lado, um padre diocesano que o seguia na Obra - José María Somoano - faleceu a 16 de julho, depois de ter passado três dias com dores fortes e vómitos. As ameaças de morte que recebera nos meses anteriores, e a virulência da doença, apontavam para um envenenamento por ódio à fé. Por outro lado, alguns dos estudantes universitários que o ouviam participaram na tentativa de golpe de Estado de 10 de agosto. A maioria deles foi para a prisão ou o exílio e, por isso , o Pe. Josemaria - que não se tinha envolvido nessas atividades políticas - viu dispersar o grupo de estudantes que conhecia.

Original do "Mandatum novum" que S. Josemaria pediu para ser pendurado numa das paredes da Academia DYA.

Talvez estas circunstâncias estivessem de alguma forma presentes quando, duas semanas depois, em 23 de agosto, anotou nos seus Apontamentos íntimos: "Em todas as nossas casas, num lugar muito visível, será colocado o versículo 12 do capítulo 15 de S. João: Hoc est praeceptum meum ut diligatis invicem, sicut dilexit vos" (Este é o Meu Mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei) [1].

Durante os meses seguintes, o fundador do Opus Dei iniciou as atividades da obra de S. Rafael, tanto nas aulas de formação cristã como no ensino do Catecismo às crianças. Em dezembro de 1933, o aumento do número de jovens que se aproximavam do seu apostolado levou à abertura da Academia DYA, na Rua Luchana 33, em Madrid. Era o primeiro lugar em que o Pe. Josemaria ia explicar o espírito do Opus Dei aos jovens que conhecia.

Enquanto instalavam o apartamento, o fundador pediu aos seus filhos espirituais na Obra que copiassem uma frase do Evangelho segundo S. João, que teve lugar na Última Ceia, quando Jesus disse aos Seus Apóstolos: «Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Por isto é que todos conhecerão que sois Meus discípulos, se vos amardes uns aos outros, assim como Eu vos amei» (Jo 13, 34-35). A versão latina deste versículo, desenhada em papel semelhante ao pergaminho, e protegida por uma moldura simples, foi colocada na parede da biblioteca ousala de aulas da Academia DYA. Décadas mais tarde, Escrivá comentou: "Causava-me dor a falta de amor, a tremenda falta de caridade que se vive entre os cristãos. Por isso, na primeira casa, com alguns móveis da minha mãe e outros que uma família amiga nos tinha oferecido, jápodíamos rechear, instalar aquele piso, mas a primeira coisa que lá instalei foi o Mandatum novum, que mandei desenhar a um daqueles primeiros rapazes" [2].

Nove meses depois, em setembro de 1934, a Academia mudou para a Residência DYA, na Rua Ferraz, 50. Quando ficou pronta, lá colocaram o quadro com as palavras do "Mandamento novo", numa parede da então chamada sala do piano ou de estar. Ver a inscrição evangélica era imediato para quem entrava naquela sala de estar, que, a partir daí, se tornou um lugar habitual para os encontros do fundador com os seus filhos espirituais da Obra e com os residentes, e um espaço para inúmeras tertúlias e encontros informais.


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De certa forma, estes versículos evangélicos resumiam um dos três pilares que, no pensamento de Escrivá, estiveram na base da Residência DYA.

Para além da relação pessoal com Deus e do estudo como trabalho profissional, a amizade, o convívio e a abertura aos outros definiam a Residência DYA. Escrivá explicava que um cristão não pode limitar os seus contactos aos mais chegados, nem pode fazer grupos fechados ou "capelinhas", como se dizia na altura. A mensagem do Evangelho está aberta a amigos e conhecidos no local de trabalho e noutras relações sociais, tanto públicas como privadas, e às pessoas necessitadas.

Apresentava assim a caridade como "um elemento essencial e indispensável na vida do cristão"[3]. Em particular, estabelecia uma relação estreita entre o "Mandamento novo" e as palavras em que S. Paulo exorta: "Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis plenamente a lei de Cristo" (Gl 6,2). [4] Chegou mesmo a ser considerada a hipótese de este versículo ser colocado nos oratórios dos centros da Obra, como lembrete [5].

Com o passar dos meses, a situação política em Espanha tornou-se cada vez mais complexa, com momentos em que a crispação deu lugar à violência física. O Pe. Josemaria estabeleceu como critério de atuação na Residência DYA que não se fizessem comentários políticos nos atos nem em reuniões . Em fevereiro de 1934, tinha já anotado: "Para o espírito da o. [obra] de S. Rafael: não permitir que os rapazes discutam assuntos políticos em nossa casa: fazer-lhes ver que Deus é o mesmo de sempre, que o Seu poder não diminuiu: dizer-lhes que o apostolado que fazemos com eles é de natureza sobrenatural: ter muitas vezes em conta a presença de Deus, em conversas privadas, em conversas comuns, e sempre: tornar católicos os seus corações e inteligências"[6].

As portas da Residência DYA estavam abertas a quem quisesse lá ir, com a única condição de saber respeitar os princípios cristãos que regiam a casa. José Luis Múzquiz recordou que, numa ocasião, levado pela curiosidade, perguntou ao Pe. Josemaria sobre "uma daquelas pessoas com presença no mundo político: penso que era Gil-Robles, por quem eu tinha na altura uma certa simpatia. O Padre respondeu-me imediatamente: ‘Olha, aqui nunca te perguntarão nada sobre política. Vêm de todas as tendências: Carlistas, Ação Popular, monárquicos da Renovação Espanhola, etc... e ontem, acrescentou ele, estiveram cá o presidente e o secretário da Associação de Estudantes Nacionalistas Bascos’"[7]. Depois falou-lhe da formação que se dava em DYA: "Mas poderão fazer-te outras perguntas ‘incómodas’- acrescentou, sorrindo- vão perguntar-te se rezas, se aproveitas bem o teu tempo, se os teus pais estão contentes contigo, se estudas, porque estudar é uma obrigação grave para um estudante" [8].

Em DYA não houve reuniões de caráter político nem recrutamentos para associações políticas. Um caso significativo ocorreu em janeiro de 1935, quando o Pe. Josemaria pregou um retiro espiritual a um grupo de amigos de um jovem que conhecia há anos - Adolfo Gómez Ruiz-, e que eram tradicionalistas. O diário da casa regista uma das objeções que o fundador fez antes de se comprometer a pregar o retiro: "O P. (Padre) disse que teria muito gosto em pregá-lo, mas com algumas condições, e uma delas era que eles não viriam como tradicionalistas, mas como jovens católicos, pois não queria que houvesse ali qualquer matiz político" [9]. Assim, Escrivá dirigiu o retiro para seis jovens, referindo-se aos temas espirituais que habitualmente abordava.

Também em janeiro de 1935, num ambiente tenso, após uma tentativa falhada de golpe de Estado e a subsequente repressão governamental, insistiu, na Instrução sobre a Obra de S. Rafael: "Não faleis de política, no sentido comum da palavra, e evitai que, nas nossas casas, se fale de partidos e de fações. Mostrai-lhes que na O. (Obra) cabem todas as opiniões que respeitem os direitos da Santa Igreja [10].

A ausência deliberada de qualquer posicionamento político por parte da direção da Residência DYA contrastava fortemente com a conjuntura social. Dentro de casa, procurava-se que houvesse serenidade nos comentários e tempo para o estudo. Fora – na rua, nas salas de aula da universidade, nas associações de estudantes – havia uma agitação contínua que chegou ao extremo dos tiroteios, ou seja, aos assassinatos a sangue frio, na rua, entre extremistas de direita e de esquerda. A inscrição com o Mandatum novum na sala do piano era uma permanente lembrança de qual deveria ser a sua atitude, especialmente para com aqueles que desprezavam ou até odiavam a fé católica. Em 16 de abril de 1936, Jiménez Vargas comparou o ambiente da Residência com o do exterior: "Entre as greves nas Escolas Especiais*e as notícias dadas por aqueles que estiveram nos tiroteios desta tarde, calculando o número considerável de vítimas, não há ninguém que possa ficar à margem da agitação no ambiente. Contudo, não é possível trabalhar noutro sítio com mais paz que nesta casa"[11].

O facto de não haver discussões políticas na vida estudantil da Residência DYA não significava que não houvesse "tensões que eramreflexo da situação político-social"[12], mas foram resolvidas pelo diretor, Ricardo Fernández Vallespín, ou pelo próprio Josemaria Escrivá. E viveram-se de acordo com as suas circunstâncias, ou seja, as de estudantes que tinham vários interesses ao seu cuidado – o estudo, os amigos, as famílias, etc. –, para além da política. De facto, entre os residentes e amigos da residência DYA, a maioria preferiu dedicar o seu tempo a outras atividades, fossem elas académicas, associativas ou privadas. Por exemplo, Juan Jiménez Vargas, propenso, por natureza, à ação, resolveu dar prioridade ao trabalho na Academia-Residência: "Prefiro ficar aqui, porque me apetece loucamente envolver-me em todas as confusões e tiroteios"[13]. Outro estudante, de 18 anos, Ángel Galíndez, relativizava os problemas: "A nós, estas coisas afetavam-nos muito, mas não de uma forma vital. A exigência dos estudos preparatórios de admissão e, no meu caso, a resolução dos seis problemas esgotantes, mais o jogo de Espanha contra a Áustria [de 19 de janeiro de 1936], ocupavam o universo das nossas preocupações"[14].

Contudo, uns tantos estiveram envolvidos na política ativa ou deixaram de frequentar a Academia-Residência para dedicarem todas as suas energias ao mundo político. Isto aconteceu em particular com aqueles que tinham opções culturais únicas – os tradicionalistas, por exemplo –, pois tinham dificuldade em compreender a mensagem da Obra. Segundo Jiménez Vargas, "não viam outra solução a não ser a política, e por isso estavam metidos em cheio num ativismo orientado para a solução violenta de tudo"[15]. Foi este o caso do carlista Vicente Hernando Bocos, que ouviu com prazer as propostas cristãs de Josemaria Escrivá, mas que não aceitou o carácter marcadamente espiritual das suas abordagens: «dissuadia-nos, aos estudantes, de nos polarizarmos em política, pois sentia pena "que jovens tão bons se consagrassem principalmente à política, porque a política os consumia ". Dizia-me, como conselho pessoal, que eu tinha de estudar muito, para chegar a ser alguém, e assim servir melhor, e insistia em que considerasse a parábola dos talentos. Eu respondia-lhe que achava que não tinha enterrado o meu talento. Mas o Pe. Josemaria insistia comigo em que meditasse sobre a parábola" [16]. Apesar dos conselhos, a ideia de ação social de Hernando Bocos era radicalmente diferente da que aquele sacerdote sugeria. «Dizia-nos: "devemos ser firmes e constantes no que sentimos, mas sem magoar ninguém". E eu respondia: "Não me convence o que me diz, porque o que eu quero é pancadaria e aguentar-me nas canetas "»[17].

Em abril de 1936, o fundador pediu-lhes que desenhassem outro "Mandamento novo", semelhante ao que tinham pendurado na sala do piano. Pensava, provavelmente que esta cópia iria para a nova sede da Residência DYA, queandavam na altura a procurar, em Madrid. Três meses mais tarde, em julho,DYA mudou-se para um edifício na mesma rua, a de Ferraz, desta vez no número 16, para onde levaram a cópia do Mandatum novum. Por outro lado, o antigo quadro, que tinha estado em Luchana, 33 e em Ferraz, 50, foi preservado num baú guardado pela família do fundador[18].

O rebentar da Guerra Civil espanhola em julho de 1936 levou a uma forte repressão em Madrid, que ceifou a vida de milhares de católicos, sacerdotes e leigos. O fundador e os membros da Obra tiveram de se esconder, e a sede da Residência DYA ficou abandonada à sua sorte. Durante quatro meses foi sede de um comité anarco-sindicalista, onde se praticaram torturas e condenações à morte.

Em 28 de março de 1939, dia da rendição de Madrid, Josemaria Escrivá regressou à capital espanhola num camião do exército pertencente a uma coluna de abastecimento. Ao passar pela Rua Ferraz, pediu ao motorista que parasse por um momento e confirmou que a casa tinha sido perfurada por várias granadas. No dia seguinte, foi lá com vários rapazes da Obra e recolheram alguns objetos atirados pelo chão.

Dias depois, a 21 de abril, foi novamente à antiga residência, acompanhado pelo seu irmão Santiago, Juan Jiménez Vargas e Miguel Fisac. Não tinham grandes esperanças de encontrar mais coisas, mas de repente "uma surpresa: no chão, coberto pelos escombros, estava o quadro do Mandatum novum, bastante bem conservado" [20]. E continua Jiménez Vargas: "provavelmente, como não tinham entendido o texto, não viram nele o significado religioso e deixaram-no no seu lugar, na parede onde estava colocado, como se fosse um quadro inútil, e aí ficou, até que a parede ruiu sob os bombardeamentos"[21].

Escrivá sempre considerou esta descoberta providencial, porque lhe mostrava "onde está o que é permanente, quando tudo se desmorona: no mandamento do Amor"[22]. As palavras de Jesus Cristo tinham um profundo significado teológico, referindo-se não só a pessoas que pensavam de forma diferente, mas à essência da caridade, ao Espírito Santo, que torna possível a cada filho de Deus doar-se completamente aos outros. Francisco Ponz, que se incorporou no Opus Dei assim que a Guerra Civil acabou, recorda: "Com frequência se referia à fraternidade cristã. Falava-nos com muito amor no Mandatum novum, de como queria que ele estivesse presente nos nossos corações, que o vivêssemos com todos e, claro, com os rapazes que acompanhávamos no ambiente dos nossos centros. Considerava também que o facto de terem encontrado este texto do Evangelho entre os escombros de Ferraz - que já tinha mandado escrever em papel que imitavapergaminho, para a Academia DYA – não deixava de ser uma especial providência de Deus"[23].

Algum tempo depois, no ano académico de 1941-1942, ocorreu em Madrid um acontecimento que ficaria gravado para sempre no coração de outro jovem do Opus Dei, Amadeo de Fuenmayor. Certo dia, alguns estudantes começaram a fazer troça - um episódio sem grande importância - de uma pessoa tinha ajudado mal à Missa -, e todos em casa acharam piada àquela brincadeira. Sabendo que o diretor da casa tinha sido o primeiro a rir, nessa tarde, o fundador pregou uma meditação para todos, e referiu-se à caridade fraterna, de acordo com o Mandatum novum de Cristo: "Desde o início nos impressionou o tom com que o Padre nos falou. Fazia-o com grande paixão, com uma força extraordinária, querendo gravar as suas palavras nas nossas almas. Comentou-nos mais uma vez o que o Apóstolo S. João gostava de repetir aos primeiros cristãos na sua velhice: Filioli mei, non diligamus verbo, neque lingua, sed opere et veritate. E durante meia hora, explicou de forma singular as exigências da caridade fraterna. Já quase no fim, pediu-nos que, ao longo dos anos, contássemos aos nossos irmãos mais novos que um dia o Padre nos chamou a ’Diego de León’ para que, com ele, pedíssemos ao Senhor que sempre na Obra, se vivesse a caridade fraterna com a extraordinária delicadeza com que se tinha vivido desde o princípio. Lembro-me que chorei, ou melhor, que chorámos durante essa meditação"[24].

O Fundador deu indicações para que o Mandatum novum, escrito em latim, fosse colocado nas salas de estudo dos centros do Opus Dei onde se realizam atividades da obra de S. Rafael. Hoje em dia, acrescenta-se geralmente uma tradução na língua do país em questão, para que todos os jovens compreendam as palavras sobre a caridade fraterna, transmitidas por Jesus Cristo à Sua Igreja.


* NT: Escuelas Especiales era a designação das Escolas de Engenharia na Universidade espanhola da altura.

[1] Apontamentos íntimos, n. 815 (23-8-1932).

[2] Recordação de Cipriano Rodríguez Santa María, Manizales, agosto de 1975, in AGP, série A.5, 344-1-1. A representação do "mandamento novo" é tradicional na Igreja, sob diversas formas. O Fundador encontrou, em Madrid, o Crucifixo do Amor Misericordioso que o escultor Lorenzo Coullaut Valera completou em junho de 1931, por indicação da Madre Esperanza, fundadora da Congregação das ‘Servas do Amor Misericordioso’. Aos pés dessa imagem, representava-se o Evangelho aberto no Mandatum novum. Cf. José María Zavala, Madre Esperanza. Los milagros desconocidos del alma gemela de Padre Pío, Freshbook, Rivas-Vaciamadrid, 2016.

[3] Juan Ignacio Ruiz Aldaz, "Caridad", in José Luis Illanes (coord.), Diccionario de san Josemaría Escrivá de Balaguer, Monte Carmelo - Instituto Histórico San Josemaría Escrivá de Balaguer, Burgos 2013, p. 196.

[4] Os dois textos aparecem registados no ponto 385 de Caminho. Cf. Josemaría Escrivá de Balaguer, Camino (edição crítico-histórica), Rialp, Madrid 2004, 3ª edição, pp. 555-557. O "Mandatum novum" é também citado nos pontos 454 e 889 de Forja.

[5] cf. Apontamentos íntimos, nº 937 (19-2-1933). E pregou esta doutrina ao longo de toda a sua vida. Copiamos, a título de exemplo, um texto referente ao texto joanino e outro ao texto paulino. O mandamento do amor "obriga-nos a amar todas as almas, a compreender as circunstâncias dos outros, a perdoar, se nos fizerem alguma coisa que precise de perdão. A nossa caridade deve ser tal que cubra todas as deficiências da fraqueza humana, veritatem facientes in caritate, tratando com amor quem erra, mas não admitindo compromissos no que é de fé": Josemaría Escrivá de Balaguer, Cartas (edição crítico-histórica),Vol I, Rialp, Madrid 2020, p. 273. "Sinto a necessidade de recordar constantemente estas palavras do Senhor. S. Paulo acrescenta: "Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis plenamente a lei de Cristo". Tempo desperdiçado, talvez com a falsa desculpa de que te sobra tempo… se há tantos irmãos, amigos teus, sobrecarregados de trabalho! Com amabilidade, com cortesia, com um sorriso nos lábios, ajuda-os de tal forma que quase pareça impossível que eles reparem. E que nem possam mostrar a sua gratidão, porque o discreto requinte da tua caridade fez que ela passasse despercebida": Josemaría Escrivá de Balaguer, Amigos de Dios (edição crítico-histórica), Rialp, Madrid 2019, p. 269.

[6] Apontamentos íntimos, n. 1160 (16-3-1934).

[7] Memória de José Luis Múzquiz de Miguel, Derio (Vizcaya), 29-8-1975, in AGP, série A.5, 231-1-1. As duas páginas seguintes são reproduzidas, em parte, no nosso livro DYA. La Academia y Residencia en la historia del Opus Dei (1933-1939), Rialp, Madrid 2016, 4ª ed.

[8] Memória de José Luis Múzquiz de Miguel, Derio (Vizcaya), 29-8-1975, in AGP, série A.5, 231-1-1.

[9] Diário de Ferraz, 27-I-1935, p. 124, in AGP, série A.2, 7-2-1.

[10] Instrucción sobre la obra de San Rafael, 9-I-1935, p. 12, in AGP série A.3, 89-3-1.

[11] Diário de Ferraz, 16-4-1936, pp. 162-163, in AGP, série A.2, 7-2-3.

[12] Memória de Miguel Español (s/d), in AGP, série A.5, 1429-1-27.

[13] Diário de Ferraz, 17-4-1936, pp. 164-165, in AGP, série A.5, 1429-1-27.

[14] Memória de Ángel Galíndez (s/d), in AGP, série A.5, 329-1-1.

[15] Memória de Juan Jiménez Vargas, Pamplona, 26-6-1976, in AGP, série A.5, 221-1-2.

[16] Testemunho de Vicente Hernando Bocos, Palencia, 3-9-1975, in AGP, série A.5, 219-2-4.

[17] Ibid.

[18] cf. Crónica 1978, p. 149 (AGP, Biblioteca, P.01). Este "mandamento novo" conserva-se na sde da Residência universitária Montalbán (Madrid).

[19] cf. Diario de Madrid, 28 e 29-3-1939, in AGP, série A.2, 11-1-1.

[20] Memória de Juan Jiménez Vargas, Pamplona, 26-6-1976, in AGP, série A.5, 221-1-2. Este "mandamento novo" conserva-se na Sede da Comissão do Opus Dei em Itália (Milão).

[21] Ibid.

22] cf. Josemaría Escrivá de Balaguer, Camino (edição crítico-histórica), o. c., p. 556, nt. 55.

[23] Memória de Francisco Ponz Piedrafita, Pamplona, 26-9-1975, in AGP, série A.5, 238-3-5. Ponz recordou outras palavras do Fundador, referidas também ao Mandatum novum: "O amor às almas - disse ele em certa ocasião- faz-nos amar todos as pessoas, compreender, desculpar, perdoar... Deveis ter um amor que cubra todas as deficiências das misérias humanas".

[24] Memória de Amadeo de Fuenmayor Champín, Pamplona, 4 de setembro de 1975, in AGP, série A.5, 212-1-6.

José Luis González Gullón