Incêndios em Portugal: ajudar Serpins, Mangualde, Oliveira do Hospital e Seia

Ainda em fase de recuperação após a tragédia, mais de 50 jovens de Lisboa, Porto, Coimbra, Braga e Montemor-o-Novo realizam acções de voluntariado nos concelhos mais afectados e uma vigília de oração em Lisboa.

O apelo do Papa Francisco do passado 18 de Outubro alentou “instituições e pessoas de boa vontade a prestarem nestes momentos difíceis uma ajuda eficaz com espírito generoso e fraterno”, suplicando a Deus que “console os atingidos pela tragédia nos seus afectos e nos seus bens e inspire em todos sentimentos de esperança e solidariedade para superar a adversidade”. Apresentamos de seguida alguns projectos realizados recentemente em Portugal.

CORTA-FOGO SOLIDÁRIO: CAMPOS DE TRABALHO EM SERPINS, MANGUALDE, SEIA E OLIVEIRA DO HOSPITAL

O Projecto Corta-Fogo Solidário é uma iniciativa da Fundação Maria Beatriz Lopes da Cunha e tem como objectivo contribuir para que as vítimas dos incêndios em Portugal voltem o mais depressa possível ao estilo de vida que tinham anteriormente.

Na última semana de Novembro, 15 alunas do 9º ano do Colégio Mira Rio, de Lisboa dedicaram os seus esforços para dar uma ajuda no Centro de Dia de Serpins (Lousã). Nas manhãs integraram diversos momentos de animação para as pessoas do centro. As tardes foram dedicadas à organização dos bens doados, para as vítimas dos incêndios. O grupo trabalhou em articulação com o Presidente da Junta de Freguesia de Serpins e o Chefe do Agrupamento de Escuteiros.

Um pouco mais tarde, na primeira semana de Dezembro, 10 jovens do Clube dos Arcos, de Coimbra, pintaram vários muros na freguesia de Serpins, apagando o rasto e a memória dos incêndios. Muitas pessoas do local, aproximando-se durante o trabalho, partilharam histórias e mágoas dos dias difíceis dos incêndios.

No final, uma das voluntárias testemunhou: “Como sempre, quem pensa que vem dar recebe muito mais. A paisagem aqui é desoladora: tudo está cinzento, preto, queimado, estragado, destruído. Pintamos cerca de 80 metros de muro. E rematou em jeito de conclusão: “Que é isso em todas as aldeias e vilas que foram afectadas? Muito pouco… mas tenho consciência que a entrega do tempo, das dores nos braços e nas mãos, do frio, das circunstâncias menos cómodas valeram muito a pena”.

Na semana prévia ao Natal, mais de 50 jovens universitárias aproveitaram as suas férias e dedicaram o seu tempo a outros projectos de solidariedade:

Mangualde
Em Mangualde, 16 estudantes do Clube Colina (Braga) participaram numa acção de voluntariado para plantar árvores e visitar as vítimas dos incêndios na freguesia de Espinho. O presidente da junta de freguesia reconheceu a importância do trabalho de todos os voluntários num pequeno acto no local. Esta acção de voluntariado foi registada numa reportagem da SIC no dia 19 de Dezembro.

Oliveira do Hospital

Em Oliveira do Hospital 9 estudantes do Clube Rampa (Porto) participaram de 18 a 20 de Dezembro num programa de voluntariado que incluía a limpeza de valetas das estradas e a visita a idosos.

Seia

Em Seia, 9 voluntárias da Residência da Rotunda (Porto) ocuparam-se da separação de roupa no centro da Caritas no local e plantaram árvores no concelho.

Serpins

Em Serpins (Lousã), 10 associadas do Clube Monte Alegre (Montemor-o-novo) Realizaram trabalhos de pintura, remodelação e ajuda aos idosos.

RECOLHA DE ALIMENTOS PARA TÁBUA

No concelho de Tábua, foram três as vítimas mortais dos incêndios, 53 casas foram completamente destruídas e várias empresas agrícolas foram afectadas. O Colégio Planalto, de Lisboa, organizou uma recolha de alimentos, roupa e bens de primeira necessidade que permitiu o envio de três carrinhas cheias para as pessoas de Tábua.

Uma pequena contribuição, mas para André Santos, coordenador das iniciativas de solidariedade no local, foi “uma ajuda importante e que agradecemos em nome de todos os habitantes do concelho”. Pode ver no seguinte vídeo uma apresentação do projecto:

NOITE DE ORAÇÃO PELAS PESSOAS AFECTADAS PELOS INCÊNDIOS

Mais de 30 estudantes universitários de diferentes cursos fizeram, na capela da Residência Universitária Montes Claros, em Lisboa, uma vigília de oração pelas famílias que foram mais afectadas nos 32 concelhos devassados pelos incêndios.

Francisco, um dos participantes, reconheceu que “esta é a forma possível de estar perto dos afectados, porque Deus estará seguramente perto de cada um. O Papa pediu-nos em Outubro que rezássemos em silêncio pelas vítimas dos incêndios e este foi, sem dúvida, um momento para estar mais unidos às suas intenções”.