Lisboa: Clube Xénon - quase tão tradicional como o “28”

O Clube Xénon completou 50 anos. Desde janeiro de 1968 é um ponto de apoio para as famílias que desejam para os seus filhos dos 10 aos 18 anos um espaço de estudo, desenvolvimento, diversão e formação católica.

O ELÉCTRICO “28”

O “eléctrico” da foto em baixo é o 28, uma cara típica de Lisboa a funcionar desde 1914. Não é rápido nem sofisticado mas, depois de ter sobrevivido a todas as mudanças, faz falta à vida da cidade.

Foi nesse elétrico que, em 1981 ou 1982, entrou o grupo de rapazes do Xénon da foto seguinte, logo de manhã cedo.

Tudo a postos para a “Operação Sr. Dia”

Um dos participantes (o da primeira fila com um casaco na mão) recorda hoje assim: “foi no concurso ‘Você é o Senhor Dia?’ do jornal "O Dia", um concurso que ganhámos. Consistia em encontrar o jornalista do jornal "O Dia" que iria viajar ‘descaracterizado’ à espera de ser descoberto. Para isso, tínhamos de perguntar aos ‘suspeitos’: “você é o Senhor Dia?”. Dividimo-nos por todos os eléctricos da carreira 28. Enfim, mal o jornalista entrou foi logo ‘apanhado’.”

O prémio foi um aparelho de rádio, que ainda serviu uns anos.

As atividades e o miolo

Não consta que, nem antes nem depois, tenha acontecido uma atividade semelhante.

É mais comum recordar atividades mais habituais como as aventuras na Arrábida, convívios-nómada, serões à volta da fogueira, acampamentos, competições de aeromodelismo, judo, artes plásticas. E horas na sala de estudo, intensas, com começar e terminar esforçados.

Durante uma excursão nos inícios dos anos 70.

Outro dado que fica é a arte de cuidar da amizade como um estilo habitual de vida, uma atitude assimilada que não depende de lugar e não diferencia ninguém.

Um clube de pais e mães

“O meu filho mais velho, começou a frequentar o ano passado o clube Xénon. Desde então tem recebido um apoio incondicional por parte de todos. Para nós pais é um descanso este prolongamento da nossa casa, com a ajuda de um preceptor com quem ele pode falar com abertura, às vezes de assuntos que o preocupam.

Ele próprio sente que não é mais um entre muitos, mas o António com todas as suas qualidades e defeitos, de quem gostam e respeitam, assim como exigem dele o melhor que ele for capaz de ser.

Tive a certeza disto, quando outro dia me disse: Mãe tire-me tudo o que quiser menos o Xénon!”, reconhece Teresa Ventura,

Os pais são protagonistas do Xénon. Se o Clube nasceu há 50 anos foi para colaborar com as famílias na formação humana, profissional e religiosa dos seus filhos.

Oportunidade para a formação católica

A religião cristã é uma das dimensões do clube.

Respira-se a visão optimista que a fé católica tem sobre o mundo e a vida, condimentada com a ideia do fundador do Opus Dei, S. Josemaria, de que cada um é filho de um Deus que é Pai e que criou todas as coisas, e cada um em singular, por bem e para o bem.

O clube está aberto a pessoas de todas as crenças e a não crentes, e a formação católica está disponível para as famílias que a desejarem (através de retiros, recolecções, palestras, círculos, aulas de catecismo da Igreja Católica, assistência do capelão).

Um testemunho vindo das artes marciais

Jorge é o professor de judo desde há... mais de 45 anos...: “nos últimos 47 anos fui colaborador do clube como professor de judo, atividade que sempre teve a adesão de grande parte dos sócios. Por mim passaram várias gerações de que guardo memória positiva e agradável!

Estou convencido de que os jovens que passaram por mim sentem o mesmo.

Das restantes atividades profissionais por mim exercidas fui saindo quando entendi que tinha “missão cumprida”. O Xénon foi ficando.”

Na cerimónia comemorativa dos 50 anos, o professor Jorge recebeu um kimono de judo das mãos de um dos alunos atuais.

Entrega de um kimono ao professor de judo desde 1972, na cerimónia comemorativa que contou também com intervenções do antigo sócio Henrique Leitão, de Graça Franco, cujos filhos foram sócios, e o testemunho do primeiro sócio do clube Jaime Bilbao

1972 – um momento especial

Quatro anos após o início do clube terminaram as primeiras obras de adaptação da casa. Em 1972 a dedicação do altar da capela foi feita por S. Josemaria, como se vê nesta foto.

S. Josemaria na cerimónia de consagração do altar, ajudado por Manuel Ortiz. Vêem-se o Pe. António Cardigos, mestre de cerimónias, e o então conselheiro do Opus Dei em Portugal Pe. António Barbosa

Ir a Roma e ver o Papa

Os festejos dos 50 anos incluíram uma viagem a Roma em Dezembro de 2017 de alguns sócios. Foi a ocasião de, no mesmo dia, tirar estas fotos de dois encontros especiais.

O Papa recebe um postal de Natal gigante com os votos natalícios assinados, e uma foto, das famílias do Xénon. Pediu para rezarmos por ele.

O prelado do Opus Dei, Mons. Fernando Ocáriz, lê as mensagens manuscritas das famílias do Xénon

À espera de 3 prendas pelos 50 anos

O clube tem três objetivos para melhor servir as famílias: reconstruir o pavilhão, repavimentar o campo de jogos e trocar de carrinha. A campanha de recolha de ajudas já começou.

Esquema do novo pavilhão e do novo pavimento do campo de jogos.

Mais informação

www.clubexenon.org

www.instagram.com/clubexenon

Campanha de angariação de fundos para o campo: www.clubexenon.org/novocampo

Programa Forward para rapazes do secundários: www.clubexenon.org/forward

Ver aqui algumas imagens que recordam os 50 anos do Clube Xénon