Vigário Regional do Opus Dei: após a calamidade deste fim de semana

Desde o passado domingo dia 15 todos seguimos com dor e perplexidade o rasto de destruição que os incêndios deixaram em todo o país.

Agradeço a Deus a chuva desta noite que tanto precisávamos para o duro combate contra as chamas. A chuva veio misturar-se às muitas lágrimas dos que choram os que eram seus e agora partiram.

Na calma de hoje é maior o espanto pelo que aconteceu, é mais nítido o sofrimento, e é maior o esforço por tentar não desanimar, manter a confiança e recomeçar de novo.

O desastre deste verão mostra como foi e se mantém válido o alerta dos bispos portugueses na sua nota pastoral “Cuidar da casa comum – prevenir e evitar os incêndios” do passado dia 27 de abril.

Dirijo a todos os afetados pelo luto, pela destruição, e a todos os envolvidos na ajuda e no socorro, um pensamento de proximidade e consolo. Tudo e todos estão presentes nas minhas orações.

Permitam-me falar agora em especial para os fiéis e para os cooperadores do Opus Dei. Sei que alguns de vós viveram momentos de grande aflição, nalgum caso com perdas grandes. Rezo por cada uma e cada um, e peço ao nosso bom Deus que vos faça sentir que está perto, de modo especial e misterioso quando permite o sofrimento, que não vos abandona e vos dá paz. Ele saberá recompensar com abundância, de alguma maneira, tudo quanto parece tirar: Deus dos males tira bens, dos grandes males grandes bens. Não nos esqueçamos disto, quando só vemos o mal permitido.

Deixem-me lembrar-vos as palavras do Prelado do Opus Dei, daquele a quem tratamos familiarmente por Padre, ditas na sua vinda a Portugal em julho, a propósito do então recente incêndio de Pedrógão Grande: “É um mistério que não poderemos entender completamente, mas a partir da cruz de Jesus Cristo sempre podemos procurar algum consolo. Na cruz, é Deus quem quer passar pelo sofrimento, e desde então, de algum modo, o sofrimento pode transformar-se em salvação, pelo amor”.

Quase todos nós temos familiares ou pessoas próximas afetadas pela calamidade. Dou o meu alento para ajudarmos, cada um conforme possa, individualmente ou juntando-se às iniciativas, civis ou da Igreja, que estão a fazer um trabalho precioso de solidariedade e de grandeza.

Como é sabido de todos a Cáritas Portuguesa abriu, para apoio de todas as vítimas, a conta 'Cáritas com Portugal abraça vítimas dos incêndios', com o IBAN PT50 0035 0001 00200000 730 54, na Caixa Geral de Depósitos.

Informo que no próximo domingo, 22 de outubro, as missas celebradas no Oratório de S. Josemaria, em Lisboa, terão por intenção as vítimas e familiares dos incêndios.

Mons. José Rafael Espírito Santo

Vigário Regional do Opus Dei em Portugal

17 de outubro de 2017