O apostolado, essa ânsia que rói as entranhas do cristão, não é coisa diferente do trabalho de todos os dias; confunde-se com esse mesmo trabalho, convertido em ocasião de um encontro pessoal com Cristo. Nessas tarefas, empenhando-nos nas mesmas aspirações ombro a ombro com os nossos colegas, com os nossos amigos, com os nossos parentes, poderemos ajudá-los a chegar a Cristo, que nos espera à margem do lago. Antes de ser apóstolo, pescador. Depois de apóstolo, pescador. Antes e depois, a mesma profissão. (...)
Passa ao lado dos seus apóstolos, junto dessas almas que se lhe entregaram. E eles não se dão conta disso. (...) Lançai a rede para o lado direito da barca, e encontrareis. lançaram a rede e já não a podiam tirar por causa da grande quantidade de peixes (Jo 21, 6). Agora compreendem. Volta à memória daqueles discípulos o que tantas vezes tinham ouvido dos lábios do Mestre: pescadores de homens, apóstolos. E compreendem que tudo é possível, porque é Ele quem dirige a pesca. (...)
Os outros discípulos foram com a barca porque não estavam distantes de terra, senão duzentos côvados, e tiraram a rede cheia de peixes (Jo 21, 8). Põe imediatamente a pesca aos pés do Senhor, porque a pesca é dEle. Para que aprendamos que as almas são de Deus, que ninguém nesta terra pode avocar a si essa propriedade; que o apostolado da Igreja - a notícia e a realidade da salvação - não se baseia no prestígio desta ou daquela pessoa, mas na graça divina. (Amigos de Deus, nn. 264-267)