“Somos responsáveis pela nossa fidelidade”

O Prelado do Opus Dei falou da lealdade, com palavras e feitos, ao caminho que cada um haja empreendido.

Em março, Dom Javier Echevarría celebrou, em Roma, uma Missa em sufrágio da alma de dom Álvaro Del Portillo, bispo e sucessor de São Josemaria à frente do Opus Dei, que faleceu em 1994.

Tendo como motivo o Ano Sacerdotal que celebra a Igreja, o Prelado do Opus Dei centrou sua homilia na fidelidade, uma virtude na qual D. Álvaro se sobressaiu : “Dom Álvaro demonstrou com sua vida que era uma pessoa fiel, forte como uma rocha, capaz de resistir a todas as adversidades”.

Dom Echevarría contou uma passagem pessoal: “Um dia em que dom Álvaro não estava presente, São Josemaria falou-nos dele com estas palavras: ‘Possui a fidelidade que vós devereis ter em todo momento. Soube sacrificar-se em todas as suas coisas pessoais com um sorriso, como vós. Ele não acredita ser uma exceção, nem eu tão pouco acredito que o seja, nem que o será jamais: vós devereis fazer como ele, com a graça de Deus. E se me perguntardes: foi heroico alguma vez? Eu vos responderei: sim, muitas vezes foi heroico, muitas; com um heroísmo que parece uma coisa comum’” .

Com palavras do Papa Bento XVI, o Prelado do Opus Dei recordou que “na realidade, a vida é sempre uma eleição: entre honradez e injustiça, entre fidelidade e infidelidade, entre egoísmo e altruísmo, entre o bem e o mal”. “Sobre nós - prosseguiu o Prelado - recai a alegre responsabilidade de sermos fiéis à nossa vocação cristã e de oferecermos aos outros o testemunho de nossa lealdade. Ainda que muitas pessoas mostrem-se reticentes em manter os compromissos assumidos livremente, somos chamados para demonstrar a fidelidade com as palavras e com os feitos nas diversas áreas de nossa vida: na relação com Deus e nas relações sociais, profissionais e familiares”.

Reconheceu também que: “permanecer leais sempre e em todos os aspectos não é fácil e exige sacrifício”, porque, com as palavras do Papa, “a escola da fé não é uma marcha triunfal, mas um caminho salpicado de sofrimentos e de amor, de provas e de fidelidade que devemos renovar todos os dias”.

Mas, continuou, “acrescentaria que (a fidelidade) é um caminho de felicidade e de paz, porque o Senhor nos quer felizes. A Quaresma é uma chamada para a lealdade dos filhos de Deus, para a conversão dos corações com o firme propósito de viver todos os compromissos do batismo: deste modo, participaremos, em todas as ocasiões, da felicidade do Céu”. “Queira Deus – concluiu – que, por intercessão da Virgem, possa dizer de cada um de nós que fomos fideles usque ad mortem [fiéis até a morte], fiéis à vocação cristã, com uma fidelidade concreta, alegre, indiscutível, renovada, dia a dia, nas coisas grandes e pequenas da vida ordinária”.