Para nos proteger dos perigos

Hayat Hassan Ali, etíope residente em Quebec,, Canadá

Nasci na Etiópia e agora vivo em Quebec desde 1985. Sou a mais nova de uma família numerosa de 18 filhos.

Quando os meus irmãos e eu nos vimos na contingência de abandonar a Etiópia por causa da guerra, a minha avó coseu uma estampa de Mons. Escrivá no avesso dos nossos fatos para nos proteger dos perigos. No caminho até à fronteira tínhamos a certeza de estarmos bem acompanhados pelo nosso amigo. Durante a longa caminhada que tivemos de empreender para fugir, suportamos muita sede sem poder beber água potável. Apenas encontrávamos charcos de água suja. O guia da expedição, que conhecia a nossa devoção ao “santo”, animou-nos a rezar-lhe de joelhos. Um pouco mais adiante, ao chegar à encruzilhada de um caminho, apareceu-nos um homem vestido de branco fazendo um gesto de longe a indicar-nos: «por aqui, por aqui!». Decidimos segui-lo e deparamos com uma fonte de água clara onde pudemos saciar a sede. Não voltamos a ver o «anjo da guarda» que nos guiou até ali.

A minha avó tinha conhecido Mons. Escrivá nos finais dos anos setenta quando fez uma viagem a Fátima para rezar a Nossa Senhora. Aí encontrou um casal de espanhóis que lhe falaram do fundador do Opus Dei. Depois visitou Espanha e teve ocasião de conhecer melhor São Josemaria e a Obra. A minha Avó regressou feliz à Etiópia. Ensinou-me a rezar a estampa e a beijá-la sempre que regressava da escola. Recitávamos também a sua oração depois do Terço. Desde então considerei São Josemaria como o meu melhor amigo.

Agora trabalho para a Nova Evangelização do Quebeque. Tenho a meu cargo principalmente as atividades com os jovens da diocese. Participei em diversas Jornadas mundiais da Juventude. São Josemaria acompanha-me sempre nestas aventuras. Por exemplo, quando em 2005 estávamos a preparar a viagem para ir a Colônia, faltava-nos muito dinheiro. Animei o grupo de jovens que estava comigo a fazermos uma novena ao fundador do Opus Dei. No último dia, depois da missa, aproximou-se de mim uma senhora da paróquia com um envelope. Tinha dentro um cheque de $25,000 para nós.

Desde que me envolvi nos preparativos do Congresso Eucarístico Internacional de 2008, ponho nas suas mãos todos as diligências que tenho de fazer e os frutos do Congresso. De manhã antes de começar a trabalhar rezo-lhe dizendo: «Tu, que passaste por momentos difíceis, de incompreensões, etc., ajuda-me a ser paciente e a fazer bem o que tenho de fazer, e com optimismo». A previsão do número de inscrições não era muito elevada desde que soubemos que o Santo Padre não poderia participar fisicamente no evento. Contudo, a dois meses da abertura do Congresso, já chegamos às 10.000 inscrições, cifra que nos tínhamos proposto desde o início.