O sacramento da alegria

"Diante de nossas quedas e pecados, a misericórdia divina sai ao nosso encontro, especialmente no sacramento da paz e da reconciliação, o sacramento da Penitência" - Dom Álvaro reflete sobre a importância da Confissão no nosso dia a dia.

A Confissão

Mais de uma vez, o Santo Padre João Paulo II comentou-me que no Opus Dei temos “o carisma da Confissão”, uma graça particular de Deus que nos impulsiona a procurar que as almas se aproximem do Sacramento da Penitência e, no caso dos sacerdotes, a dedicar-se generosamente à administração deste sacramento. Há uma razão profunda para que seja assim. O espírito da Obra conduz-nos a saborear a paternidade de Deus: uma paternidade infinitamente misericordiosa, porque perdoar é característica própria dos pais (cfr. Santo Tomás, Summa Theologiae, I, q.21, a.3, c.). Recorrer com piedade filial ao perdão de Deus forma parte da entranha de nossa relação com o Senhor. Sabemos que para o nosso Padre [São Josemaria] os atos de contrição eram uma devoção muito importante, e também por isso amava tanto, e ensinou-nos a amar, o Sacramento da Penitência, onde nos é oferecido todo o perdão e a misericórdia divinos, porque “não existe melhor ato de arrependimento e de desagravo do que uma boa Confissão” (fevereiro de 1972).

Carta pastoral, 9-I-1993.

Diante de nossas quedas e pecados, a misericórdia divina sai ao nosso encontro, especialmente no sacramento da paz e da reconciliação, o sacramento da Penitência. Aproximai-vos da Confissão sempre que for necessário, para limpar-vos dos vossos pecados e recuperar a graça de Deus, e poder assim receber a Sagrada Eucaristia, onde “está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a sua vida mediante a sua carne vivificada” (Presbyterorum ordinis, n.5). Aproximai-vos também do sacramento da Penitência, e com frequência, mesmo que não tenhais consciência de pecado grave, porque na Confissão a vossa alma será mais forte para combater com alegria as batalhas da paz, para a glória de Deus e a salvação das almas.

Homilia na vigília de oração do Ano internacional da juventude, 30-III-1985. Publicada em “Romana” I (1985), pp. 62-63.

Conhecer-se bem: o exame

Está é a luta nova que proponho para o resto de nossa vida: fazer com consciência o exame de consciência. Considerai esta luta como exigência de Amor, porque o exame é o passo prévio e o ponto de partida cotidiano para nos incendiarmos mais no amor a Deus, com realidades – obras – de entrega. Cuidar desta norma [de piedade cristã], procurando cumpri-la com profundidade, impede que os germes da tibieza criem raízes na nossa alma e facilita que vivamos longe das ocasiões de pecado.

Se realmente pretendemos conseguir esta limpeza de coração, que nos levará a ver a Deus em tudo, necessitamos levar muito a sério o exame diário de nossa alma. Quem ficasse satisfeito com uma visão rotineira, superficial, acabaria deslizando, pelo plano inclinado da negligência e da preguiça espiritual, até a tibieza, essa miopia da alma que prefere não discernir entre o bem e o mal, entre o que procede de Deus e o que procede de nossas próprias paixões ou do diabo.

Carta pastoral, 8-XII-1976.

Sinceridade

Devemos ir ao exame para detectar as causas das nossas ações e de nossas omissões, para descobrir com valentia os motivos e as ocasiões que nos afastam, pouco ou muito, da intimidade com Jesus Cristo. Detemo-nos diante do Senhor, para indagar quais são os meios que temos de colocar para adquirir uma virtude ou para arrancar um hábito defeituoso.

Carta pastoral, 8-XII-1976.