Desde sua fundação, a Obra já era uma parte da Igreja, composta por fiéis e estruturada hierarquicamente em torno de uma cabeça, que, primeiramente, foi o fundador, São Josemaria Escrivá de Balaguer, sacerdote. Naturalmente, essa realidade eclesial universal necessitava ser reconhecida pela Igreja, e era preciso que a Santa Sé interviesse para configurá-la como estrutura hierárquica. Foi um processo longo, que se entende por tratar-se de um fenômeno novo na vida da Igreja.
Antes da ereção como prelazia pessoal – que constitui a figura que responde plenamente à sua realidade–, o Opus Dei havia sido aprovado como instituto secular, o que lhe permitia reconhecer que todos os fiéis – sacerdotes e leigos – pertenciam à mesma realidade eclesial, e atribuía uma certa potestade ao sacerdote que estava à frente dela. Os estatutos de 1950 recolhiam fielmente a realidade do Opus Dei, mas, tendo que adequar-se à figura de instituto secular, mantinham elementos que não correspondiam à realidade secular que é própria do carisma do Opus Dei. Esses elementos desapareceram de seus estatutos como prelazia.