O prelado do Opus Dei na Espanha

O prelado do Opus Dei, D. Javier Echevarría, visitou a Espanha no início de março, onde participou no XXIX Simpósio Internacional de Teologia do Sacerdócio, em Burgos, e se reuniu, no sábado 5 de março, com mais de 7.000 pessoas em Valladolid. Depois encontrou-se com enfermos, famílias da cidade e com jovens.

Na entrevista, após a conferência

A jornada começou às 10h00 da manhã do dia 4 de março, na Faculdade de Teologia do Norte da Espanha, em Burgos, onde proferiu uma conferência sobre São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei, uma das oito figuras sacerdotais espanholas do século XX analisadas por teólogos e especialistas durante três dias.

D. Javier Echevarría esboçou, perante os meios de comunicação, a figura do fundador do Opus Dei: “Foi um sacerdote que amou este mundo apaixonadamente, o que significa amar também todas as pessoas de todos os tempos e de todas as condições. Tinha consciência clara de ser um instrumento inepto para uma obra de Deus, mas quando Deus passou pela sua vida dedicou-se com todas as energias ao que lhe havia entregado".

Ressaltou a relevância que a sua mensagem tem para a Igreja universal:“São Josemaria tem a originalidade de recordar o que Cristo veio indicar-nos com a sua vida: que todos estamos chamados à santidade. Nessa loucura de amor que é a Cruz, veio dizer-nos que todos estamos chamados a participar, nesta terra, da união com Deus".

Raízes cristãs da Espanha

O prelado falou também da importância do cristianismo na história da Espanha: “As raízes da Espanha são totalmente cristãs. Isto não se pode esquecer, porque cairíamos no extremo oposto de marginalizar a maioria dos espanhóis, que tem em sua história, e como pano de fundo, essa formação cristã e essa preferência cristã. Isso é o que verdadeiramente dá dignidade às pessoas: o sentido cristão".

Quando perguntado pela situação da Obra, disse que o Opus Dei está em crescimento, como o restante da Igreja:“A força de Deus não se detém, ainda que possa haver muitos obstáculos. Os que participamos nesta empresa de Cristo sabemos que sempre se pode e se deve fazer mais. E há muitas pessoas que, mesmo desconhecendo a Cristo, estão desejosas de alcançá-lo".

Mais de 200 pessoas assistiram à conferência sobre São Josemaria na Faculdade de Teologia. O arcebispo de Burgos, D. Francisco Gil Hellín, apresentou o prelado aos assistentes e introduziu a exposição intitulada 'O santo do ordinário'.

Após a conferência D. Javier Echevarría visitou a Prefeitura da cidade onde foi recebido pelo prefeito Juan Carlos Aparício, que lhe expôs o plano da Câmara Municipal de dedicar a São Josemaria, como uma homenagem, uma praça que deverá ser construída em Burgos.

No Colégio Alcazarén

Em Valladolid

Ao chegar a Valladolid, D. Javier Echevarría visitou a Padroeira da cidade, Nossa Senhora de São Lorenzo. Depois manteve uma conversa informal com o arcebispo D. Braulio Rodríguez Plaza. Quando mencionaram o estado de saúde do Papa, o prelado acrescentou que o Papa tem“a disposição de servir a Igreja com a doença. Porque com o sentido cristão a doença não é um castigo. É o mesmo que dizer que Jesus Cristo castigou a Si mesmo com a Cruz. Ele foi à Cruz precisamente por amor, por querer servir às almas. Portanto a doença é um grande tesouro, para a própria pessoa, para a Igreja e para tanta gente que ainda não tem fé".

Depois o prelado visitou o Colégio Alcazarén, no bairro de Victoria. Manteve uma animada conversa com pais, alunas e professoras, e respondeu a diversas perguntas sobre o trabalho e a vida familiar.

Um encontro numeroso mas bastante familiar

Muitos jovens e famílias lotaram o ginásio

No sábado encontrou-se com diversas famílias procedentes de diferentes províncias da região. Na tertúlia animou os assistentes a“serem católicos com fatos. Quando passarem diante de uma igreja, entrem para estar alguns minutos com Jesus. Cristo acompanhar-vos-á no momento da dor, do trabalho, da solidão".

Cristo quer morar em vossas casas, em vossa família. Não lhe fecheis as portas! Não o deixeis sozinho! Se o buscais, sereis melhores pais, melhores irmãos, melhores estudantes, melhores trabalhadores. Tudo o que fizerdes sairá melhor porque Cristo estará presente na vossa vida cotidiana. Ele nos dará a paz e nós poderemos transmiti-la a outros. Vossos amigos não vos escutarão algumas vezes. Mas, em outras ocasiões dir-vos-ão: olha, por que estás sempre alegre?".

Também referiu-se a“esta bobagem mastodôntica de que o Opus Dei é para os ricos. O Opus Dei é para todos, para os ricos e para os pobres, que são a maioria, e há alguns que são mais pobres que um mendigo de rua, para os sãos e para os enfermos; para jovens e anciãos, para trabalhadores manuais e para os intelectuais. O Opus Dei é para todos aos quais o Senhor pede que tenham a generosidade de colocar a sua vida a serviço dos outros".

O prelado salpicou o seu discurso com pequenas estórias que divertiram os assistentes e ilustraram a sua mensagem cristã com exemplos vivos. Um deles, motorista de ônibus na cidade e membro do Opus Dei, pediu-lhe um conselho sobre como melhorar o seu trabalho. “A partir da sua cadeira de motorista - sugeriu o prelado – tens que transmitir paz e alegria. Oferece a Deus o teu trabalho, também quando estejas cansado, e reza por todos os que sobem no ônibus".

O prelado encerrou o encontro com uma ave-maria pelo Santo Padre e pelas instituições civis e religiosas, oração à qual se uniram as 7.000 pessoas presentes no evento. Antes de despedir-se de Valladolid, manifestou sua satisfação:“Estes dias foram para mim uma Graça de Deus. Assim que pisei na cidade tive a satisfação de visitar a Padroeira na igreja de São Lorenço. Lá apalpei o carinho das pessoas à Eucaristia e à Mãe de Deus.