O pior câncer de pulmão

Agradeço muito a Isidoro a sua ajuda em superar o câncer

Nas férias de julho de 2017 deixei de lado alguns passeios de bicicleta por sentir problemas respiratórios. Antes do Natal, o meu braço ficou inchado e diagnosticaram-me um câncer de pulmão de células não pequenas em estádio IV. Torna-se necessário dizer que o câncer de pulmão é um dos piores, e o das de células não pequenas é pior que o outro. Dos quatro estádios o mais avançado é o IV. O médico rejeitou a cirurgia e a radioterapia, e propôs realizar mais exames para escolher, entre três tipos de quimioterapia, a mais eficaz segundo o tipo de mutações.

Em sucessivas consultas, uma após outra, foram pondo de lado as três como pouco eficazes. A única solução que restava era a imunoterapia. Resumindo, estava-se perante um caso dos piores cânceres, no estado mais avançado, que não é possível operar, nem recorrer à radioterapia, mas tentar dar alento ao sistema imunitário, e que o doente reaja como puder. Ótimo.

Se estou escrevendo isto é que porque, além dos meios médicos, eu e muitas pessoas, especialmente na Costa do Marfim, pedimos desde o princípio a Isidoro que consiga encontrar uma saída para este assunto. Como tive de ir a Madri, aproveitei para ir várias vezes ao seu túmulo na paróquia de Santo Alberto Magno, em Vallecas.

Ando há mais de um ano em tratamentos e ainda me falta outro. Tenho uma vida normal, sem efeitos secundários, embora os colarinhos da roupa fiquem um tanto largos, depois de as metástases cervicais terem desaparecido. No último passeio ao monte, conseguimos ultrapassar vários grupos e ninguém nos ultrapassou. Na semana passada, entre às 11 h e às 3h da tarde fizemos 12 km desde os 543 m de altura a mais de 1033, e regresso. Estou vendo se consigo uma bicicleta, e já remo normalmente. Acima de tudo, consegui trabalhar e conhecer pessoas maravilhosas em Madri, embora sinta saudades dos meus amigos de Abidjan.

O médico diz que poderei voltar antes de completar um ano, embora eu pense que terei de esperar pelo mês de junho, para não deixar a meio as minhas atividades do ano letivo. Agradeço tudo, muito e muito, a Nossa Senhora por quem nos chegam todas as graças, e a Isidoro que as consegue d’Ela.

G. H.

Costa de Marfil