Mensagem do Papa Francisco aos jovens: a JMJ é para os corajosos!

“Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus.” Este é o tema da mensagem do Papa Francisco em preparação à XXXIII Jornada Mundial da Juventude. A mensagem, divulgada nesta quinta-feira (22/02), é a segunda que o Papa dirige aos jovens durante o caminho de preparação da JMJ do Panamá, que se realizará em janeiro de 2019.​

“Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus (Lc 1, 30).” Este é o tema da mensagem do Papa Francisco em preparação à XXXIII Jornada Mundial da Juventude, celebrada em nível diocesano no Domingo de Ramos (25 de março).

A mensagem do Pontífice foi divulgada esta quinta-feira (22/02). Trata-se da segunda mensagem que o Papa dirige aos jovens durante o caminho de preparação da JMJ do Panamá, que se realizará em janeiro de 2019.

A JMJ é para os corajosos! Não para jovens que procuram apenas a comodidade, recuando à vista das dificuldades. Aceitam o desafio?

Queridos jovens!

A Jornada Mundial da Juventude de 2018 constitui um passo mais na preparação da jornada internacional, que se realizará no Panamá em janeiro de 2019. Esta nova etapa da nossa peregrinação tem lugar no ano em que está convocada a Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema: Os jovens, a fé e o discernimento vocacional. É uma feliz coincidência. A atenção, a oração e a reflexão da Igreja concentrar-se-ão sobre vocês, jovens, no desejo de perceber e, sobretudo, "acolher" o dom precioso que vocês são para Deus, para a Igreja e para o mundo.

Como vocês já sabem, para nos acompanhar ao longo deste itinerário, escolhemos o exemplo e a intercessão de Maria, a jovem de Nazaré, que Deus escolheu como Mãe do seu Filho. Ela caminha conosco rumo ao Sínodo e à JMJ do Panamá. No ano passado, guiaram-nos as palavras do seu cântico de louvor – "O Todo-poderoso fez em Mim maravilhas" (Lc 1, 49) –, ensinando-nos a conservar na memória o passado; este ano, procuramos escutar, juntamente com Ela, a voz de Deus que infunde coragem e dá a graça necessária para responder à sua chamada: "Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus" ( Lc 1, 30). São as palavras que o mensageiro de Deus, o arcanjo Gabriel, dirigiu a Maria, jovem simples duma pequena povoação da Galileia.

1. Não temas!

Compreensivelmente, a inesperada aparição do anjo e a sua saudação misteriosa ("Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo": Lc 1, 28) provocaram uma forte turbação em Maria, surpreendida por esta primeira revelação da sua identidade e da sua vocação, que Lhe eram ainda desconhecidas. Maria, como outras personagens da Sagrada Escritura, treme perante o mistério da chamada de Deus, que, dum momento para o outro, a confronta com a imensidão do desígnio divino e Lhe faz sentir toda a sua pequenez de humilde criatura. O anjo, lendo no fundo do coração d’Ela, diz-Lhe: "Não temas"! Deus lê também no nosso íntimo. Conhece bem os desafios que devemos enfrentar na vida, sobretudo quando nos deparamos com as opções fundamentais de que depende o que seremos e faremos neste mundo. É a "perplexidade" que sentimos face às decisões sobre o nosso futuro, o nosso estado de vida, a nossa vocação. Em tais momentos, ficamos turbados e somos assaltados por tantos medos.

Maria, como outras personagens da Sagrada Escritura, treme perante o mistério da chamada de Deus, que, dum momento a outro, a confronta com a imensidão do desígnio divino.

E vocês, jovens, quais são os medos que têm? Que é que preocupa vocês mais profundamente? Um medo "de fundo", que existe em muitos de vocêss, é o de não ser amados, bem-queridos, de não ser aceites por aquilo que são. Hoje, há muitos jovens que, na tentativa de se adequar a padrões frequentemente artificiais e inatingíveis, têm a sensação de dever ser diferentes daquilo que são na realidade. Fazem contínuos "retoques fotográficos" das próprias imagens, escondendo-se por trás de máscaras e identidades falsas, até chegarem quase a tornar-se eles mesmos um " fake", uma falsificação. Muitos têm a obsessão de receber o maior número possível de apreciações "likes". E daqui, desta sensação de desajustamento, surgem muitos medos e incertezas. Outros temem não conseguir encontrar uma segurança afetiva e ficar sozinhos. Em muitos, à vista da precariedade do trabalho, entra o medo de não conseguirem encontrar uma conveniente afirmação profissional, de não verem realizados os seus sonhos. Trata-se de medos atualmente muito presentes em inúmeros jovens, tanto crentes como não crentes. E mesmo aqueles que acolheram o dom da fé e procuram seriamente a sua vocação, por certo não estão isentos de medos. Alguns pensam: talvez Deus me peça ou virá a pedir demais; talvez, ao percorrer a estrada que Ele me aponta, não seja verdadeiramente feliz, ou não esteja à altura do que me pede. Outros se interrogam: Se seguir o caminho que Deus me indica, quem me garante que conseguirei percorrê-lo até ao fim? Desanimarei? Perderei o entusiasmo? Serei capaz de perseverar a vida inteira?

Serei capaz de perseverar a vida inteira?

Nos momentos em que se aglomeram no nosso coração dúvidas e medos, torna-se necessário o discernimento. Este permite-nos pôr ordem na confusão dos nossos pensamentos e sentimentos, para agir de maneira justa e prudente. Neste processo, o primeiro passo para superar os medos é identificá-los claramente, para não acabar desperdiçando tempo e energias a braços com fantasmas sem rosto nem consistência. Por isso, convido todos, a olhar dentro de vocês mesmos e a "dar um nome" aos seus medos. Perguntem-se: Hoje, na situação concreta que estou vivendo, o que é que me angustia, o que é que mais temo? O que é que me bloqueia e impede de avançar? Porque é que não tenho a coragem de abraçar as decisões importantes que deveria tomar? Não tenham medo de olhar, honestamente, para os seus medos, reconhecê-los pelo que são e enfrentá-los. A Bíblia não nega o sentimento humano do medo, nem os inúmeros motivos que o podem provocar. Abraão teve medo (cf. Gn 12, 10-11), Jacó teve medo (cf. Gn 31, 31; 32, 8), e de igual modo também Moisés (cf. Ex 2, 14; 17, 4), Pedro (cf. Mt 26, 69-75) e os Apóstolos (cf. Mc 4, 38-40; Mt 26, 56). O próprio Jesus, embora a um nível incomparável, sentiu medo e angústia (cf. Mt 26, 37; Lc 22, 44).

Para nós, cristãos, o medo nunca deve ter a última palavra, mas ser ocasião para realizar um ato de fé em Deus...

"Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?" ( Mc 4, 40). Esta advertência de Jesus aos discípulos faz-nos compreender como muitas vezes o obstáculo à fé não é a incredulidade, mas o medo. Neste sentido, o trabalho de discernimento, depois de ter identificado os nossos medos, deve ajudar-nos a superá-los, abrindo-nos à vida e enfrentando serenamente os desafios que ela nos apresenta. De modo particular para nós, cristãos, o medo nunca deve ter a última palavra, mas ser ocasião para realizar um ato de fé em Deus... E também na vida. Isto significa acreditar na bondade fundamental da existência que Deus nos deu, confiar que Ele conduz a um fim bom mesmo através de circunstâncias e vicissitudes muitas vezes misteriosas para nós. Se, em vez disso, alimentarmos os medos, tenderemos a fechar-nos em nós próprios, a fechar-nos numa barreira para nos defendermos de tudo e de todos, ficando como paralisados. É preciso reagir! Nunca fechar-se! Na Sagrada Escritura, encontramos 365 vezes a expressão "não temer", nas suas múltiplas variações, como se dissesse que o Senhor nos quer livres do medo todos os dias do ano.

O discernimento torna-se indispensável quando se trata da busca da própria vocação. Pois esta, na maioria das vezes, não aparece logo clara ou completamente evidente, mas vai-se identificando pouco a pouco. O discernimento, que se deve fazer neste caso, não há de ser entendido como um esforço individual de introspecção, cujo objetivo seria conhecer melhor os nossos mecanismos interiores para nos fortalecermos e alcançarmos um certo equilíbrio; porque, então, a pessoa pode tornar-se mais forte, mas permanece em todo o caso fechada no horizonte limitado das suas possibilidades e pontos de vista. Ao contrário, a vocação é uma chamada do Alto e, neste caso, o discernimento consiste sobretudo em abrir-se ao Outro que chama. Portanto, é necessário o silêncio da oração para escutar a voz de Deus que ressoa na consciência. Ele bate à porta dos nossos corações, como fez com Maria, desejoso de estreitar amizade conosco através da oração, falar-nos através da Sagrada Escritura, oferecer-nos a sua misericórdia no sacramento da Reconciliação, tornar-Se um só conosco na Comunhão Eucarística.

É necessário o silêncio da oração para escutar a voz de Deus

Mas é importante também o confronto e o diálogo com os outros, nossos irmãos e irmãs na fé, que têm mais experiência e nos ajudam a ver melhor e a escolher entre as várias opções. O jovem Samuel, quando ouve a voz do Senhor, não a reconhece imediatamente e três vezes foi ter com Eli, o sacerdote idoso, que acaba por lhe sugerir a resposta certa a dar à chamada do Senhor: "Se fores chamado outra vez, responde: “Fala, Senhor; o teu servo escuta”" ( 1 Sm 3, 9). Nas vossas dúvidas, sabei que podeis contar com a Igreja. Sei que há bons sacerdotes, consagrados e consagrados, fiéis leigos – muitos deles também jovens –, que podem acompanhar vocês como irmãos e irmãs mais velhos na fé; animados pelo Espírito Santo, serão capazes de ajudar a decifrar as suas dúvidas e a ler o desígnio da sua vocação pessoal. O "outro" é não apenas o guia espiritual, mas também quem nos ajuda a abrir-nos a todas as riquezas infinitas da existência que Deus nos deu. É necessário abrir espaços nas nossas cidades e comunidades para crescer, sonhar, perscrutar novos horizontes! Nunca percam o prazer de gozar do encontro, da amizade, o prazer de sonhar juntos, de caminhar com os outros. Os cristãos autênticos não têm medo de se abrir aos outros, de compartilhar os seus espaços vitais transformando-os em espaços de fraternidade. Não deixem, queridos jovens, que os fulgores da juventude se apaguem na escuridão duma sala fechada, onde a única janela para olhar o mundo seja a do computador e do smartphone. Abram de par em par as portas da sua vida! Os seus espaços e tempos sejam habitados por pessoas concretas, relações profundas, que deem a possibilidade de compartilhar experiências autênticas e reais no seu dia-a-dia.

Não deixem que os fulgores da juventude se apaguem na escuridão duma sala fechada, onde a única janela para olhar o mundo seja a do computador e do smartphone.

2. Maria!

"Eu te chamei pelo teu nome" ( Is 43, 1). O primeiro motivo para não temer é precisamente o fato de Deus nos chamar pelo nome. O anjo, mensageiro de Deus, chamou Maria pelo nome. Dar nomes é próprio de Deus. Na obra da criação, Ele chama à existência cada criatura com o seu nome. Por trás do nome, há uma identidade, aquilo que é único em cada coisa, em cada pessoa, aquela essência íntima que só Deus conhece profundamente. Depois, esta prerrogativa divina foi partilhada com o homem, a quem Deus concedeu dar um nome aos animais, às aves e até aos próprios filhos (cf. Gn 2, 19-21; 4, 1). Muitas culturas compartilham esta profunda visão bíblica, reconhecendo no nome a revelação do mistério mais profundo duma vida, o significado duma existência.

Quando chama pelo nome uma pessoa, revela-lhe ao mesmo tempo a sua vocação, o seu projeto pelo qual essa pessoa será um dom para os outros e se tornará única.

Quando chama pelo nome uma pessoa, Deus revela-lhe ao mesmo tempo a sua vocação, o seu projeto de santidade e de bem pelo qual essa pessoa será um dom para os outros e se tornará única. E mesmo quando o Senhor quer ampliar os horizontes duma vida, decide dar à pessoa chamada um novo nome, como faz com Simão, chamando-o "Pedro". Daqui veio o uso de adotar um nome novo quando se entra numa Ordem Religiosa, para indicar uma nova identidade e uma nova missão. A chamada divina, enquanto pessoal e única, exige a coragem de nos desvincularmos da pressão homogeneizadora dos lugares-comuns, para que a nossa vida seja verdadeiramente um dom original e irrepetível para Deus, para a Igreja e para os outros.

Assim, queridos jovens, ser chamados pelo nome é um sinal da nossa grande dignidade aos olhos de Deus, da sua predileção por nós. E Deus chama cada um de vocês pelo nome. Vocês são o "você" de Deus, preciosos a seus olhos, dignos de estima e amados (cf. Is 43, 4). Acolham com alegria este diálogo que Deus propõe, este apelo que dirige a vocês, chamando-os pelo nome.

3. Achaste graça diante de Deus

O motivo principal pelo qual Maria não deve temer é porque achou graça diante de Deus. A palavra "graça" fala-nos de amor gratuito, não devido. Quanto nos encoraja saber que não temos de merecer a proximidade e a ajuda de Deus, apresentando antecipadamente um "currículo excelente", cheio de méritos e sucessos! O anjo diz a Maria que achou graça diante de Deus; não, que a obterá no futuro. A própria formulação das palavras do anjo faz-nos compreender que a graça divina é ininterrupta, não algo fugaz ou momentâneo, e por isso nunca falhará. E no futuro também haverá sempre a graça de Deus a sustentar-nos, sobretudo nos momentos de prova e escuridão.

A presença contínua da graça divina encoraja-nos a abraçar, com confiança, a nossa vocação, que exige um compromisso de fidelidade que se deve renovar todos os dias. Com efeito, a senda da vocação não está desprovida de cruzes: não só as dúvidas iniciais, mas também as tentações frequentes que se encontram ao longo do caminho. O sentimento de inadequação acompanha o discípulo de Cristo até ao fim, mas ele sabe que é assistido pela graça de Deus.

O Criador entrevê uma beleza única no nosso ser e tem um desígnio magnífico para a nossa existência.

As palavras do anjo descem sobre os medos humanos, dissolvendo-os com a força da boa nova de que são portadoras: a nossa vida não é pura casualidade nem mera luta pela sobrevivência, mas cada um de nós é uma história amada por Deus. O "ter achado graça" aos olhos d’Ele significa que o Criador entrevê uma beleza única no nosso ser e tem um desígnio magnífico para a nossa existência. Esta consciência, certamente, não resolve todos os problemas nem tira as incertezas da vida, mas tem a força de transformá-la profundidamente. O desconhecido, que o amanhã nos reserva, não é uma obscura ameaça a que devemos sobreviver, mas um tempo favorável que nos é dado para viver a unicidade da nossa vocação pessoal e partilhá-la com os nossos irmãos e irmãs na Igreja e no mundo.

4. Coragem no presente

Da certeza de que a graça de Deus está conosco, provém a força para ter coragem no presente: coragem para levar por diante aquilo que Deus nos pede aqui e agora, em cada âmbito da nossa vida; coragem para abraçar a vocação que Deus nos mostra; coragem para viver a nossa fé sem a esconder nem atenuar.

Sim, quando nos abrimos à graça de Deus, o impossível torna-se realidade. "Se Deus está por nós, quem pode estar contra nós?" ( Rm 8, 31). A graça de Deus toca o hoje da sua vida, "agarra" vocês assim como são, com todos os seus medos e limites, mas revela também os planos maravilhosos do Senhor! Vocês, jovens, precisam sentir que alguém confia verdadeiramente em vocês: saibam que o Papa confia em vocês, que a Igreja confia em vocês! E vocês, confiem na Igreja!

Da certeza de que a graça de Deus está conosco, provém a força para ter coragem no presente.

À jovem Maria foi confiada uma tarefa importante, precisamente porque era jovem. Vocês, jovens, têm força, atravessam uma fase da vida em que certamente não faltam as energias. Usem essa força e essas energias para melhorar o mundo, começando pelas realidades mais próximas a vocês. Desejo que, na Igreja, sejam confiadas responsabilidades importantes a vocês, que se tenha a coragem de deixar espaço a vocês; e preparem-se para assumir estas responsabilidades.

Convido vocês ainda a contemplar o amor de Maria: um amor solícito, dinâmico, concreto. Um amor cheio de audácia e todo projetado para o dom de Si mesma. Uma Igreja impregnada por estas qualidades marianas será sempre uma Igreja em saída, que ultrapassa os seus limites e confins para fazer transbordar a graça recebida. Se nos deixarmos contagiar pelo exemplo de Maria, viveremos concretamente aquela caridade que nos impele a amar a Deus acima de tudo e de nós mesmos, a amar as pessoas com quem partilhamos a vida diária. E amaremos inclusive quem nos poderia parecer, por si mesmo, pouco amável. É um amor que se torna serviço e dedicação, sobretudo pelos mais fracos e os mais pobres, que transforma os nossos rostos e nos enche de alegria.

Se nos deixarmos contagiar pelo exemplo de Maria, viveremos concretamente aquela caridade que nos impele a amar a Deus acima de tudo e de nós mesmos, a amar as pessoas com quem partilhamos a vida diária.

Gostaria de concluir com as encantadoras palavras pronunciadas por São Bernardo numa famosa homilia sobre o mistério da Anunciação, palavras que manifestam a expectativa de toda a humanidade pela resposta de Maria: "Ouviste, ó Virgem, que conceberás e darás à luz um filho; ouviste que isso não será por obra de varão, mas por obra do Espírito Santo. O anjo aguarda a resposta; também nós, Senhora, esperamos a tua palavra de misericórdia. A tua breve resposta pode renovar-nos e restituir-nos à vida. Todo o mundo, prostrado a teus pés, espera a tua resposta. Dá depressa, ó Virgem, a tua resposta" ( Hom. 4, 8-9: Opera omnia, Edit. Cisterc. 4 (1966), 53-54).

Queridos jovens, o Senhor, a Igreja, o mundo esperam também a sua resposta à vocação única que cada um tem nesta vida! À medida que se aproxima a JMJ do Panamá, convido vocês a se prepararem para este nosso encontro com a alegria e o entusiasmo de quem deseja fazer parte duma grande aventura. A JMJ é para os corajosos! Não para jovens que procuram apenas a comodidade, recuando à vista das dificuldades. Aceitam o desafio?

Vaticano, 11 de fevereiro – VI Domingo do Tempo Comum e Memória de Nossa Senhora de Lurdes – de 2018.