Espanha
“Tocava bateria em um grupo de música com amigos piratas. Isso, para mim, era ser jovem. Vivia para os concertos de amigos e desfrutávamos deles todos os finais de semana, viciado em viver cada segundo no palco… ainda que tocar as baquetas implicasse ser paciente. Acabei o curso de arquitetura em Sevilha e emigrei para Munique à procura de emprego. Não pude levar a bateria... mas apliquei a tática da paciência e Deus me premiou com um trabalho e uma namorada. Ambos ajudavam a me conhecer: a Bea, minha namorada, conhece os meus defeitos e ajuda-me a ser paciente, e o chefe me anima a dar o meu melhor.
Acabei o curso de arquitetura em Sevilha e emigrei para Munique à procura de emprego. Não pude levar a bateria... mas apliquei a tática da paciência e Deus me premiou com um trabalho e uma namorada.
Curiosamente, essa “paciência” diante dos problemas do mundo é o que admiro no Papa Francisco. Não sei se isto é muito teológico, mas gosto da “sua paciência” perante a imperfeição da vida. Explico-me: suponho que o Papa poderia cansar-se perante as faltas alheias – ou do que vê em outras pessoas na Igreja – mas é realista com sentido positivo, sem ser agourento ou alarmista, e desafia-me a viver uma vida simples, sem máscaras. Além disso, julga primeiro a si próprio reconhecendo os seus erros e, depois, pede misericórdia para os outros. É muito autêntico.
Admiro essa autenticidade e paciência do Papa diante da imperfeição humana – como a minha namorada, que me surpreende todos os dias… – Sim, num mundo imperfeito, gosto das pessoas imperfeitas com paciência diante do imperfeito.
Curiosamente, essa “paciência” diante dos problemas do mundo é o que admiro no Papa Francisco. Não sei se isto é muito teológico, mas gosto da “sua paciência” perante a imperfeição da vida
Isto atrai-me no Papa Francisco e por isso vou vê-lo em Cracóvia. Irei de carro no último dia para me juntar a outros católicos da rua que procuram um trato autêntico com Deus sem pensar que são perfeitos nem super preparados. Agora não tenho muito dinheiro guardado – estou poupando para comprar uma bateria – mas neste sábado estarei na Polônia com o Papa. É tempo de ter também outras novas melodias.”
Hong Kong
Hilda, 27 anos
“Trabalho numa empresa como contabilista em Hong Kong, onde passei os últimos anos da minha vida. Nunca tive realmente um sonho, salvo viver o dia a dia com sentido pragmático para ter futuro.
No meu ambiente profissional, nós, os jovens, passamos muito tempo comparando o nosso “status econômico”, por isso entristecia-me a situação dos jovens que via mendigando na rua, sem ter estudos.
Antes da JMJ de Cracóvia, tomei a decisão de fazer um break na minha vida para me dedicar à educação e ao mentoring com jovens da rua, como voluntária em bairros humildes de Hong Kong.
Por isso, antes da JMJ de Cracóvia, tomei a decisão de fazer um break na minha vida para me dedicar à educação e ao mentoring com jovens da rua, como voluntária em bairros humildes de Hong Kong. Gosto muito de me dedicar à educação, embora saiba que – sendo realista – verei muito sofrimento...
Espero em Cracóvia encontrar a força mental e espiritual para levar a cabo esse projeto. Só tenho uma irmã, mas tenho dez tios maternos e, suponho que – graças a essa influência familiar – despertou em mim o sentido de ajudar os outros.”
Nova Zelândia
PatriciaTevaga, 20 anos
“Apaixona-me a Criminologia. No último ano e meio estudei matérias relacionadas com o meu futuro para ser detetive. Curiosamente – pelos meus estudos – vi vários cadáveres e sempre penso que o importante, no fim,é poder ir para o Céu… Bom, também é verdade que os cadáveres não são a única coisa que vejo... Também vejo e leio o Evangelho. Faço o que posso graças à formação que recebo na Legião de Maria, fundada por São Vicente de Paulo.
Bom, também é verdade que os cadáveres não são a única coisa que vejo... Também vejo e leio o Evangelho. Faço o que posso graças à formação que recebo na Legião de Maria
Vivo em Auckland, capital de Nova Zelândia, país do rugby e de veleiros. Ali, os meus pais transmitiram-me a fé em uma família numerosa de oito irmãos. É verdade que quando se é jovem nem sempre gostamos de fazer o que os outros nos dizem, mas com o tempo percebemos que os conselhos familiares não são para nos cortar a cabeça, mas para a encher de adubo. Para que germinem boas ideias. Ideias com boas obras. Para ter a melhor colheita da nossa vida.
Como voluntária na JMJ sinto que as ideias da minha cabeça se purificam no meu coração vendo o Papa tão perto
Agora com 20 anos, ajudo mais e vou mensalmente visitar doentes juntamente com os sacerdotes da minha paróquia. Como voluntária na JMJ sinto que as ideias da minha cabeça se purificam no meu coração vendo o Papa tão perto”
Polônia
Damian Kosecki, 23 anos
“Chamo-me Damian e, juntamente com um amigo espanhol, criamos um grupo de música reggae em Szczezin, onde toco instrumentos de percussão. A verdade é que pensava estudar Musicologia depois do liceu, mas afinal decidi cursar Teologia. E é nisso que estou: estou no quinto ano de estudos teológicos para ser professor de religião.
A verdade é que pensava estudar Musicologia depois do liceu, mas afinal decidi cursar Teologia
O motivo da minha escolha é que Deus sempre esteve presente na minha vida. Quando a minha mãe estava grávida, a placenta soltou-se e clinicamente estava condenado a morrer. No entanto, a minha mãe deu à luz sem problemas e de acordo com os resultados do teste Apgar estava a cem por cento., estava em perfeitas condições. Salvo talvez, hoje, pela timidez.
Não tinha a certeza se deveria vir a Cracóvia mas a minha noiva Paulina convenceu-me e deu-me a segunda maior alegria do último mês. A primeira foi aceitar o meu pedido de casamento há umas semanas para nos casarmos em maio de 2017.
No entanto, hoje, é também um dia triste em minha casa. Recebi a confirmação telefônica de que o meu pai tem um câncer com metástase e, ainda que não deixe de ter esperança, também eu necessito de orações
No entanto, hoje, é também um dia triste em minha casa. Hoje recebi a confirmação telefônica de que o meu pai tem um câncer com metástase e, ainda que não deixe de ter esperança, também eu necessito de orações para o dia em que chegar a Szczecin. Gostaria de sentir a comunhão dos santos... Muito obrigado pelas suas orações.”
Nigéria
Thomas Umiunu, sacerdote, 31 anos
“Vivo em Abuja, capital da Nigéria, e sonhei visitar o país do papa polonês desde que João Paulo II visitou a Nigéria no início dos anos 80. Nessa altura os meus pais, católicos, colocaram um quadro do Papa em casa. Eu olhava-o na esquina do quarto e, graças ao seu exemplo, decidi ir para o seminário.
Quero entregar-me a Ti e Tu mandas-me esta prova?…, pensava. Foram realmente momentos duros porque o meu pai faleceu e eu sentia dúvidas de vocação
O meu pai adoeceu no primeiro ano dos meus estudos. Voltei para casa para o visitar. Os meus pais, bons cristãos, pediram-me para reconsiderar o meu regresso a casa. ‘Como me fazes isto, meu Deus? - Quero entregar-me a Ti e Tu mandas-me esta prova?…, pensava.
Foram realmente momentos duros porque o meu pai faleceu e eu sentia dúvidas de vocação. Aquela prova superou-se graças a Deus e aos meus companheiros seminaristas. Hoje sou sacerdote e a minha mãe está muito contente com o meu caminho sacerdotal que eu agradeço ao Papa polonês.”