Deus encheu de bondade os olhos de S. Josemaria

D. Carlos Amigo, Arcebispo de Sevilha, apresentou no Ateneo da cidade o segundo tomo da biografia de São Josemaria Escrivá, intitulada 'O fundador do Opus Dei II. Deus e audácia', escrita por Andrés Vázquez de Prada.

D. Carlos Amigo Vallejo expressou a sua alegria em poder apresentar, em Sevilha, este segundo volume da biografia de São Josemaria Escrivá. Anteriormente, Manuel Cociña y Abella, secretário da Academia de História Eclesiástica, descreveu o ambiente histórico que enquadra as páginas desta biografia: a realidade social de Espanha desde o eclodir da guerra civil até meados dos anos quarenta, fazendo especial referência às virtudes heroicas do fundador do Opus Dei na sua vida corrente.

Segundo M. Cociña, “para além dos abundantes acontecimentos históricos – minuciosa e escrupulosamente documentados – sobressai a riqueza e a profundidade de uma biografia espiritual: a biografia do novo Santo do cotidiano”. Neste sentido, concluiu, “os relatos do Consulado das Honduras e da passagem dos Pirineus são de uma riqueza absolutamente notável”.

Devedores do passado

Pela sua parte, o Arcebispo sublinhou que “bastaria ler este livro para se convencer de que somos devedores de um passado e temos uma enorme responsabilidade para com o futuro”. “A história do Opus Dei é sempre uma história inacabada; não porque não possua elementos históricos, cronológicos, claros e bem determinados, mas porque o espírito, recebido do Fundador, continua na história da Obra que ele iniciou”.

Na sua intervenção, sublinhou igualmente alguns episódios narrados na biografia que estão especialmente relacionados com Sevilha: a celebração da primeira Missa na residência de estudantes da Rua de Canalejas, o trabalho apostólico dos primeiros fiéis do Opus Dei em terras andaluzas, a oração de São Josemaria contemplando o ‘passo’ das confrarias pelas ruas de Sevilha, etc.

“Necessitamos – disse o Arcebispo – de testemunhas autênticas. Necessitamos de santos que nos ajudem no grande desejo da nossa vida: ver a Deus. E São Josemaria Escrivá recebeu de Deus este carisma e esta graça de nos fazer ver a Deus nas coisas de cada dia, na relação com as pessoas com as quais se encontrava. Mas as coisas só falam de Deus quando se traz Deus dentro de si. E ele via porque Deus lhe tinha enchido os olhos de bondade e descobria a bondade em todas as coisas”.

De que lado estava Josemaria Escrivá? Vale a pena pensar: 1936-1939. De que lado estava? Do de Deus.

Sobre o momento histórico, o Arcebispo disse que o livro ajuda a ver “um capítulo da história de Espanha com uns olhos completamente diferentes. De que lado estava Josemaria Escrivá? Vale a pena pensar: 1936-1939. De que lado estava? Do de Deus. Sempre à procura. E os grandes sofrimentos consistiam precisamente em ver irmãos em conflito, e o seu Amor a Deus consumia-o vendo o ódio que havia naqueles que eram irmãos e filhos de Deus".

Ao referir-se ao autor do livro, o arcebispo sevilhano narrou um episódio pessoal. Ao iniciar os seus estudos universitários, foi para Valladolid e viveu em casa dos Vázquez de Prada. D. Carlos ouvia Andrés e o seu irmão Valentín falar do Padre. E terminou dizendo: “E vejam como, depois de tantos anos, tenho de fazer o elogio de uma vida escrita por aquela pessoa com quem convivia e que tem como objeto a vida do Padre, São Josemaria Escrivá”.