Como ter paciência com o público?

Em junho de 1974, em São Paulo, alguém, que trabalha no serviço de segurança de uma grande área comercial, pergunta como ter paciência com o público, como atender as pessoas, com caridade cristã, com um sorriso permanente.

São Paulo (Brasil), junho de 1974, pergunta a São Josemaria Escrivá

- Padre, trabalho no Serviço de Segurança de uma grande área comercial. Como ter paciência com o público? Como atender todas as pessoas com caridade cristã, com um sorriso permanente, e ao mesmo tempo, não abrandar quando é preciso exigir o cumprimento do regulamento?

- Meu filho, já disseste muito, tu expuseste um programa completo de santidade no exercício da profissão.

Eu não tenho vergonha de dizer que algumas vezes... ponho -- um pouco de tempo -- um cilício, uma vez por outra...

Ficais calados, como se tivesse dito uma grande tolice... A vida espiritual do nosso tempo é como a do século XVI ou como a do século I, temos os mesmos meios que em outros tempos. Os cristãos do nosso tempo têm os meios que tinham os primitivos cristãos, os que conviveram com Jesus e com os primeiros doze, os que ainda sentiram o último alento de Cristo, ao morrer na cruz.

Não há mais. Avançamos em tudo, também nas empresas comerciais, mas na vida interior, não.

E dir-te-ei que, mais que um cilício, mortifica-me muitas vezes ter de sorrir.

Tu és um cristão como se quer, se sorrires sempre. Deus te abençoe!

Mas não sorrias só para seres amável, nem para vender mais, mas por amor a Jesus Cristo;

Porque sabes que tens a obrigação de contribuir para a felicidade de todos, que não podemos ser egoístas.

Se é mau cortar as asas ao amor por hedonismo, por amor ao prazer, é pior ainda encerrar-se cada um em si próprio e ser egoísta.

Tu mostraste que não és egoísta, que te preocupas com a apresentação das coisas, em ser afetuoso, em desculpar os exigentes, e, Deus ainda te deu a esperteza de meter pelos olhos adentro aquilo que a ti te interessa vender, não é verdade?