Com licença, Obrigado e Perdão, três palavras-chave na relação matrimonial

O Papa Francisco afirma que estas palavras são mais fáceis de dizer do que pôr em prática, mas que são absolutamente necessárias. São palavras vinculadas à boa educação, no seu sentido genuíno de respeito e desejo do bem, longe de qualquer hipocrisia e duplicidade.

"Oamor deve ser renovado em cada novo dia, e o amor ganha-se com o sacrifício, com sorrisos e com arte também”, diz S. Josemaria, e recomenda aos casais que procurarem conquistar-se cada dia para que o casamentoconserve a frescura dos começos.

Com licença

A expressão “Com licença” lembra-nos que devemos ser delicados, respeitadores e pacientes com os outros, mesmo com aqueles a quem nos une uma grande intimidade. Como Jesus, a nossa atitude deve ser a de quem está à porta e bate.Papa Francisco

O noivado deve ser uma ocasião para aprofundar o afeto e o conhecimento mútuo. E, como toda a escola de amor, deve estar inspirado não pela ânsia da posse, mas pelo espírito de entrega, de compreensão, de respeito, de delicadeza.

Entrevistas com Mons. Josemaria Escrivá, 105

Os esposos que não devem ter medo de expressar o seu carinho, antes pelo contrário, pois essa inclinação é a base da sua vida familiar. O que o Senhor lhes pede é que se respeitem e que sejam mutuamente leais, que se confortem com delicadeza, com naturalidade, com modéstia. É Cristo que passa, 25

Os casais têm graça de estado — a graça do sacramento — para viverem todas as virtudes humanas e cristãs da convivência: a compreensão, o bom humor, a paciência; o perdão, a delicadeza no comportamento recíproco. O que importa é não se descontrolarem, não se deixarem dominar pelo nervosismo, pelo orgulho ou pelas manias pessoais. Para tanto, o marido e a mulher devem crescer em vida interior e aprender da Sagrada Família a viver com delicadeza — por um motivo humano e sobrenatural ao mesmo tempo — as virtudes do lar cristão. Repito: a graça de Deus não lhes falta. Entrevistas com Mons. Josemaria Escrivá, 108

Os esposos que não devem ter medo de expressar o seu carinho. O que o Senhor lhes pede é que se respeitem.
S. Josemaria

Cada lar cristão deveria ser um remanso de serenidade em que, por cima das pequenas contrariedades diárias, se pudesse notar uma afeição profunda e sincera, uma tranqüilidade profunda, fruto de uma fé real e vivida. É Cristo que passa, 22

A fé e a esperança têm que manifestar-se na serenidade com que se encaram os problemas, pequenos ou grandes, que surgem em todos os lares, no ânimo alegre com que se persevera no cumprimento do dever. Assim, a caridade inundará tudo e levará a compartilhar as alegrias e os possíveis dissabores, a saber sorrir, esquecendo as preocupações pessoais para atender os demais; a escutar o outro cônjuge ou os filhos, mostrando-lhes que são queridos e compreendidos de verdade; a não dar importância a pequenos atritos que o egoísmo poderia converter em montanhas; a depositar um amor grande nos pequenos serviços de que se compõe a convivência diária. É Cristo que passa, 23

Amar é... não albergar senão um único pensamento, viver para a pessoa amada, não se pertencer, estar submetido venturosa e livremente, com a alma e o coração, a uma vontade alheia... e ao mesmo tempo própria. Sulco, 797

O segredo da felicidade conjugal está no quotidiano, não em sonhos. Está em encontrar a alegria escondida de chegarem ao lar; no trato afetuoso com os filhos; no trabalho de todos os dias, em que toda a família colabora; no bom-humor perante as dificuldades, que é preciso enfrentar com esportivismo; é também no aproveitamento de todos os avanços que nos proporciona a civilização, para tornar a casa agradável, a vida mais simples, a formação mais eficaz. Entrevistas com Mons. Josemaria Escrivá, 91

Cuidem dos filhos com carinho, dando-lhes o bom exemplo da vossa união, do vosso afeto, da vossa compreensão mútua, para que eles não lembrem nunca terem visto ou ouvido discutir os pais. É este o modo de formar os filhos: amando-se o marido e a mulher de verdade, em tudo, no que é agradável e no que é desagradável. Notas de uma reunião familiar, Peru, 25 de junho de 1974

Obrigado

Se o amor humano é um presente que Deus lhes dá! Não agradecem esse amor? Agradeçam-no!
S. Josemaria

“Obrigado” é a segunda palavra. A dignidade das pessoas e a justiça social passam por uma educação para a gratidão. Um a virtude que, para o crente, nasce do próprio cerne da sua fé. Papa Francisco

Se o amor humano é um presente que Deus lhes dá! Não agradecem esse amor? Agradeçam-no! Agradeçam o carinho dos vossos maridos. E eles agradecem a vossa delicadeza e a vossa correspondência. Notas de uma reunião familiar, Argentina, 21 de junho de 1974

Para que no matrimônio se conserve o encanto do começo, a mulher deve procurar conquistar seu marido em cada dia; e o mesmo teria que dizer ao marido com relação à mulher. O amor deve ser renovado dia a dia; e o amor se ganha com o sacrifício, com sorrisos, e com arte também. Entrevistas com Mons. Josemaria Escrivá, 107

Ama muito a tua mulher. É a mais bonita de todas. O Senhor escolheu-a para ti desde toda a eternidade. Notas de uma reunião familiar, Argentina, 21 de junho de 1974

Agradece a teus pais o fato de te terem dado a vida, para poderes ser filho de Deus. - E sê ainda mais agradecido, se foram eles que puseram na tua alma o primeiro germe da fé, da piedade, do teu caminho de cristão ou da tua vocação. Forja, 19

Nunca te queixes pelos filhos. Recebe-os como o que são: uma prova de confiança do Senhor, que vos manda essas criaturas para fazer da vossa casa um céu. Notas de uma reunião familiar, Peru, 25 de junho de 1974

Perdão

“Perdão” é a terceira palavra, e é o melhor remédio para impedir que a nossa convivência se dilacere e venha a quebrar-se. Esposos, se algum dia discutirem e houver forte desacordo, nunca terminem o dia sem se reconciliarem, sem fazerem as pazes. Papa Francisco

Às vezes nos tomamos muito a sério. Todos nos aborrecemos de quando em quando: umas vezes porque é necessário, outras porque nos falta espírito de mortificação. O que importa é demonstrar que esses aborrecimentos não quebram o afeto, e restabelecer a intimidade familiar com um sorriso. Numa palavra: que marido e mulher vivam amando-se um ao outro e amando os filhos, pois assim amam a Deus. Entrevistas com Mons. Josemaria Escrivá, 108

Perdoar. Perdoar com toda a alma e sem resquício de rancor! Atitude sempre grande e fecunda. S. Josemaria

Se alguém diz que não pode agüentar isto ou aquilo, que lhe é impossível calar-se, está exagerando para se justificar. É preciso pedir a Deus força para saber dominar o capricho, graça para ter o domínio de si próprio, porque os perigos de uma zanga são estes: perde-se o controle e as palavras se enchem de amargura, chegando a ofender e, embora sem querê-lo, a ferir e a causar mal. Entrevistas com Mons. Josemaria Escrivá, 108

Perdoar. Perdoar com toda a alma e sem resquício de rancor! Atitude sempre grande e fecunda. - Esse foi o gesto de Cristo ao ser pregado na Cruz: “Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem”. E daí veio a tua salvação e a minha. Sulco, 805

Sejamos sinceros: a família unida é o normal. Há atritos, diferenças... Mas isto são coisas banais que, até certo ponto, contribuem inclusive para dar sabor aos nossos dias. São insignificâncias que o tempo supera sempre. Depois, só fica o estável, que é o amor, um amor verdadeiro — feito de sacrifício — e nunca fingido, que os leva a se preocuparem uns com os outros, a adivinhar um pequeno problema e a sua solução mais delicada.Entrevistas com Mons. Josemaria Escrivá, 101

Queixas-te de que essa pessoa não é compreensiva... - Eu tenho a certeza de que faz o possível por entender-te. Mas tu, quando é que te esforçarás um pouquinho por compreendê-la? Sulco, 759

Soltaram-se as línguas e sofreste desfeitas que te feriram mais porque não as esperavas. A tua reação sobrenatural deve ser a de perdoar - e mesmo pedir perdão - e aproveitar a experiência para desapegar-te das criaturas. Caminho, 689

Dizia - sem humildade de fachada - aquele nosso amigo: “Não precisei aprender a perdoar, porque o Senhor me ensinou a amar”. Sulco, 804

Não retribuir o mal com o mal, renunciar à vingança, perdoar sem rancor. Jesus Cristo, que veio salvar todos os homens e deseja associar os cristãos à sua obra redentora, quis ensinar aos seus discípulos - a ti e a mim - uma caridade grande, sincera, mais nobre e valiosa: devemos amar-nos mutuamente como Ele ama a cada um de nós. Amigos de Deus, 225

É certo que, em determinadas épocas, parece que tudo se cumpre segundo as nossas previsões. Mas isso habitualmente dura pouco. Viver é enfrentar dificuldades, sentir no coração alegrias e dissabores, e é nessa forja que o homem pode adquirir fortaleza, paciência, magnanimidade, serenidade. Amigos de Deus, 77

Serenos, porque sempre há perdão, porque tudo tem remédio, menos a morte, e, para os filhos de Deus, a morte é vida. Serenos, até mesmo para podermos atuar com inteligência: quem conserva a calma está em condições de pensar, de estudar os prós e os contras, de examinar judiciosamente os resultados das ações previstas. E depois, sossegadamente, pode intervir com decisão. Amigos de Deus, 79