Antigos sócios do Clube Atlas mantêm amizade 40 anos depois

Há muitas histórias que atravessam o tempo e deixam atrás de si um bonito legado para as novas gerações. Uma dessas histórias é a do Clube Atlas, fundado em Batatais, cidade vizinha de Ribeirão Preto, em 1978, pelo capitão Fábio Ricciardelli.

Hoje, quase 40 anos depois, o capitão Fábio é coronel aposentado. E, aqueles garotos que tinham entre 10 e 14 anos, são hoje respeitáveis senhores com mais de 50 anos! De estudantes, passaram a profissionais, de adolescentes a pais de família, e já há entre eles até alguns avós!

O tempo passou, mas não a forte amizade que os unia. Para superar a distância que os separava, pois nem todos continuam na região de Ribeirão Preto, criaram um concorrido grupo de WhatsApp. Como nos tempos do Clube, festejam os aniversários de todos, trocam experiências, encontram-se periodicamente para reviver os velhos tempos, organizam encontros com as suas famílias. Fizeram até um pequeno museu com recordações do clube: taças ganhas em campeonatos, álbum de fotografias, exemplares antigos do jornal informativo do clube chamado Jornatlas! Há fotos penduradas do grande amigo José Rinaldo Lazzarini, o querido “Laza”, sócio fundador do Clube, advogado, que faleceu precocemente aos 39 anos.

Tudo começou por causa de um pequeno livro...

A história do Clube Atlas começa quando o Capitão Fábio recebeu de presente um exemplar de "Caminho", o conhecido livro de pensamentos de São Josemaria, o fundador do Opus Dei. “Fiquei impactado pelo livro e fui a São Paulo conhecer a Obra. Fiz muitos amigos e fui aprofundando no espírito do Opus Dei. E, numa dessas minhas idas a São Paulo, soube de uma iniciativa organizada por alguns pais para os seus filhos adolescentes. Era o Clube Nautilus, no bairro da Vila Madalena. Pensei, por que não fazer um Clube assim em Batatais? E, com ajuda dos monitores do Nautilus, fundamos o Clube Atlas. A primeira sede do clube tinha 1,5m por 2m. A segunda sede foi a minha casa. Depois aluguei um imóvel e fui chamado de louco por muita gente. E, fomos em frente com muita determinação e com a ajuda de muitos outros pais, meus amigos".

Fiquei impactado pelo livro e fui a São Paulo conhecer a Obra. Fiz muitos amigos e fui aprofundando no espírito do Opus Dei.

Todos guardam no coração os inesquecíveis momentos vividos no Clube, por onde passaram muitos garotos ao longo daqueles anos. Lá havia uma simpática sala de estudos e bancadas de aeromodelismo. O futebol era ansiosamente esperado e muitos craques foram revelados pelo Atlas! Em um ambiente de muito companheirismo participaram de olimpíadas, acampamentos e excursões. Também estudavam catecismo e aprendiam a importância de crescer nas virtudes.

No grupo de WhatsApp é frequente os antigos sócios manifestarem o seu agradecimento ao Clube e ao querido Capitão Fábio, pela formação humana e espiritual recebida nos seus tempos de infância. Agora, são eles que passam esses mesmos valores aos seus filhos e netos.

Alguns dos sócios do Clube Atlas, há 40 anos e nos dias de hoje

Para terminar essa bela história, tomo a liberdade de copiar trechos de uma dessas mensagens, que um antigo sócio enviou recentemente aos seus companheiros:

“No Clubinho, ainda meninos, fomos forjados a sermos homens, na mais completa e precisa concepção da palavra. Firmes no caráter, fiéis aos amigos, responsáveis, agradecidos e obedientes aos pais, fortes na Fé (...). A formação era transmitida em cada pequena ação, mas eram nas tertúlias do Capitão o momento culminante em que nos passava conceitos mais densos de formação humana, espiritual e de Fé (...). Olhando para trás vejo claramente o quanto aqueles sólidos conceitos de humildade, perseverança, lealdade, generosidade, liderança, dedicação, honestidade, em conjunto com a formação religiosa trazida pelo Atlas foram determinantes em minha jornada até aqui. Enraizados em mim, tenho a oportunidade de repassá-los a meus dois filhos, meninos ainda, como éramos no longínquo e tão presente ano de 1978”.

Roberto Zanin