"A oração" é a humildade do homem que reconhece a sua profunda miséria e a grandeza de Deus, a quem se dirige e adora, de maneira que tudo espera dEle e nada de si mesmo.
"A fé" é a humildade da razão, que renuncia ao seu próprio critério e se prostra diante dos juízos e da autoridade da Igreja.
"A obediência" é a humildade da vontade, que se sujeita ao querer alheio, por Deus.
"A castidade" é a humildade da carne, que se submete ao espírito.
"A mortificação" exterior é a humildade dos sentidos.
"A penitência" é a humildade de todas as paixões, imoladas ao Senhor.
- A humildade é a verdade no caminho da luta ascética.
Sulco, 259
A humildade, o exame cristão, começa reconhecendo o dom de Deus. É algo bem diferente da atitude encolhida ante o rumo que tomam os acontecimentos da sensação de inferioridade ou desalento perante a história. Na vida pessoal, e às vezes também na vida das associações ou das instituições, pode haver coisas a mudar, inclusive muitas; mas a atitude com que o cristão deve enfrentar esses problemas tem que ser sobretudo a de admirar-se ante a magnitude de Deus, comparada com a pequenez humana.
Questões Atuais do Cristianismo, 72
Deixa-me que te recorde, entre os outros, alguns sinais evidentes de falta de humildade:
- pensar que o que fazes ou dizes está mais bem feito ou dito do que aquilo que os outros fazem ou dizem;
- querer levar sempre a tua avante;
- discutir sem razão ou - quando a tens - insistir com teimosia e de maus modos;
- dar o teu parecer sem que te peçam, ou sem que a caridade o exija;
- desprezar o ponto de vista dos outros;
- não encarar todos os teus dons e qualidades como emprestados;
- não reconhecer que és indigno de qualquer honra e estima, que não mereces sequer a terra que pisas e as coisas que possuís;
- citar-te a ti mesmo como exemplo nas conversas;
- falar mal de ti mesmo, para que façam bom juízo de ti ou te contradigam;
- desculpar-te quando te repreendem;
- ocultar ao Diretor algumas faltas humilhantes para que não perca o conceito que faz de ti;
- doer-te de que outros sejam mais estimados do que tu;
- negar-te a desempenhar ofícios inferiores;
- procurar ou desejar singularizar-te;
- insinuar na conversa palavras de louvor próprio ou que dêem a entender a tua honradez, o teu engenho ou habilidade, o teu prestígio profissional...;
- envergonhar-te por careceres de certos bens...
Sulco, 263
"Padre, comentaste-me, eu cometo muitos enganos, tenho muitos erros".
- Eu sei, respondi-te. Mas Deus Nosso Senhor, que também o sabe e conta com isso, só te pede a humildade de reconhecê-lo, e a luta por retificar, por servi-Lo cada dia melhor, com mais vida interior, com uma oração contínua, com a piedade e com o emprego dos meios adequados para santificares o teu trabalho.
Forja, 379